Luanda - O músico Kelly Jairo, 23 anos, foi detido na tarde de sexta-feira, 19, depois de ter supostamente violado uma fã de 14 anos que conheceu na rede social facebook, uma semana depois de ter actuado no programa Tchilar, exibido de segunda à sextafeira, no canal 2 da Televisão Pública de Angola.

Fonte: O País
Kelly.jpg - 209.54 KBEle destacava-se no meio dos 80 detidos por ser o que mais se preocupava com a sua aparência. Ao notar que as câmaras de filmar e de fotografia estavam direccionadas à sua pessoa, endireitou as longas tranças de postiço de cor amarelo e preto e limpou o brilho que tinha no rosto com as mãos.

Em declarações à imprensa, procurou escamotear a verdade dizendo que estava a ser injustamente acusado pela fã com que tinha uma relação amorosa virtual, por se ter recusado a oferecer uma determinada quantia financeira que lhe havia solicitado alguns dias antes.

“Já tivemos vários encontros presenciais e não aconteceu nada, só que como num destes encontros me comprometi em ajudar com uma determinada soma monetária e não o fiz, foi queixar-me à Polícia de violação, quando isso não é verdade”, justificou.

A entrevista foi interrompida por um dos efectivos do departamento de investigação criminal do distrito da Maianga, por entender que estava a faltar com a verdade. Depois de tal réplica, Kelly Jairo reconheceu que procedia daquela maneira para preservar a sua imagem artística que se encontra em fase promocional e carece da simpatia do público.

Contou que depois de ter anunciado no seu mural (ou página) nesta rede social no programa televisivo conduzido por Benvindo Magalhães, recebeu dezenas de pedidos de amizade de pessoas que gostaram de vê-lo actuar de diferentes idades, entre as quais a adolescente que assumiu a ter violado.

Mesmo tentando esconder a vergonha que se apossou de si, precisou que convencesse a vítima a se deslocar do bairro do Rocha Pinto ao bairro do Cassenda, com o propósito de passarem uma tarde em sua casa.

Achando que seria só mais um encontro, o terceiro, a adolescente seguiu as instruções que lhe foram dadas e ficou numa das paragens de táxi daquele bairro, onde ele foi à sua busca. “Namoramos durante uma semana e só foi no nosso terceiro encontro presencial que tentei seduzi-la sexualmente, mas como ela se recusou a violei. Pronto, falei a verdade!”, exclamou.

O candidato a músico profissional disse que canta nos géneros Rap, R&B e românticas e que tem um vídeo clipe a ser exibido no Canal 2 da TPA. Com a ajuda de um patrocinador, almeja lançar a sua primeira obra discográfica no próximo ano.

“Estava numa fase boa da minha carreira por ter encontrado alguém disposto a financiar o meu disco e a trabalhar afincadamente na promoção da minha imagem. Só que, por causa deste crime, terei que suspender tudo temporariamente visto que daqui em diante a Justiça vai fazer o seu trabalho e eu continuarei a pedir a Deus que não me abandone”, desabafou.

Para além dele, foi ainda apresentado um cidadão acusado de violar a irmã mais nova da sua mulher, de 13 anos, no dia 17 de Setembro, com quem vive há vários anos no município de Cacuaco. “Estávamos prestes a ter relações sexuais quando fomos apanhados pelo tio delas que denunciou o acto à Polícia. Só que não cheguei a cometer o crime de que sou acusado, conforme ela pode confirmar”, contou, assumindo que tinham uma relação amorosa escondida há já algum tempo.