Luanda - O Director do APOC (Programa Africano de Luta contra a Oncocercose), Jean-Baptiste Roungou, conversou terça-feira, com o ministro da Saúde, José Van-Dúnem, sobre os progressos e obstáculos para a eliminação desta doença no país.

Fonte: Angop

A audiência marcou o segundo dia da visita oficial de Roungou à Angola e foi igualmente assistida pelo Representante em Angola da OMS, Hernando Agudelo, e pelos peritos do APOC e da OMS no país que acompanham esta missão.

Durante o encontro, as duas partes discutiram as estratégias para o aumento da cobertura das intervenções de combate à Oncocercose em Angola até finais de 2015, tanto em termos geográficos como terapêuticos, e como conjugar esforços para um melhor desempenho.

A OMS recomenda uma cobertura terapêutica de 80 porcento e uma cobertura geográfica de 100 porcento das áreas afectadas pela «cegueira dos rios», como garantia para a eliminação desta doença nos países endémicos.

O Director do APOC sublinhou que o reforço da coordenação nacional e das capacidades, incluindo uma melhor gestão de dados, são alguns dos desafios que podem permitir melhores resultados na eliminação da Oncocercose e no controlo das doenças tropicais negligenciadas, em Angola.

Durante a audiência com o Ministro da Saúde, Jean-Baptiste Roungou considerou que a sua visita também se enquadra nos esforços desenvolvidos pelo Director Regional da OMS, para que os líderes africanos da saúde concedam mais importância às doenças tropicais negligenciadas.

«De 2003 a 2014, o APOC investiu cerca de cinco milhões de dólares em Angola para o combate à Oncocercose. Hoje, precisamos de mais recursos, para a nossa luta, e a África olha com muita expectativa para o desenvolvimento e a estabilidade de Angola», disse.

Jean-Baptiste Roungou também realçou o apoio do sector privado, referindo que «o APOC definiu uma estratégia para estimular o financiamento directo das actividades no terreno e obter melhores resultados para a eliminação da Oncocercose nos nossos países».

Em resposta, o ministro da Saúde destacou que o APOC oferece aos países africanos uma oportunidade para reforçar os programas nacionais contra as Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN’s), quer em termos de recursos humanos, quer na melhoria dos indicadores de desempenho e no reforço de parcerias públicas e privadas, assim como numa definição mais clara dos seus objectivos.

Tanto o Ministério da Saúde de Angola como o APOC concordaram em acelerar os esforços contra a Oncocercose e as DTN’s até finais de 2015, incluindo na actualização da cartografia de Angola, por forma a definir o impacto socioeconómico destas doenças.

Em Angola, Jean-Baptiste Roungou está a manter contactos com membros do governo, ONGs, empresas do ramo petrolífero e das telecomunicações, a FESA (Fundação José Eduardo dos Santos) e visitará a província do Cuanza Norte, hoje, quarta-feira, e quinta-feira.

O APOC foi lançado em 1995, com o objectivo de eliminar a Oncocercose como um problema de saúde pública na região africana e as suas actividades em Angola começaram em 2005. Desde então, o país tem estado a implementar a estratégia recomendada pelo APOC que consiste no Tratamento Massivo com Ivermectina, sob Direcção Comunitária (TIDC).

Em Angola, a Oncocercose é endémica em 9 das 18 províncias e em 44 dos 161 municípios, com mais de 2,5 milhões de pessoas em situação de risco. Com o apoio do APOC, o país está a implementar oito projectos .