Lisboa – Estão a ser desdramatizados ou minimizados rumores postos a circular no seio dos delegados ao congresso do MPLA, insinuando que José Filomeno dos Santos “Zenu” seria já admitido no Comité Central do partido, o que lhe permitiria depois a sua cooptação para o Bureau Político (BP), estimando-se assim a abertura do processo da sua “projeção presidencial”.
Fonte: Club-k.net
Militantes receiam que seja para já
A minimização dos referidos rumores é apoiada em justificações segundo as quais não haverá renovação de mandatos por se tratar de um congresso extraordinário. Confirma-se, por outro lado que ocorrerão apenas, o preenchimento de vagas no Comité Central por casos de falecimentos ou incompatibilidades.
De acordo com interpretações dos estatutos do MPLA, no congresso extraordinário, só não se mexem no Presidente do Partido e no Comité Central por serem órgãos eleitos pelo congresso ordinário. Por sua vez, o BP e o seu Secretariado são eleitos pelo Comité Central, razão pela qual aventa-se que depois ou ao longo do conclave ocorrerão mexidas na qual o nome de Zenu dos Santos é frequentemente citado em rumores em torno do tema.
Zenu dos Santos participa no congresso com direito a lugar VIP, ao lado da Primeira Dama. Do seu lado são desconhecidos se é seu desejo entrar “já” para o CC. Este ano, numa das suas digressões fora do país, ele disse a jornalistas estrangeiro sobre o seu encurtamento da actividade política. Disse que não esta na política activa, mas que é apenas um simples militante do MPLA. Revelou também que fazia gosto de manter-se a servir o sector financeiro e não a política quando um dia deixar o Fundo Soberano.
A sua resposta também pode ser vista como “diversão” destinada a desanuviar o debate quanto a rumores da sua possível preparação para a linha de sucessão presidencial em Angola. A actual constituição diz que se torna presidente de Angola, o numero um da lista a candidatos a Deputados. Porém, os estatutos do MPLA determinam que o seu candidato deve sair do Bureau Político.
“Zenu” tem consciência de que a sua própria confirmação como sucessor na presidência angolana, precipitaria sentimentos de reservas tanto na sociedade angolana, como no seio do MPLA, tendo em conta ao antecedente da cultura africana.
Manuel Vicente, outro potencial sucessor de JES encontra em melhor posição em relação a Zenu. Já esta como Vice- Presidente, o que corresponde ao papel de sucessor constitucional e ao mesmo tempo faz parte do Bureau Político do MPLA, condição preliminar para se tornar cabeça de lista pelo partido no poder.
Para um cenário de se colocar Zenu como sucessor presidencial, JES segundo estimativas precisaria de dois mandatos presidências para prepará-lo. A segunda hipótese seria, ele, colocar Manuel Vicente como cabeça de lista as eleições de 2017 com Zenu como seu vice, e ele, JES ficaria apenas na liderança do partido. A nova constituição angolana facilita que o Presidente da República tenha a cima de si, o Presidente do seu partido. É o líder da força vencedora as eleições que escolhe o cabeça de lista e faz a lista dos seus deputados a Assembléia Nacional e procede com as escolhas dos membros do executivo.
Numa futura eleições, Zenu dos Santos avançaria como candidato presidencial mas com a desvantagem de ter o pai psicológica e fisicamente esgotado para o seu “back up”, o que poderia também equiparar-se a um eventual “suicídio político” do filho.