Paris - "O momento actual ainda é de pobreza, de democracia limitada, de má governação, de elevado desemprego (26%), de autoritarismo, corrupção e falta de transparência e do divórcio económico com aeconomia não petrolífera, sem pormos de parte o culto pelo favoritismo familiar, partidário ou amiguista, o tráfico de influências, o excessivo peso do Estado na economia com a sua atitude paternalista sobre a sociedade, criando um espírito de dependência e passividade nos pacatos cidadãos", Lê-se no comunicado do Presidente da Casa-Ce e que transcrevemos na íntegra:

 

Fonte: Casa-Ce

 

CASA-CE
Convergência Ampla de Salvação de Angola
GABINETE DO PRESIDENTE

MENSAGEM A 1ª REUNIÃO DE REPRESENTANTES DA CASA – CE NA EUROPA

Ao Companheiro EMMANUEL FRANCIS MAYASSI (Patriota Liberal) Coordenador Geral da CASA CE na Europa.
Aos Companheiros Silvin Nzambi – Alemanha; João António José – Belgica; Fernando Silva – Holanda; Nelson Manuel Francisco – Noruega; António Correia – Portugal; João Pedro Mbunga – Suiça; António Maria Ferreira de Assunção - Reino Unido.


A todos os companheiros oriundos dos diversos Países Europeus e partícipes da primeira reunião de representantes da CASA – CE na Europa. 


Aceitem, em meu nome pessoal, no da minha família e de todos os membros do Conselho Presidencial da Convergência Ampla de Salvação de Angola, CASA – CE, as nossas sinceras saudações patrióticas e efusivos votos de boa saúde e bem estar, para Vós, extensivas as Vossas digníssimas famílias e companheiros.


No momento em que realizais a Vossa 1ª reunião de representantes na Europa, depois do adiamento, por razões de força maior, da conferência Internacional da CASA – CE, que estava prevista para Novembro deste ano, cumpro o dever de enviar – vos esta mensagem de encorajamento e reavivamento das bases que levaram a criação da nossa coligação e que justificam o papel fundamental que somos chamados a desempenhar no futuro do nosso País a breve trecho.


Apôs anos de luta anti – colonial protagonizada pelos três movimentos de libertação Nacional, Angola nosso País, conquistou a independência nacional a 11 de Novembro de 1975. Esta, ocorreu num contexto de exclusão politica, de disputa do poder e de contradições supostamente ideológicas entre os autores.

 
O dia 31 de Maio de 1991, representou o renascer da esperança de todos os angolanos, pois foi no rescaldo da assinatura dos acordos de BICESSE, os quais, também marcaram a viragem para o surgimento do novo contexto político baseado nos princípios e nos valores do pluralismo democrático, do estado de direito e de uma economia de mercado e, de livre iniciativa.


Infelizmente, mais uma vez, o sonho de uma vida em paz, de liberdade, de fraternidade e de igualdade foi sol de pouca dura. O país voltou a mergulhar na conflitualidade fratricida entre irmãos, que só veio a ter fim em 4 de Abril de 2002, depois de mais um fracasso na aplicação dos acordos de Luzaka, assinados a 20 de Novembro de 1994.


O advento da Paz em Angola, em 2002, representou um momento soberano de renascimento da Pátria e a oportunidade ímpar para todos os angolanos, juntos iniciarem a construção da nova Angola, que se queria de fraternidade, de liberdade e de igualdade de oportunidades independentemente da origem geográfica, da raça, da etnia, da religião ou da condição social do angolano.
Volvidos dez anos apôs a conquista da Paz, Angola tem sabido consolidar a Paz militar, com excepção da tensão de baixa intensidade que se vive na província de Cabinda.


Angola tem procurado identificar as bases patrióticas para sustentar e promover uma verdadeira reconciliação entre todos os angolanos.
Angola tem feito face ao acelerado retrocesso na assunção e na efectiva implementação dos princípios e valores de um estado democrático e de direito.


