Luanda - Duas emissoras em Luanda ocupam lugares cimeiros nas transmissões online, via Internet, acompanhando assim a evolução do Mundo moderno no que diz respeito ao uso das novas Tecnologias de Informação e de Comunicação.

Fonte: Semanário Angolense

Trata-se da Emissora Católica de Angola, conheci- da por Rádio Ecclésia, e da Radio Despertar, revela uma pesquisa tornada pública nesta quarta-feira pelo Centro de Integridade Pública (Centro – IP), uma organização sem fins lucrativos, que tem por objectivo a investigação, fiscalização e a denúncia de actos contra a integridade pública em Angola. Com apenas três páginas, o estudo, coordenado pelo jornalista Coque Mukuta, revela que a Rádio Ecclésia e a Rádio Comercial Despertar são as emissoras que mais se têm empenhado em manter regularmente as suas emissões online, diferenciando-se das de- mais estações radiofónicas, sobretudo as suportadas pelo Orçamento Geral do Estado (OGE), no caso as do grupo Rádio Nacional de Angola (RNA).

As rádios públicas, segundo o estudo do Centro-IP, são as que menos investem neste capítulo. Em consequência disso, muito dificilmente os meios de comunicação social estatais poderão atingir um número maior de audiência, já que, actualmente, vá- rios cidadãos do mundo inteiro se queixam da impossibilidade de acompanhar uma transmissão radiofónica tradicional em AM (Amplitude Modulada) ou em FM (Frequência Modulada). O relatório do Centro de Integridade Publica considera, por outro lado, que os sites interactivos têm sido a alternativa para o alcance da diversidade de audiência, uma vez que com um simples clique, mesmo num celular, lá onde estiver, qualquer um se pode manter informado com notícias escritas ou faladas. Aliás, as transmissões online permitem maior dinamismo aos jornalistas e às empresas de comunicação para o alcance daquilo que o estudo chama de ‘«eficiência e eficácia informativa».

O Centro - IP partilhou alguns dados comparativos colhidos nos sites de cada uma das emissoras, com a Rádio Ecclésia a surgir como a que melhor explora as novas tecnologias para a divulgação dos seus conteúdos informativos, quer em termos qualitativo como na actualização das notícias diárias. Por exemplo, baseando-se em informações obtidas junto dos técnicos informáticos da Emissora Católica de Angola, o estudo em questão concluiu que uma das razoes que faz com que a «Ecclésia» explore melhor as novas tecnologias para a divulgação dos seus conteúdos informativos estará no facto de ela utilizar um computa- dor de mesa (administrativo) com capacidade técnica avançada, enquanto a sua concorrente directa, no caso a Rádio Despertar, emite e actualiza as suas notícias num computador portátil com menos capacidade técnica.

Caso da Despertar

A Rádio Despertar tem as suas emissões duplicadas semi-regulares no seu próprio site (www.radiodespertarangola.net) e num dos links ligados ao grupo Rádio Nacional de Angola, que se identifica por Canal A, relata o documento. A pesquisa argumenta que, ‘«sem qualquer explicação técnica», a Despertar emite mui- tas vezes com bastante ruído, além de não conseguir manter a actualização dos seus textos jornalísticos, por ter a sua emissão num computador portátil sem capacidade aceitável, tal como revelou o técnico e responsável cibernético da emissora ligada ao Galo Negro. Pouco investimento

Segundo o estudo, por seu lado, o Grupo Rádio Nacional de Angola possui um site sem actualização regular das suas notícias, limitando-se a inserir poucos conteúdos de forma esporádica, não tendo transmissão online da sua emissão sonora. O mesmo acontece com as rádios Luanda, FM Estéreo, Cinco, Escola, Via- na, Cazenga e Cacuaco, todas elas agrupadas no site da emissora pública. A rádio Luanda Antena Comercial, mais conhecida por LAC, é outra que possui um site sem qualquer actualização e quase inoperante. Por último, o relatório do Centro de Integridade Publica constata um pormenor, no mínimo, curioso e interessante: à excepção da Rádio Despertar, todas as emissoras incluindo as que estão fora de Luanda, transmitem via satélite, por gentileza do grupo Sapo Angola (no link www.radiosonline.sapo.ao). Contudo, o estudo não revela as causas da exclusão da «Despertar» do pacote da Sapo.