Lisboa -   No dia  28 de Novembro de 2013, o governo provincial de Benguela (GPB) advertiu a administração do Lobito sobre a  eventualidade de se gerar um precedente de falta de autoridade institucional com aquela repartição.  O reparo do governador Isaac dos Anjos foi na sequência de um litígio de titularidade de um terreno no bairro golfe, na cidade portuária do Lobito envolvendo  os cidadãos Joaquim Almeida e Augusto Samuel.

 Fonte: Club-k.net

Desde então alastraram-se  as observações segundo as quais, o governo provincial de Benguela vem dando sinais de falta de autoridade institucional na relação com o administrador municipal do Lobito, Amaro Ricardo Segunda.

De acordo com informações apuradas pelo Club-K, as orientações emanadas pelo antigo e o atual governador, Armando da Cruz Neto e Isaac dos Anjos, respectivamente, terão sido  desacatadas pelo administrador do Lobito numa atitude classificada de "insubordinação qualificada", segundo observadores.

No entendimento dos observadores, o administrador Amaro Ricardo terá desobedecido  dois governadores: Armando da Cruz e Isaac dos Anjos. 

O caso que consideram ser  mais flagrante (de desobediência) tem haver com a usurpação de vários hectares de terra pertencente a 25 famílias camponesas, que se dedicam a agricultura familiar, na zona do Golfe, município do Lobito.

De acordo com documentos, o administrador do Lobito, Amaro Ricardo, teria usurpado as terras dos camponeses e entregando-as a um amigo seu Joaquim Frederico de Almeida, que, curiosamente, já́ foi administrador municipal do Lobito.

Indignados, os camponeses que reclamam a titularidade das terras que já́ ocupam desde o principio dos anos 80, haviam recorrido ao então governador Armando da Cruz Neto que, por sua vez, revogou a decisão do administrador do Lobito orientando-o para que, na qualidade de representante do Estado na municipalidade, possa proteger os cidadãos. Insatisfeito com a resposta de Armando Cruz Neto, Amaro Ricardo retorquiu numa carta ao então governador dizendo que não concordava com ele. Diz-se que tal atitude quase levou o ex-governador de Benguela a exonerar o administrador do Lobito, não fossem aos alegados   pedidos de Luanda a quem Amaro Ricardo teria supostamente  recorrido. 

Contudo, terminado o consulado do general, e aproveitando-se do desconhecimento do novo titular da pasta sobre os vários dossiês da província, Amaro Ricardo não se coibiu mesmo de tentar expulsar as famílias daquelas terras. Aqui, mais uma vez, as famílias recorreram ao atual governador dando-lhe conta da situação.

Em resposta, Isaac dos Anjos exarou um despacho cujo conteúdo vai de acordo com o despacho do seu antecessor. No entanto, tal como fez com o anterior governador, Amaro Ricardo escreveu igualmente outra carta manifestando novamente a sua discórdia sobre a decisão do governo. Por sua vez, em reação as constantes desobediências do administrador do Lobito, Isaac dos Anjos aconselhou-o através de um oficio (ver em anexo) "a acatar as orientações superiores sob pena de gerar procedentes de falta de autoridade institucional no Governo".

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