Luanda - A poupança tem sido uma problemática para muitos países , mormente para os países emergentes, com um rendimento médio percapita baixo.

Fonte: Club-k.net 

Podemos definir como poupança o remanescente do rendimento que não é consumido ou utilizado na realização de uma determinada despesa.

O nível de poupança, têm uma estreita relação com o rendimento auferido, pois quanto maior for o rendimento, maior é a probabilidade de se efectuar poupança, e quanto menor for o rendimento, menor é a probabilidade de se poupar, visto que grande parte do rendimento é canalizado para o consumo.

A poupança constitui indubitavelmente um papel fulcral e de extrema relevância para as economias, pois podemos apontar um efeito em cascata que será o seguinte: quanto maior o índice de poupança liquida positiva numa determinada economia, maior será o nível de capital nas instituições financeiras (bancos) disponível para o financiamento no sector produtivo que acabará certamente por se reflectir numa elevada produtividade e produção.

Causa do Baixo nível de poupança na Economia Doméstica Angolana

Em Angola os baixos níveis de poupança têm causas diversas, das quais podemos destacar as seguintes:

• Baixo rendimento percapita, que faz com que grande parte do rendimento seja canalizado para o consumo;

• Elevado custo de vida, visto que o país apresenta uma elevada dependência das importações;

• Os atrasos dos salários ou ordenados é muita das vezes apontado em alguns dos casos como um forte motivo pois, os funcionários são obrigados a recorrer as outras fontes ou empréstimos que no final são obrigados a pagar com juros altos.

• A elevada taxa de pobreza também é um forte motivo, visto que quase 45% da população vive abaixo do limiar da pobreza;

• Ausência da cultura de poupar também é um forte motivo devido a factores históricos, económicos e políticos que o país viveu e que acabaram por corroborar fortemente;

• O consumismo compulsivo e falta de educação financeira familiar, é um outro factor de realce, pois as despesas são realizadas sem ter em conta as receitas no fim do mês, e muita das vezes quando o ordenado é recebido já se incorreu a muitos “kilapis2” numa linguagem mais popular.

No entanto numa fase em que os rendimentos cada vez tornam –se mais escassos na economia, existe a necessidade de efectuarmos escolhas racionais tal conforme a célebre frase em economia, “os recursos são escassos e as necessidades ilimitadas”. Importa trazer ao de cima este hábito de poupar e criarem –se programas e mecanismos que incentivem a poupança na Economia Angolana, visto que com a estabilidade da economia e a redução gradativa das taxas de inflação o kwanza começa ganhar níveis aceitáveis de confiança e desta forma os salários não serão tão corroídos.

Assim como já foi acima aflorado, podemos afirmar que não existe poupança em Angola, ou caso haja, a mesma se apresenta a níveis muito baixos, torna –se imperioso incentivar a poupança. Destarte, os bancos possuirão maior disponibilidade financeira para garantir o investimento na economia, maior oferta de trabalho e consumo que são factores chaves para acelerar a diversificação e garantir o crescimento da economia Angolana.