Luanda - Ébola ou também conhecida como febre hemorrágica ébola (FHE), é uma doença humana contagiosa provocada pelo vírus do género Ebolarius ou ébola. Segundo a Organização Mundial da Saúde (2014), os principais sintomas manifestam – se através da febre, dores de garganta, dores musculares e dores de cabeça, sucedidos geralmente de diarreia, vómitos e náuseas, após duas a três semana de infecção. Geralmente o ébola chega a matar de 60 a 90 por cento das pessoas infectadas.

Fonte: Club-k.net

Surgimento

A génese dos primeiros casos de ébola é muito contraditória, estudos apontam que no ano de 1976, foi quando começaram a ser observados surtos simultâneos em Nzara no Sudão, e em Yambuku na República Democrática do Congo, em uma região situada próximo do Rio Ébola (OMS, 2014).

Causas

De acordo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC,  sigla em íngles) são quatro das cinco espécies de vírus, as principais causadoras da febre hemorrágica do ébola, Ebolavirus, família Filoviridae, ordem Mononegavirales. As quatro espécies são o ébola-Zaire, ébola-Sudão, ébola-Bundibugyo e o ébola-Costa do Marfim. O quinto vírus, a espécie Reston, este último o risco de provocar doenças em seres humanos é muito diminuta.

Impacto nas Economias

Qualquer doença, surto ou epidemia acarreta consequências económicas para as economias que, geralmente acabam por afectar em grande parte a população. As economias dos países da África Ocidental, tais como: Guiné - Conacry, Libéria e Serra Leoa, Costa do Marfim, incluído República Democrática do Congo (África Central), conhecerão alguma retração nas suas economias caso a epidemia do ébola não se erradique a médio prazo.

Segundo a Moody’s, agência internacional de rating, “a epidémia de Ébola terá repercussões económicas e fiscais significativas numa série de países da África Ocidental”. As despesas relacionadas com a saúde nestas economias afectadas tendem a incrementar, visto que grande parte dos seus orçamentos são canalizados no sentido de amenizar ou colmatar tal situação.

De acordo o Jornal Lusa (2014), a Libéria afirmou que as despesas relacionadas com o Ébola já atingiu a cifra de mais de 12 mil milhões de dólares apenas durante o segundo trimestre deste ano, o equivalente a dois porcento do orçamento anual do Estado.

Ainda, tal como referenciou a Moody’s (ibid.), o ébola poderá também contribuir para o abrandamento nas receitas do Estado, numa região onde “os orçamentos já são condicionados por uma baixa cobrança de impostos”.

Se a situação em Lagos – Nigéria  agravar –se as consequênciais poderão estender –se para a Indústria do sector de petróleo e gás, daquela que é a maior economia produtora de petróleo do continente africano.

Um outro estudo, divulgado pela Consultora Teneo Intelligence, publicado pela agência Bloomberg, afirma que “epidemia pode cortar dois pontos ao crescimento da economia da Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacry, os países mais afectados”.

O que é facto, é que grande parte das multinacionais que operam nestes países fortemente afectados pela ébola foram obrigados a interromper as suas actividades e negócios devido ao surto que já matou cerca de mil, conforme noticiou o Jornal o Globo (2014), “a Caterpillar, de máquinas e motores, retirou funcionários da Libéria. A Canadian Overseas Petroleum Ltd suspendeu um projecto de perfuração.

A British Airways cancelou voos para a região. A australiana Tawana Resources, de minério de ferro, suspendeu “todas as actividades de campo não essenciais” na Libéria, mandando trabalhadores para casa. Já Exxon Mobil e Chevron aguardam para ver se as autoridades de saúde serão capazes de conter o perigo”.

No entanto, as principais consequências a médio e longo prazo, caso persista a epidemia da ébola poderão ser as seguintes:

• Abandono das terras por parte dos agricultores;
• Baixa ou redução da mão de obra devido as mortes o que levaria a uma baixa da produtividade e consequentemente da produção;
• Enceramento de grande parte das empresas e indústrias, multinacionais e nacionais que se encontram a operar nestes países afectados;
• Escassez na oferta de produtos, principais bens e serviços;
• Aumento das taxas de desemprego como fruto do encerramento ou suspensão do funcionamento das empresas;
• Tendências inflacionárias devido a escassez de produtos, bens e serviços;
• Abrandamento do consumo, devido ao desemprego e escassez de capital, e enceramento das empresas;
• O que levaria as economias a uma estagnação e em último caso,  recessão, devido ao incremento das despesas e redução das receitas públicas.

Estas questões não devem merecer um olhar tênue das Organizações Internacionais e principalmente das Nações Unidas, OMS, o que corroboraria o agravamento do estado de carência das populações mormente dos países afectados.

O repto, é também lançado a comunidade científica no sentido de se aprofundarem as pesquisas com o intuito de se por cobro a esta situação que gradativamente está a granjear contornos alarmantes.

Concludentemente, caso a situação ou o cenário não seja alterado, poderá afectar em grande medida as perspectivas de crescimento da economia africana, e como vivemos num mundo globalizado, tal cenário afectará em cascata o crescimento da economia mundial certamente.