Benguela - Os féis entendem sinais dos tempos como factos e acontecimentos cruciais que antecedem o juízo final; são momentos de preocupação, alegria, emoção devoção, alerta máxima e expectativa por causa da segunda vinda de Jesus Cristo. A prontidão é a chave para a salvação.

Fonte: Club-k.net

A nossa analogia far-se-á aos factos e acontecimentos no cenário político angolano, que inequivocamente ilustram sinais dos tempos, tempos difíceis, agitação, “instabilidade económica” e crises políticas internas porquanto os indicadores estão aos nossos olhos em cada pôr-do-sol.


O “todo-terreno” camarada presidente demonstrou mais uma vez que é o volante de toda agenda política nacional e governativa. Faz o jogo, cria factos, manda e executa “levianamente”, maioria rende-se aos seus conteúdos "públicos".

Presentemente a maior discussão é a indefinição das autarquias locais, que preocupam alguma oposição e a “rude” sociedade civil, enquanto os seus seguidores aplaudem incansavelmente.

Este adiamento tem “barbas suficientes”. Reparem que o partido no poder programou congresso extraordinário sem possibilidade de eleição dos seus órgãos directivos e poderá realizar o congresso ordinário apenas, posterior a 2017.

Foram sinais bastantes que autarquias locais não teriam data ou seriam depois de 2017, pois, que, o nosso país depende da sina do partido no poder.
Porque se houvesse vontade política logo após as eleições gerais de 2012, a máquina legislativa, operativa e outras indispensáveis para o processo autárquico estariam a trabalhar a todo vapor.

Porém, quer a oposição e o MPLA adormeceram muito e agora despertaram com maior visibilidade, embora a maioria dos partidos de ocasião esteja na bancada a assistir o espetáculo. O sono profundo prejudicou o país, e às vezes dava sensação que não tínhamos partidos em Angola.

O nosso processo eleitoral iniciara em 1992, teve um interregno forçoso de 16 anos. Regressou em 2008 e procura seguir o seu percurso normal. No entanto, nunca realizarmos as autarquias locais, o temor talvez seja compreensível, é sinónimo de divisão do poder. Mas a exigência da sua implementação deverá ser contínua é interminável.

Quando o partido no poder tiver a fábrica eleitoral em funcionamento galopante apanhará a oposição dorminhoca, tal como em 2008. É uma estratégia não publicar agenda política eleitoral do país, para depois apanhar os distraídos, distraídos habituais.

“Em 2013 e no primeiro semestre de 2014, as receitas fiscais provenientes do sector petrolífero baixaram ligeiramente, devido à queda da produção em dez por cento do programado, que, como sabem, é de 1 milhão e 815 mil barris/dia. Pensamos começar a inverter esta trajectória no próximo ano”.José Eduardo dos Santos.

Este é um sinal de alarme que foi accionado, é que deve merecer atenção especialíssima. Porque toca na instabilidade económica e financeira, no bolso e na barriga, que não registem à fome!

No início da década de 2000, tivemos um boom do preço do petróleo e o nosso Orçamento Geral do Estado (O.G.E) era superavit, foram anos de glórias! Contudo, parece que ninguém explicou o destino do remanescente. Confundiu-se crescimento económico com desenvolvimento económico.

Nos finais desta mesma década, a crise financeira e económica abalaram o O.G.E, e as vozes de costume saíram a público que nada nos afectaria, e mais tarde, renderam-se, Angola não é uma ilha. Por isso, devemos diversificar a economia (agriculta a alavanca), foi assim, que caminhou o discurso político. E praticamente nada saiu da boca.
Alguns observadores entendem que nunca houve em Angola "estabilidade económica", os discursos oficiais sempre ocultaram a realidade socio-económica, a incapacidade de gestão de recursos naturais e a distribuição dos rendimentos nacionais aos “privilegiados, criando a ilusão que estávamos no bom caminho.
O.G.E sempre alicerçou-se sobre o petróleo, a sua produção e a venda no mercado internacional pois agora com as dificuldades, caímos na real.


É verdade, que muitas realizações foram feitas de impacto nacional positivo, paradoxalmente muito mal também foi feito. Não se entende que a falta de electricidade é ainda uma doença crónica que impossibilita o desenvolvimento económico, quando construímos estádios e pavilhões para diversão a correr.

Parece que no futuro breve teremos austeridade, o Estado está endividado até aos dentes, a diversificação da economia é falácia enfim, muitos sinais que o tempo difícil se aproxima. Logo, esses sinais não devem ser ignorados.

Domingos Chipilica Eduardo.