Luanda - Angola é um país tão repleto de riquezas, mas o povo angolano é paupérrimo. Quando se fala do “povo” não se refere aos que vivem confortavelmente, aos conservadores da nação, aos corruptos milionários, que acolhem qualquer regime de opressão, qualquer ditadura, qualquer despotismo, prosternandose frete ao amo de ocasião até bateremse com as testas na terra.
Fonte: Club-k.net
“Povo” em países de ditadura, de opressão, de fascismo, de corrupção, etc, significa as massas escravizadas, a quem todos fazem promessas, a quem todos iludem; as massas que clamam por um estado melhor, mais digno e mais justo; as massas que são movidas por ancestrais aspirações de justiça, porque gerações após gerações, sofreram injustiças e escárnios; as massas que anseiam por boas e grandes mudanças em todos os aspectos da sua vida; as massas que saem das curvas com seus diplomas, desejosos de trabalhar e cheias de esperança para se virem a encontrar num beco de saída, com todas as portas fechadas (portas fechadas com cacos de “garrafas” de todo tipo; cartões partidários etc.), e onde não há ouvidos para lhes atender o clamor ou a súplica; são as massas que conhecem o infortúnio, cujos desesperados caminhos através da vida foram pavimentados com pedras de traição e das falsas promessas; são as massas que querem ganhar honestamente o pão de cada dia, sem terem de emigrar em busca de um modo de vida; são as massas trabalhando de sol a sol nas propriedades dos senhores feudais e empresários, compartilham com seus filhos a miséria, cuja a existência comoveria qualquer coração que não seja feito de pedra; são as massas cujas casas são bairros miseráveis cujos salários passam das mãos dos senhores feudais e empresários para as mãos dos usuários, cujo o futuro é a redução dos salários e a demissão, cuja a vida é trabalha constante e cujo o único repouso é a cova; são os pequenos lavradores que vivem e morrem a trabalhar numa terra que lhes não pertence, olhado para ela com a tristeza com que Moisés olhou a terra prometida, sabendo que morrerão sem nunca a terem possuído; são os camponeses que não podem amar, melhorar e embelezar a terra nem nela plantar um limoeiro e nem uma laranjeira, porque nunca sabem quando virá um chefe da polícia com a guarda rural para os expulsar dela; são os mestres e professores tão devotados dedicados e necessários para o melhor destino das futuras gerações; mas mal tratados e mal pagos; são os homens de pequenos negócios, acabrunhados por dívidas arrumadas pela crise e massacrados por uma praga de funcionários parasitas e venais. São todas estas pessoas que por ironia da história, se chamam “Povo”.
Camaradas compatriotas, companheiros de luta, jovens povos angolano, é preciso estarmos acordados e atentos...
Os capitais estrangeiros mantém constantemente as suas pretensões, sobre a África e em particular Angola, já não pelas suas terras, mas por questões económicas, e estão a espreita de todas as oportunidades. Vendem as armas apoiam os grupos e governos corruptos, elogiam os governos dependentes, são condecorados os presidentes fantoches, etc.
Todos sabem que tudo representa um novo tipo de colonização (neocolonização), e os resultados são os mesmos: explorar e dilacerar economicamente o nosso país, incutido hábitos que correspondem a outras regiões e outras sociedades e não ajudam o desenvolvimento do povo angolano. Os angolanos precisam de preservar as raízes culturais como uma das vias para evitar excessiva penetração de formas de vida do exterior em detrimento da nação e dos seus valores morais.
É preciso transformar as mentalidades com base numa cultura cuidada, incutindo nas pessoas o amor as suas origens. Desterrar as mentalidades colonizadas e fanatizadas e que sejam maioritariamente os angolanos afrente da economia do país e descolonizar as mentes daqueles que não despiram da submissão em termos culturais e económicos dos países desenvolvidos.
A acção deve ser dirigida aos governantes no poder para administrarem a sua política no sentido de conseguirem eliminarem as discriminações partidárias e étnicas existentes, e as diferenças abismais existentes entre os níveis da vida no campo e na cidade e noutros estratos da população.
Um dos principais reptos na obtenção destes objectivos é elevar o nível educacional da população, como condição indispensável para que sejam os próprios habitantes dos povos das partes mais atrasadas de Angola não permitirem a existência de governos corruptos para satisfazer as suas ambições políticas de poder e de economia.
Sofrimento Esperançoso.