Lisboa – A portuguesa Opex acaba de ganhar o projeto de implementação da Bodiva, a Bolsa de Valores angolana. O mercado pode arrancar a 30 de novembro próximo

Fonte: JN
PCA da Bovida.jpg - 63.45 KBA Opex – Sociedade Gestora do Mercado de Valores Não Regulamentado foi contratada para implementar a Bolsa de Valores de Luanda, soube o OJE junto de Luís Rodrigues, o presidente da gestora. Fontes bancárias locais já haviam avançado ao OJE que a Bodiva, Bolsa de Dívida e Valores de Angola deverá arrancar a 30 de novembro com a transação de dívida pública.

Por seu lado, Luís Rodrigues adiantou que a Opex irá implementar no país o sistema de negociação, liquidação e custódia, formando ainda as equipas locais. Do caderno de encargos deste contrato fazem ainda parte os projetos relativos ao desenho de regras e normativo de todos os mercados regulamentados de Angola. Recorde-se que a entidade de supervisão local, a CMC (equivalente à portuguesa CMVM) tem feito um trabalho de base, nomeadamente regulamentos sobre emitentes e outros documentos jurídicos imprescindíveis para o arranque do mercado.

As mesmas fontes bancárias acreditam que o mercado de Valores de Angola será um sucesso. Afirmam existir apetência, investidores, liquidez e um conjunto de intermediários que estão em fase de formação, enquanto já há “market makers” para assegurarem a profundidade do mercado de dívida.

O mercado de dívida pública será o primeiro a cotar, devendo seguir-se as obrigações de caixa, com a banca a aproveitar o natural fluxo de capitais e a apostar na desintermediação e, por fim, a dívida corporativa. Uma das emissões de dívida mais faladas foi criada para responder às dívidas das entidades públicas angolanas às construtoras portuguesas.

Esta dívida está maioritariamente colocada junto da banca, que vê com bons olhos a dispersão em mercado e o forte potencial de ganhos, perante a apetência demonstrada por investidores.

O mercado acionista poderá arrancar dentro de meses, possivelmente no 1º semestre de 2015, já que embora exista um número razoável de empresas para cotar, haverá outras que ainda terão de alterar os procedimentos contabilísticos e melhorar a nível de auditorias. O lançamento do mercado acionista poderá acontecer com grande parte dos bancos, e ainda com grandes empresas como a Movicel, Unitel e Refriango. Contrariamente ao que tem sido anunciado, a Sonangol não está neste lote enquanto não houver legislação de enquadramento a nível de privatizações.

O potencial interesse dos investidores pode ser aferido pelas condições oferecidas em Angola a nível de outros produtos financeiros. A taxa de juro bruta anualizada para um depósito a prazo convencional acima dos 180 dias oscila entre os 3% e os 3,5%, enquanto os cupões de dívida soberana oscilam entre os 5,5% e os 5,75%. Fontes locais afirmam que o mercado irá facilmente assimilar o conceito bolsista, que é praticamente um “copy paste” do modelo português.