Nuremberga - A República de Angola pode nos próximos dois anos produzir o seu primeiro soro antiofídico para o tratamento de mordedura de cobras - anunciou sexta-feira, em Nuremberga (Alemanha), o toxicologista angolano Faustino Rodriguez.

Fonte: Angop

De acordo com o médico, que está a apresentar este projecto na Feira Internacional de Ideias, Inovações e Novos Produtos (IENA), o Centro de Informação de Medicamentos e Toxicologia (CIMETOX) da Faculdade de Medicina da Universidade Lueji A'Nkonde já tem concluído estudos sobre as principais espécies de cobras venenosas no país.


Indicou que os estudos incidiram sobre a Mamba Preta, Mamba Verde e a Naja Anchiatae, espécies de cobras mais venenosas.


Nós em Angola não temos um soro produzido com os estudos e as características das nossas cobras, usando apenas antídotos provenientes da África do Sul e da Índia, daí a razão de muitos casos resultarem em mortes", explicou.

O centro, que funciona sem interrupção, tem a missão de fornecer informações sobre medicamentos agrotóxicos, a tóxico-dependência, animais venenosos, produtos químicos industriais de limpeza e realiza investigação nas áreas de laboratório e ambiente.


Geralmente o processo de produção do soro antiofídico consiste na aplicação de pequenas doses de veneno no cavalo. Neste período, o seu organismo produz anticorpos contra o veneno. Depois sofre uma sangria e os anticorpos são separados por centrifugação do sangue que sofre liofilização (remoção de água).


Estatísticas do centro indicam que de 2013 a 2014 foram registados 640 casos de pessoas picadas, com idades entre o zero e 60 anos, sendo a província de Malanje a mais afectada, com 291. As menos afectadas são as de Cabinda e Moxico com um caso cada.