Lisboa – Na qualidade de Comandante-Em-Chefe das Forças Armadas Angolanas, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, promoveu recentemente através da “Ordem do Comandante-Em-Chefe n.º 28/14” ao grau militar de “general”, o agora empresário agro-industrial António Emílio Faceira.  

Um dos generais que processou Rafael Marques

Fonte: Club-k.net
General Anto Faceira.jpg - 34.85 KBAntónio Faceira faz parte do grupo dos oficiais das Forças Armadas Angolanas (FAA) que moveram um processo-crime contra o jornalista Rafael Marques de Morais, do portal “Maka Angola”, acusando-o de difamação.

No ramo empresarial, o general António Faceira é proprietário da fazenda agropecuária “Cambondo”, localizada no município da Quibala, província do Kwanza Sul. É identificado, igualmente, como um dos sócios da Sociedade Mineira do Cuango (que explora diamantes na bacia do Cuango) e da empresa privada de segurança Teleservice, na província da Lunda Norte.

Num artigo publicado esta semana, Maka Angola alega que o general António Faceira, juntamente com os seis outros generais (nomeadamente: Kopelipa, Carlos Alberto Hendrick Vaal da Silva, Adriano Makevela Mackenzie, João Baptista de Matos, Armando da Cruz Neto e Luís Pereira Faceira) exigem uma indemnização de 1.2 milhões de dólares norte-americanos ao jornalista Rafael Marques.

Ao que tudo indica, António Faceira é irmão do antigo chefe do Estado Maior do Exército, o general Luís Pereira Faceira, exonerado em Março de 2001, por José Eduardo dos Santos. Importa enfatizar que Luís Faceira presidiu igualmente o Grupo Gemini, uma holding de empresas dos referidos generais, que incluía a própria Teleservice.

E em Março deste ano, Luís Faceira anunciou a construção de uma fábrica de calcário, com capacidade de produção de mais de 500 toneladas por mês. A fábrica, em fase de conclusão, está a ser construída na localidade da Kipela, província do Kwanza-Sul, pela empresa angolana África Semente, desde 2013, num área de cerca de dois hectares.

Na altura, Luís Faceira informou que a unidade fabril (primeira de gênero em Angola) vai produzir calcário para o sector agrícola, para correcção de solos. O empreendimento conta com o financiamento do Banco de Poupança e Crédito (BPC).