Maputo - Os resultados parciais preliminares das eleições gerais desta quarta-feira em Moçambique dão clara vantagem ao partido Frelimo e ao seu candidato presidencial Filipe Jacinto Nyusi.

Fonte: Club-k.net

Contagens preliminarea concluída na noite desta quarta-feira em cada assembleia de voto foi a referente as presidenciais, com indicação de larga vantagem do candidato da Frelimo, Filipe Nyusi, que na maioria das mesas lidera a contagem com cerca de dobro dos votos atribuídos ao candidato da Renamo, Afonso Dhlakama, e aproximadamente cinco vezes mais que o candidato do MovimentoDemocrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango.

Cai por terra a possibilidade de uma segunda volta

Ainda que parciais, importa salientar que os dados que lançamos são resultado do cruzamento da contagem preliminar já disponibilizada em várias assembleias de voto espalhadas pelos diferentes círculos eleitorais do país, com destaque para Maputo, Zambézia, Nampula e Sofala, onde as eleições geralmente tem sido seguidas com maior interesse.

Nampula (norte) e Zambézia (centro) são os maiores cículos eleitorais do país, juntas com cerca de 40 porcento do universo de potenciais eleitores inscritios para estas quintas gerais e segundas provinciais. Maputo (sul) e Sofala (centro) são círculos eleitoresque conservam as suas tendências decidadãos em relação a processos de democratização do país.

Algumas correntes de opinião pública ao analisarem o cenário das presidenciais vaticinaram a realização de uma segunda volta, uma tese que quase ganhou consistência com o início da campanha eleitoral do candidato da Renamo, Afonso Dhlakama. Quase chegou a tornar-se uma crença nestas eleições que o candidato da Frelimo, Filipe Nyusi, não conseguiria ultrapassar a barreira dos 50 por cento dos votos,o que implicaria a sua ida a suposta segunda volta nomeadamente com o candidato da Renamo, Afonso Dhlakama.

Uma possibilidade que agora que iniciou a contagem parcial preliminar dos votos coloca-se completamente afastada da realidade.

Frelimo pode voltar a deter maioria absoluta no parlamento

Analisando a tendência dos votos com comparação as eleições passadas, tudo indica que o partido Frelimo pode ter recebido uma proporcionalidade aproximada dos votos atribuídos ao seu candidato presidencial. Se essa dialéctica prevalecer e assumindo como definitiva a vantagem que o candidato da Frelimo já leva sobre seus oponentes, implica que não será desta vez que a Frelimo perderá o poder de decisão no parlamento moçambicano, onde nos casos de falta de consenso entre as bancadas impera o voto da maioria. Isso seria muito benéfico a Frelimo e ao seu candidato, permitindo continuar a deter maiores facilidades de governação, o que de certa maneira é salutar para o processo contínuo de desenvolvimento do país, ainda que essa não seja a posição dos críticos.

AR contrinuará tripartidarizada

Os resultados parciais preliminares até aqui divulgados não dão qualquer possibilidade de ascensão ao parlamento de outros partidos concorrentes a estas eleições, com excepção da Frelimo, Renamo e o MDM.

Isso confirma que o parlamento moçambicano continuará tripartidarizado pela Frelimo, Renamo e o MDM, repetindo-se o cenário que decorreu das eleições de 1999. Urge assinalar que a própria organização para o processo é fundamental para uma conquista.

Se não veja: durante todo o período reservado a campanha eleitoral apenas a Frelimo e um pouco a Renamo e o MDM tiveram aparição regular e devidamente apresentada. Os outros concorrentes quase que não existiram.

Até nos espaços de antena a si reservados na mídia pública vezes sem conta falharam a presença. E dificilmente podia-se esperar outro resultado diferente dessa realidade. A única inquietação reside no facto de se ter desperdiçado fundos públicos com o financiamento desses partidos que nenhum resultado foram capazes de trazer a sociedade moçambicana.

Maior acesso a TIC’s viabiliza rapidez na divulgação de resultados

A contagem parcial preliminardas legislativas e assembleias provinciais em muitas assembleias de voto só iniciou esta madrugada.

A Comissão Nacional de Eleições promete começar a divulgação dos resultados parciais preliminares a partir desta quinta-feira, menos de 24 horas após o encerramento das urnas (18 horas locais).

A velocidade com que a CNE pretende iniciar a divulgação das contagens parciais preliminares é suportada pelo acesso massivo de meios de digitação e transferência de dados (telemóveis e computadores) em todos os distritos, postos administrativos, localidades, até as povoações, o que no passado recente não era possível.

Fraca afluência de eleitores

Do cruzamento da informação parcial preliminar já disponibilizada em várias assembleias de voto espalhadas pelos diferentes círculos eleitorais do país, com destaque para Maputo, Zambézia, Nampula e Sofala, é possível apurar que repetiu-se o fenómeno de elevada abstenção nas quintas eleições gerais (presidenciais e multipartidárias) e as segundas das assembleias provinciais.

A presença de cidadãos nos postos de votação as primeiras horas do dia não passou de uma ilusão àquem acreditou que as presentes eleições tiveram uma maior participação. A diferença com os pleitos anteriores não deve ultrapassar 10%. Mesas com 800 eleitores inscritos a participação não atingiu 300 votos.

*Luis Nhachote