Luanda - O director geral da Maternidade Lucrécia Paim, Abreu Mpecamena, considerou hoje, terça-feira, em Luanda, a impossibilidade ou (falta) de capacidade de procriar de muitos casais como um drama de consequências extremamente nefastas e imprevisíveis que tem provocado frustração e sentimentos de exclusão na sociedade.

Fonte: Angop

O médico fez esta consideração na cerimónia de abertura do workshop sobre "infertilidade e técnicas de procriação medicamente assistida" e referiu que as situações de infertilidade estão frequentemente associadas a alterações emocionais,como ansiedade, depressão, raiva, discórdia e desvalorização pessoal, que podem potenciar factores de desestabilização da relação conjugal.

" A maior parte das pessoas em todo mundo tem expectativas de vida que incluem o exercício da paternidade / maternidade, contudo nem todos os casais que desejam uma gravidez conseguem espontaneamente e necessitam de uma intervenção médica para o fazer", enfatizou.

Referiu que a Organização Mundial da Saúde (OMS)considera a infertilidade como um problema de saúde publica que abrange uma boa parte de pessoas no mundo.

Abreu Mpecamena sublinhou que a perspectiva do cumprimento dos objectivos centrais do programa de acção da Conferencia das Nações Unidas sobre a População e Desenvolvimento garante que todos os indivíduos em 2015 tenham o acesso aos serviços de saúde reprodutiva de qualidade.

O responsável apontou a acessibilidade aos serviços de saúde como um dos grandes desafios do milénio para todos aqueles que estão envolvidos na prestação de cuidados em infertilidade e procriação medicamente assistida.

Para o director da maternidade "Lucrécia Paim", compete aos governos desenvolver e planear estratégias que permitem atingir os objectivos e implementá-los tendo em conta que os cuidados a prestar na área da saúde sexual e reprodutiva compreende um conjunto de serviços, técnicos e métodos que interagindo contribuem de forma global para o bem estar reprodutivo.

O workshop tem como objectivo auscultar as forças vivas da nação, nomeadamente, governantes, parlamentares, políticos, entidades eclesiásticas, membros da sociedade civil, académicos, técnicos e estudantes de medicina.

De etiologia diversificada, a infertilidade conjugal é a incapacidade de engravidar após um ano de tentativa sem uso de contraceptivos.

Oito a 12 porcento dos casais são acometidos por algum tipo de infertilidade e a prevalência desta enfermidade em regiões africanas ultrapassa um terço dos casais.