Angola tem crescido economicamente, processo sustentado essencialmente pelo aumento da produção petrolífera nacional, e pelos elevados preços do petróleo nos mercados mundiais. Mas e sobretudo, a grande maioria da população angolana vive ainda confrontada com a miséria e falta de serviços sociais básicos, agravada pelo crescimento populacional urbano caótico, desordenado e descontrolado. Os serviços de saúde multiplicaram-se em termos de infra estruturas mas a qualidade é muito débil. Ainda temos milhares de crianças sem acesso a escola e a qualidade geral do ensino é precária. Falta de energia eléctrica e água potável são problemas quotidianos das populações.
Diminuiu a fome generalizada, mas ainda existem populações nas províncias de Benguela, Lubango, Namibe e Cunene que são afectadas por esta calamidade, que é a fome.

 
Aumentou exponencialmente a corrupção, a promiscuidade entre o papel de servidores públicos com o saque ao erário publico e a má governação, num contexto de total impunidade.
  
Segundo o Arcebispo Católico da Arquidiocese de Saurimo, Dom. José Manuel Imbamba, no prefácio o obra do reputado economista angolano Alves da Rocha, intitulado <Salários, Distribuição do Rendimento e Crescimento Equitativo> citamos –
´´O momento actual ainda é de pobreza, de democracia limitada, de má governação, de elevado desemprego (26%), de autoritarismo, corrupção e falta de transparência e do divórcio económico com a economia não petrolífera, sem pormos de parte o culto pelo favoritismo familiar, partidário ou amiguista, o tráfico de influências, o excessivo peso do Estado na economia com a sua atitude paternalista sobre a sociedade, criando um espírito de dependência e passividade nos pacatos cidadãos, e até nos empresários, e estimulando um frenético riquismo sem trabalho sem ética nem sentido de justiça. É um momento em que se valoriza mais o produto, o objecto da trabalho do que o seu sujeito e a respectiva dignidade, em que a ditadura do dinheiro e do lucro dita todas as regras sem regras, sem ética e sem ter em conta a dignidade da pessoa humana enquanto ponto de partida e de chegada de todas e quaisquer realizações: é o material a sobrepor – se ao espiritual, o ter ao ser, o vício a virtude, a falsidade a verdade, o egoísmo a solidariedade, a injustiça a justiça… Com esta plataforma axiológica, as desigualdades e assimetrias sociais serão sempre mais profundas. Fim de citação.

   
Este é o retrato de paradoxos da sociedade angolana de hoje. Angola vive alguns fenómenos positivos, particularmente quanto a recuperação de vias de circulação e construção de habitações para cidadãos de média renda. Mas, estes aspectos dinamizam - se concomitantemente a uma realidade social ainda deprimente para a maioria da população. Tudo isso por causa de um regime que;
 Não tem postura patriótica;
 Não tem convicções democráticas;
 Não tem vontade de realizar as reformas políticas e de governação que o País precisa urgentemente;
 Demonstra grande insensibilidade para com a realidade da vida da maioria dos angolanos, preferindo optar por obras para o estrangeiro ver, em vez de dar prioridade a acções, destinadas a melhoria da vida das pessoas angolanas.
Perante este quadro, um largo grupo de angolanos decidiu providenciar ao País, uma nova opção política. Uma terceira via, que assumisse um papel positivo, patriótico, democrático e firme, englobando cidadãos oriundos dos mais variados quadrantes da vida política e social do nosso País.

A Convergência Ampla de Salvação de Angola – CASA –CE, é hoje uma realidade da vida política nacional e representa a esperança de milhões de angolanos por um contexto de liberdade, dignidade e de oportunidades iguais, onde todos os angolanos possam sonhar e ver os seu sonhos transformados em realidade através do seu esforço e dedicação.


A Convergência Ampla de Salvação de Angola representa hoje para milhões de angolanos a esperança de ver em Angola, um modelo de governação patriótico, rigoroso e transparente, que dedique todos os recursos do País para a realização efectiva de todos os filhos de Angola. Com a CASA – CE os governantes, serão meros gestores temporários, dos recursos de todos os angolanos, em nome de todos os angolanos e para benefício de todos angolanos.


