Lisboa -  João Manuel Gonçalves Lourenço viu-se obrigado a aderir  a campanha de culto da personalidade ao  Presidente José Eduardo dos Santos que se tornou numa constante da política do Ministério da Defesa, e no regime em geral,  mas com maior intensidade no mês de Agosto, data em que se realizam as chamadas “Jornadas Comemorativas do 72º aniversário natalício do Presidente da República”.

Fonte: Club-k.net

“Já não fazia isso há mais de 10 anos”

No dia  15 de Agosto, o novo Ministro, João Lourenço, reuniu  oficiais generais e almirantes, superiores e subalternos dos três ramos das Forças Armadas Angolanas (FAA) para juntos celebrarem a trajectória política, diplomática, militar e social de José Eduardo dos Santos durante 53 anos ao serviço de Angola e do seu povo. 

O acto  decorreu  no Quartel-General do Estado-Maior do Exército, prosseguida por uma palestra com o tema “Empenho do Presidente e Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas na Pacificação dos Países dos Grandes Lagos”.

O ministro João Lourenço considerou as jornadas alusivas ao aniversário do Arquitecto da Paz de "importância patriótica e educativa" para todos os angolanos, acrescentando que as mesmas representam um momento de reflexão para “um homem que dedicou e dedica a sua sabedoria para a coesão e desenvolvimento de todos os filhos da nação".

João Lourenço também destacou as qualidades de José Eduardo dos Santos enquanto Chefe do Executivo: "É um promotor incansável das políticas sociais e económicas que visam o desenvolvimento material e cultural de Angola".

Nomeado em Abril do corrente ano  para o cargo de Ministro da Defesa,  João Manuel Gonçalves Lourenço foi desde algum tempo tido como o quadro do regime que deixou  aparentemente de ter participação activa na campanha da imagem do regime, com realce ao seu líder José Eduardo dos Santos.

O apagamento que o facto supostamente representou  é atribuído ao antecedente, em torno do processo do seu afastamento  no passado do cargo de Secretário Geral do MPLA,  em  reação a discursos que projectavam a sua disponibilidade para sucessão presidencial.

Desempenhou, desde 2012, as funções de primeiro-vice-presidente da Assembleia Nacional, na sequência das eleições gerais ganhas pelo partido MPLA. No período de 2008 a 2012, o ministro nomeado ocupou o mesmo cargo.