Lubango – Quase centenas de efectivos da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) do Comando Provincial da Huíla, invadiram no domingo (16/11) – em pleno culto – as instalações da Igreja Josafat, na cidade de Lubango, causando pânico aos fiéis que assistiam euforicamente o culto. Em reacção, o Ministério da Cultura – através de um comunicado tornado público – diz que a acção policial foi legal, garantindo que “a Josafat é uma instituição religiosa ilegal”.

Fonte: Club-k.net
Igreja.jpg - 104.82 KBSegundo os presentes “a polícia invadiu a igreja durante o culto na presença de crianças, mulheres grávidas e idosos”, efectuando disparos com “armas de guerras” à queima-roupa contra os crentes da igreja.

“Inicialmente, no local, a polícia atirou-nos granadas de gás tóxico e depois começaram a agredir-nos com porretes”, revelou uma das testemunhas, acrescentando que durante o distúrbio os “homens da farda azul” destruíram igualmente o património (cadeiras de plástico e mesas) da antiga igreja Manã.

Após a brutal acção que durou quase meia hora, a polícia huilana deteve os representantes daquela igreja, efectuando ainda apreensão dos equipamentos electrónicos (aparelho de som, vídeo e computadores, microfones etc.). Não se sabe ao certo se houve registo de pessoas feridas ou mortas.

Por outro lado, o Club K apurou que os representantes da igreja Josafat foram apresentados nesta quarta-feira (19) ao tribunal provincial da Huíla para um julgamento sumário. Mas por falta de provas palpáveis, o tribunal adiou a audiência, ordenando o Ministério Público a reunir mais provas.

Já na quinta-feira, 20, em defesa da acção maléfica da polícia nacional, o Ministério da Cultura tornou público (em Luanda) um comunicado onde repudiava o comportamento incorrecto de membros da Igreja Josafat contra a polícia na província da Huíla. Segundo o documento “os fiéis da referida igreja haviam sido aconselhados antecipadamente a não reunirem sem a previa autorização das autoridades competentes”.

“Esta atitude de alguns membros da Josafat não nos surpreendeu, já que desde o seu aparecimento fomos confrontados com práticas pouco abonatórias, o que nos faz reviver as posições comportamentais da extinta Igreja Maná de Angola perante o Estado Angolano e as suas instituições”, lê-se no comunicado.

O ministério adianta que a denominada Josafat é uma instituição religiosa não reconhecida pelo Estado Angolano e resulta da Maná Igreja de Angola, extinta pelo Estado Angolano, através do Decreto Executivo 6/8 de 25 de Janeiro.

“Constata-se que o Património da extinta Igreja Maná Cristã tem vindo a ser utilizado pela Igreja Josafat, para a realização das suas actividades”, acresce. O Ministério da Cultura apela a todos os crentes a pautarem a sua postura no sentido da garantia da paz e da harmonia social e a respeitar os órgãos do Estado.