Nova Iorque – O mau uso do erário público pelos responsáveis das instituições estatais continua a dar que falar. Já lá vão quase três anos desde que o embaixador de Angola na República da Guiné Conakry, Eduardo Ruas de Jesus Manuel, mais conhecido por “Manuel Ruas”, apropriou-se de um valor de 60 mil dólares norte-americanos, proveniente do orçamento atribuído aquela missão diplomática pelo Estado angolano.

Manuel Ruas apodera-se de Usd 60 mil da embaixada angolana

Fonte: Club-k.net
Embaixador Manuel Ruas.jpg - 22.47 KBO Club K soube que o valor acima referenciado foi subtraído – seis meses após a sua nomeação (a 28 de Junho de 2011) pelo Presidente da República – do cofre da embaixada angolana naquele país com o fito de custear a renda de uma residência oficial para o embaixador Manuel Ruas, na qualidade de chefe da missão diplomática.

A movimentação do referido valor [60 mil dólares] da conta n.º 2/001/004052/08 USD (da embaixada angolana) foi autorizada, na altura, pelo próprio Manuel Ruas, depois de [o mesmo] efectuar uma visita guiada – em companhia da esposa e filha – a referida residência, localizada numa zona nobre da cidade de Conakry.

No entanto, a 20 de Dezembro de 2011, a embaixada de Angola na Guiné Conakry, através da nota n.º 007/2011, ordenou a direcção do International Commercial Bank S.A (Banco Internacional do Comércio S.A) a transferir 60 mil dólares para a conta nº21101661701 USD, do Banque Populaire Maroco Guineenne (Banco Popular Marroco Guineense) a favor de Diallo Mamoudou Guisse (identificado como proprietário do imóvel). Por sua vez, o International Commercial Bank S.A confirmou a efectuação da operação a 05 de Janeiro de 2012.

De regresso a Conakry (a 10 de Janeiro de 2012), Manuel Ruas mostrou-se desinteressado com a sua futura residência e decidiu – de livre espontânea vontade – pôr fim ao negócio, exigindo pessoalmente o reembolso dos 60 mil dólares pago pela embaixada, como esclarece o mesmo numa missiva (em nossa posse) datada a 15 de Março de 2013, que transcrevemos apenas alguns parágrafos:

“(…)Porém quando cheguei na Guiné para apresentação de credenciais, fui visitar a referida casa e não gostei. Pedi que fosse negociado o reembolso do dinheiro pago adiantadamente e, como o proprietário tem um primo e seu sócio que vive e trabalha em Angola, sr. Mohamed Diallo, aceitou a proposta mas sob condição dos valores serem entregues em Luanda e a proposta que foi aceite”, pode-se ler num dos parágrafos.

Continuando:
“Realmente o senhor Mohamed Diallo procurou-me e devolveu os 60 mil dólares, que por razões de segurança na transportação ainda não fiz chegar aos cofres da embaixada.”

Sabe-se que depois de receber os referidos valores do aluguer da casa, ainda em Janeiro de 2012, em Luanda, o embaixador Manuel Ruas não os fez – até a presente data – chegar aos cofres da missão diplomática que dirige. Situação que tem vindo a intrigar os funcionários deste séquito que almejam meramente saber “o que o mesmo fez com este valor”.

Sabe-se que a embaixada angolana na Conakry teve que arranjar novamente outros valores para custear a renda de uma outra residência para o mesmo a que preço quase semelhante. O Club K voltou a contactar, telefonicamente, o embaixador mas sem sucessão.