Luanda - Mais de 200 cidadãos estão de fora na recepção de suas residências, que seriam entregues pelo Projecto Pérola Verde, pertencente às Forças Armadas Angolanas (FAA). O referido projecto foi lançado em 2011 com grande exposição mediática. Em Novembro de 2011, a quando do lançamento do projecto, o Srº Paulino Dombele, Vice-Presidente da Cooperativa Pérola Verde, em conferência de imprensa, afirmou que as habitações estavam destinadas aos militares e civis interessados em se associarem no projecto, desde que cumpram as regras estabelecidas.


Fonte: Club-k.net
 
Uma das regras prevê que os associados só farão pagamentos das rendas resolúveis, depois de terem a chave da residência. Na realidade, o gabinete que representa tal projecto que se encontrava situado no edifício da farmácia das Forças Armadas, diante da RNA em Luanda, e que hoje passou para o Estado Maior do Exército, deu ordens contrárias que consistiam em fazer pagamentos prévios que variam entre 6000 a 25000 dólares americanos, para a conta BIC nº 4631487810, para além do valor referente a inscrição para tornar-se membro da cooperativa, 16000 dólares americanos. Segundo informações prestadas pelo pessoal permanente no escritório, chefiados pelo Srº Alexandre, as ordens para os depósitos são dadas pelo General Lúcio do Amaral, Comandante do Exército Nacional e Pelo Srº Paulino Dombele, Vice-Presidente da Cooperativa Pérola Verde.


O projecto previa entregar aos associados, numa primeira fase 50 mil casas para baixa, média e alta renda. Foi definido 5.600 casas sociais para cada uma das províncias e 1.500 casas para as habitações de média e alta renda. A casa minúscula de menor valor foi estabelecida em 90000 mil dólares. Preço que foi alterado pela construtora TAMAR, dirigida pela Srª Celeste de Brito, que passou igualmente a agenciar a venda das residências antes mesmo da sua construção, exigindo um valor inicial de deposito correspondente a 30 mil dólares, com alteração do preço global da residência social minúscula. A de 90 mil dólares passou para 120 mil dólares americanos.


As entregas das primeiras casas estavam previstas para Maio de 2013. Na realidade, o Vice-Presidente da Cooperativa, a Celeste Brito e o General Lúcio do Amaral já haviam transferido muitas residências para seus amigos, parentes e outras pessoas de conveniência. Diante deste quadro, pessoas que haviam pago e se associado legalmente no projecto viram o sonho de adquirir a sua residência gorado por causa da corrupção que é regra e premiada na República de Angola. A situação levou mais de 200 pessoas a solicitarem o reembolso que já passa mais de um ano e meio e não é dado o valor anteriormente pago, o que leva estes cidadãos a concluírem que são vítimas de mais um general do regime e seus colaboradores.

 
As fontes do CK, informam ainda que o Srº Gabriel, suposto responsável administrativo para recepção dos pedidos de reembolso e reencaminhamento para o General à fim de autorizar o pagamento, nos últimos 5 meses está incontactável, tanto no escritório quanto por telefone. Há 7 meses informou que não dependia dele, simplesmente espera ordens de saque do chefe para o pagamento de dívidas que contraíram com associados que perderam confiança na cooperativa por causa da corrupção.


Na conferência de imprensa que lançou o projecto em 2011, Celeste de Brito declarou que o projecto é financiado pelo Vietname e vários parceiros sociais, conta também com o apoio dos governos provinciais, na concepção do plano urbanístico das vilas onde são erguidas as habitações. Informou ainda que esta iniciativa enquadra-se no projecto do Governo de 1 milhão de residências.

 


Para além de Luanda que tem construções no Panguila, Zona Sul de Luanda paralela ao estádio 11 de Novembro e Zango 5, outras províncias também beneficiam do projecto. A fonte deste portal, informou que as reclamações são simplesmente dos associados de Luanda.