Luanda - “Que a criança, se divirta, caia cem vezes por dia, tanto melhor, aprenderá mais cedo a se levantar” – Jean Jacques Rousseau

Fonte: Club-k.net

Procurar instruir um ser humano na vida adulta é uma das tarefas mais complicadas para um instrutor quando a base do mesmo foi construída com fissuras. O ditado de origem Portuguesa “é de pequeno que se torce o pepino” é uma forma de explanar uma realidade confessa de que quanto antes melhor.

O homem, antes de assim ser considerado, passa por vários estágios de crescimento: Criança, adolescência e a vida adulta. É necessário moldar bem, viver e aprender o quanto for necessário nas fases que antecedem ao estágio de vida adulta. Carlos Byington disse: “ O desenvolvimento não se faz em linha recta e sim por crises. Não há desenvolvimento fora dos sofrimentos e alegrias, sucessos e fracassos, satisfações e frustrações, progressões e regressões do processo existencial”.

Uma criança bem-educada será seguramente um adulto mais bem preparado, capaz de entender que é necessário crer para se ter, lutar para se ganhar. Existem várias formas de se educar uma pessoa/criança. É necessário também ter em consideração que nem sempre formar é educar, mas educar é sem sombra de dúvidas educar.

Sendo o processo da formação de outrem um processo difícil, no qual exige muita paciência, e também pelo facto de que, muitos de nós que educamos não tivemos privilégios educacionais torna no entanto o factor transmissão mais complicado ainda, porque não se dá o que não se tem, e acredito que a literatura apropriada facilitará de maneira eficaz o que pretendemos.

Uma forma simples, facilitadora e eficiente poderá ser encontrada também no desenvolvimento do gosto pela leitura na mais tenra idade. Ler para uma criança é uma actividade que há já algum tempo tem sido banalizada. Muitas vezes podemos nos perguntar: O que ler? Se queremos ler para formar, educar, acredito eu, que não existe melhor literatura do que os contos, as fábulas e os provérbios. Esse tipo de literatura em si transportam factores morais nas entrelinhas e no final, importantes para o desenvolvimento cognitivo e formação de uma personalidade. O saber o que é certo ou errado, moral ou imoral, é uma das ferramentas eficazes para a formação de uma personalidade. É certo que os conceitos da moralidade e a imoralidade estão separados por regras impostas numa determinada sociedade, porque nem tudo que é moral para um determinado grupo, é moral para a maioria e nem tudo considerado imoral por um grupo, assim o é por outro grupo. Factores religiosos e étnicos fazem parte deste imbróglio moralidade versus imoralidade. O pai que desvirgina uma filha, para algumas sociedades é visto totalmente como uma imoralidade mas para algumas é totalmente diferente. É todo um conjunto de sistemas vigorizados num determinado grupo ou sociedade. Há princípios educacionais padronizados, tal como saudar, agradecer, despedir… estes são meios que usados no menu educacional de uma criança desde tenra idade nos darão garantias de ser humano formado e educado. É certo que “mostrar como se faz” é sempre bem melhor do que “dizer como se faz”. Da teoria à prática, das palavras às acções, é “remate de baliza aberta” para a formação de uma personalidade enquanto fértil porque as chances de ser golo são mais claras e evidentes.

Os contos, as fábulas e os provérbios trazem mais da cultura de um determinado povo do que qualquer outra forma de ensinamento quer seja nas sociedades citadinas ou rurais. Mostrar os resultados de uma tentativa falhada ajuda a desbloquear e evitar futuras tentativas frustradoras. Paciência é uma ferramenta que devemos levar sempre que o factor for educar. Já dizia o psicólogo Jean Jacques Rousseau:

“A instrução de uma criança é um ofício em que é necessário perder tempo, a fim de ganhá-lo”.

                                                           

                                                                                    Edson Nuno a.k.a Edy Lobo’14

                                                                        Licenciado em Língua e Literatura Inglesa