Para que este objectivo se torne realidade em 2017, a CASA – CE realizou em Abril de 2013 o seu 1º Congresso Extraordinário que adoptou uma estratégia de quatro eixos, sendo;
1- Crescimento. A CASA – CE precisa de implementar uma gama de acções visando o crescimento tanto do ponto de vista geo – estratégico, isto é, estar activamente presente em todas as localidades do território nacional, com realce e prioridade para as municipalidades com mais de cem mil habitantes, assim como, do ponto de vista do crescimento numérico através da conquista contínua de novos membros inscritos por via de campanhas de mobilização e registo de novos membros.

2- Transformação. A CASA – CE é do ponto de vista jurídico – legal uma coligação de quatro partidos políticos. No entanto ela tem uma realidade funcional de Partido Político. Os Acordos Constitutivos da CASA – CE estabeleceram a necessidade de transformar a CASA – CE de coligação para partido político. Este desiderato foi reafirmado pelo Congresso Constitutivo de 2012 e pelo 1º Congresso Extraordinário de 2013. Este processo está em execução e tem a sua conclusão jurídica prevista para 2015 e formalização política no 2º Congresso Ordinário de 2016.

3- Consolidação. O processo de consolidação visa a estruturação de uma máquina funcional a todos os níveis. Estruturas Centrais, Intermédias e de Base. A consolidação também visa o apuramento e clarificação ideológica da CASA – CE e a dinamização de uma Cultura Política CASA – CE. A Vossa reunião inscreve - se no contexto programático da Consolidação, pois um dos objectivos por vós almejado refere – se a necessidade de adopção de normas de estruturação e funcionamento das representações da CASA – CE na Europa e que oportunamente estender - se – ão as Américas e a África.


4- Afirmação. Através desta dimensão a CASA – CE visa adoptar e projectar uma MENSAGEM, IMAGEM, e POSTURA que consolidem a confiança do cidadão na CASA – CE. Porque razão os cidadãos devem ter confiança na CASA – CE.

Estas são as bases estratégicas que estamos presentemente a implementar. Em Abril do próximo ano, aquando da realização da reunião do Conselho Deliberativo Nacional, faremos uma revisão destes pressupostos para balancearmos o nível de execução e avaliar a sua actualidade e eficácia para a concretização dos objectivos almejados em 2017.

 
É dever primordial das representações da CASA – CE na diáspora, expandir e promover a CASA –CE junto de todas as comunidades de angolanos residentes nos respectivos países, e desenvolver acções reivindicativas junto das autoridades angolanas no Exterior para que os angolanos  que vivem no exterior possam exercer o seu direito constitucionalmente consagrado, de votar livremente. É dever das representações da CASA – CE, interagir com as autoridades consulares angolanas, no sentido do apoiar os angolanos em dificuldades, na obtenção da documentação legal angolana. É dever das representações da CASA – CE na Europa, interagir com as autoridades políticas, partidos políticos, sociedade civil e comunicação social dos países anfitriões, transmitindo a realidade actual de Angola e os propósitos da CASA - CE para Angola.
Durante a Vossa reunião de Paris, desenvolvam os debates de forma estruturada, franca, profunda e cívica para que os Vossos objectivos de melhorar a vossa estruturação e a funcionalidade sejam atingidos.

 
Importa aqui referir que o Conselho Presidencial e Eu próprio, exprimimos através desta mensagem, a nossa confiança e expectativa positiva do trabalho de todos Vós e reafirmamos também a nossa confiança, no companheiro Emmanuel Mayassi na qualidade de coordenador geral da CASA – CE na Europa.

       
 Que o sofrimento dos milhões de angolanos reforce as Vossas convicções quanto a justeza da nossa CAUSA!
 Que os nossos antepassados vos transmitam a coragem necessária para fazerem face a todas as adversidades da vida!
 Que DEUS Pai vos de inspiração e visão para o bem de Angola e dos Angolanos!
VOTOS DE BOM TRABALHO.


Todos por ANGOLA!
Uma Angola para TODOS!

Luanda, aos 27 de Novembro de 2014


Abel Epalanga Chivukuvuku
Presidente