Luanda - Realizou-se no dia 20 de Setembro de 2014, no Pavilhão multiusos do complexo SOVSMO, em Luanda, o II Colóquio da Rádio Despertar, que teve início as 10:30 e contou com os prelectores: o Jornalista e Sociólogo João Paulo Ganga, a Jornalista e Jurista Margareth Nanga, o Jornalista Manuel Vieira, Jornalista e activista cívico Rafael Marques e os moderadores Sociólogo Carlos Conceição e Comunicólogo Emanuel Bianco.

Fonte:  Rádio Despertar

RD.jpg - 157.09 KBO Colóquio que contou com a presença de 1250 personalidades entre parlamentares, políticos, jornalistas, estudantes e amigos da Despertar e do saber, debruçou-se sobre tres grandes painéis:

1 - “A Mulher e a Comunicação Social”

2 – “O Papel da Sociedade na Sustentabilidade de uma Imprensa Assente na Pluralidade”
3- " O impacto da Media na Cosnciencializaçao da Populaçao"

O Colóquio constatou que:

Existem barreiras na participação da mulher em alguns tipos de exercício, principalmente para assuntos de política, de guerra e Desportos, onde a mulher tem sido relegada às últimas opções.

As agressões a que as jornalistas têm sido vítimas, nem sempre são tidas em conta como em casos similares masculinos.

Existe uma ideia de exclusão e auto-exclusão da mulher em certos assuntos, mesmo nos lares das famílias angolanas.

E conclui que a participação no jornalismo permite que a audiência tenha outra maneira de visualizar o mundo, pois a sensibilidade é diferente da do homem.

Constitui um desafio da actualidade situar o jornalismo ou como bem público ou como mercadoria;

A compra de órgãos de imprensa enfraqueceu as fontes de informação, existindo hoje no país, jornalistas que ganham salários sem trabalhar, e jornais que não vão as bancas por conveniência dos novos donos;

Os clubes de amigos de Rádio podem contribuir sobremaneira para a sustentação dos órgãos de comunicação.

A existência de várias rádios satélites do grupo RNA, não significa Pluralidade;

Existem três factores que dificultam o sucesso do jornalismo:

- A falta de Informação criada pelo bloqueio de acesso as fontes;

- Informação deturpada, através de omissões e manipulações;

- A possibilidade de desaparecimento dos jornalistas que falam a verdade.

Em questão de pluralidade ainda existe um grande domínio dos partido políticos e das igrejas sobre as rádios.

Os participantes ao colóquio, levantaram várias questões relacionadas ao tema e expressaram também a sua preocupação por saídas não esclarecidos de jornalistas em órgãos de rádio privados.

Recomenda:

- Que a mulher jornalista tenha uma predisposição de participação e execução de trabalhos jornalísticos, principalmente aqueles que parecem não estar ao alcance das mesmas;

- Que a Rádio 5, canal de desportivo da emissora pública do país, aumente o número de vozes femininas, no quadro dos seus jornalistas.

- Que o Estado Potencie o papel da média na sociedade, dando subsídios os órgãos de comunicação social privados existentes;

- Que o povo pressione o estado angolano para que os órgãos de comunicação públicos passem a respeitar os pressupostos básicos do jornalismo que são: a verdade, a objectividade, o contraditório e a proporcionalidade.

- Que servidores públicos, principalmente o Chefe de Estado José Eduardo dos Santos adoptem o dever de interagir com o povo através dos órgãos de comunicação social, abrindo as portas para os jornalistas.

- Que o estado angolano garanta a segurança dos jornalista, no exercício das suas funções.

- O colóquio recomendou também a colaboração da população em prestar informação quando for interpelada por jornalistas.

A “Voz da Sociedade” agradece a todas entidades singulares e colectivas que se prestaram a responder ao apelo de contribuição para o melhoramento das condições da Rádio, cuja contribuição soma até a data presente o valor de 101.502.00 Kz. (cento e um mil quinhentos e dois Kwanzas) E informa que está aberta uma tenda de recolha de contribuições na Portaria da Rádio Despertar para facilitar a os que têm constrangimentos em depositar pelo banco.

A Rádio Despertar agradece também imenso a presença dos prelectores, do club de amigos, convidados e demais personalidades que enriqueceram quer com a sua presença, quer com as suas intervenções. E fica a convicção e a promessa de que com o apoio desta plateia presente e demais amigos da Rádio Despertar teremos a Rádio emitindo em mais províncias do nosso país.

Luanda, 20 de Setembro de 2014