Luanda - As contas públicas encerraram o primeiro semestre de 2014 com um défice de 615 mil milhões Kz, praticamente igual ao saldo negativo de 630 mil milhões Kz previsto para a totalidade do ano, de acordo com cálculos do Expansão a partir das estimativas preliminares publicadas no sítio do Ministério das Finanças.

Fonte: Expansão
O saldo referido, que não tem em conta as operações financeiras como empréstimos recebidos e pagos, resulta da diferença entre receitas de 1.942,2 mil milhões Kz e despesas de 2.557,2 mil milhões Kz.

As receitas recuaram 11,6%, penalizadas pelo trambolhão de 21% dos ingressos petrolíferos, para 1.885,2 mil milhões Kz, enquanto as despesas deram um salto de 47,7% impulsionadas pelo investimento, que disparou 88%, para 672 mil milhões Kz.

O trambolhão das receitas petrolíferas deveu-se essencialmente à quebra da produção, as exportações caíram 10%, para 338,7 milhões de barris, nos primeiros seis meses deste ano face ao mesmo período de 2013, já que o preço médio de exportação até aumentou 1 USD, para 107,5 USD no mesmo período.

O recuo das receitas só não foi maior devido ao bom desempenho das receitas não petrolíferas, que aumentaram 20,5%, para 603,4 mil milhões Kz, ajudadas pela reforma fiscal em curso.

As receitas de 1942,2 mil milhões Kz cobradas no primeiro semestre de 2014 representam 40,9% dos 4,744,8 mil milhões Kz orçamentados para o conjunto do ano. As receitas não petrolíferas estão com uma taxa de execução de 42,1%, contra 40,4% das receitas petrolíferas.

Comparando com 2012, a taxa de execução da receita sem activos financeiros baixou 4,3 pontos percentuais faceaos45,2% anteriores, adareceitapetrolíferacaiu10,3 pp face aos 51,7%, e a da receita não petrolífera aumentou 10,3 pp face aos 31,8%.

No que se refere à despesa, os 2.557,2 mil milhões Kz executados nos primeiros seis meses deste ano representam 47,6% dos gastos de 5.375,2 mil milhões Kz orçamentados para a totalidade de 2014.

Embora as despesas de investimento tenham sido as que registaram um maior aumento no primeiro semestre de 2014, os referidos 88% para 672 mil milhões Kz, o equivalente a 39,5% dos investimentos previstos para a totalidade do ano, são as despesas correntes que apresentam um grau de execução maior, 51,3%, após um aumento de 37,2% face aos 1.364,0 mil milhões Kz do período homólogo.

Comparando com o ano passado, a taxa de execução do investimento quase duplicou ao passar de 21,2% nos primeiros seis meses do ano passado para os referidos 39,5% em 2014. Já as despesas correntes viram o grau de execução aumentar de 36,1% para os mencionados 51,3%.