Luanda - A venda direta de divisas do Banco Nacional de Angola (BNA) aos bancos comerciais renovou, na última semana, mínimos de vários meses acentuando quedas consecutivas, indicam dados daquela instituição consultados pela agência Lusa.

Fonte: Lusa

De acordo com o relatório sobre a evolução dos mercados monetário e cambial relativo à semana de 15 a 19 de setembro, estas vendas de divisas desceram, neste período, para 198,9 milhões de dólares (155 milhões de euros).

Foram realizadas a uma taxa de câmbio média de referência do mercado cambial interbancário de 99,267 kwanzas por cada dólar, o que representa uma nova subida, desta vez superior a 0,29 por cento, face à semana anterior.

Em três semanas de setembro, estas vendas somam, no total, 753 milhões de dólares (587 milhões de euros).

Em contraponto, as vendas de divisas pelo BNA estavam a cifrar-se, nos últimos meses, em cerca de 500 milhões de dólares semanais.

Esta quebra na venda de divisas à banca comercial angolana em setembro coincide com notícias que apontam que o BNA está a preparar regulamentação determinando que as petrolíferas que operam no país vão ser obrigadas a vender os dólares ao banco central e à taxa de câmbio de referência.

A medida pretende impedir um desequilíbrio no sistema cambial nacional, travando as vendas de moeda estrangeira (dólares) por estas empresas aos bancos comerciais, centralizando a operação no BNA.

Em todo o mês de agosto, estas vendas do BNA ascenderam a mais de 2.000 milhões de dólares (1,5 mil milhões de euros), segundo dados oficiais compilados pela Lusa.

Desde maio último que o aumento nas vendas de divisas é justificado pelo BNA com as quebras nas receitas do setor petrolífero e consequências nas restantes operações, como dificuldades dos bancos em satisfazerem pedidos dos clientes para levantamentos em dólares, impondo limitações em alguns casos.

A nova Lei Cambial para o Setor Petrolífero e alterações nas regras de importação de dólares por parte dos bancos são também apontadas como estando na origem das dificuldades.

Angola é o segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana a seguir à Nigéria, atividade que representa mais de 90 por cento das receitas fiscais angolanas.