Luanda - A segunda fase da campanha de vacinação contra a póliomielite foi lançada hoje, sexta-feira, na provincia de Luanda, que alberga mais de um terço da população de todo país, em acto presidido pelo Governador da provincia de Luanda, Graciano Domingos, na presença do ministro da Saúde, José Van-Ndúnem .

Fonte: Angop

A campanha, que decorre de hoje (12) até dia 14 do corrente mês, tem como objectivo aumentar a imunidade aos menores de 5 anos contra os três tipos de vírus e manter a interrupção da transmissão do virus selvagem da pólio.

Estarão envolvidas nesta campanha aproximadamente 12.500 pessoas, dentre as quais destaca-se nove mil vacinadores.

A vacinação será feita casa-a-casa, em postos fixos, em locais de grande concentração de pessoas (mercados, igrejas, escolas, paradas de autocarros ou de taxis e nos centros infantis).

Este plano de acção realizar-se-á em doze municipios nomeadamente, Belas, Cacuaco, Icolo e Bengo, Quiçama, Cazenga e Viana, bem como nos distritos urbanos do Kilamba-kiaxi, Ingombota, Maianga, Rangel, Samba e Sambizanga.

Segundo a vice-presidente para a área Económica e Social da Comissão Administrativa da cidade de Luanda, Francisca Fortes, prevê-se vacinar 1.721,949 crianças de 0 aos 5 anos de idade.

A responsável disse ainda que pretende-se assegurar a distribuição de 1.900 mil doses de vacina contra a pólio à todos os municipios e distritos da provincia de Luanda.

Entretanto, referiu, que mesmo com os progressos alcançados na iniciativa mundial de erradicação da pólio, a doença ainda é endémica em alguns países aonde consta o Paquistão com 278 casos e a Afeganistão, com 18 casos.

Porém a Nigéria e a Somália reduziram significativamente o número de casos da doença graças as actividades de vacinação desenvolvidas para interromper a transmissão do vírus.

“A reintrodução do vírus ainda é uma ameaça e por este motivo, é imperativo trabalhar árdua e sustentadamente para manter níveis imunitários elevados na população alvo, trabalhando em conjunto e orientados com objectivos únicos de aumentar a cobertura e qualidade da mesma”, frisou.

Em Angola, há mais de 3 anos que já não se regista nenhum caso de poliomielite, resultado das actividades realizadas para interromper a transmissão da pólio especificamente as campanhas de vacinação de rotina e o esforço dedicado à vigilância activa de casos suspeitos.


Ministro da saúde afirma estarem criadas condições técnicas para erradicação da pólio

O ministro angolano da Saúde, José Van-dúnem, afirmou hoje, sexta-feira, em Luanda, estarem criadas as condições do ponto de vista técnico, para declarar a erradicação da poliomielite no país, uma vez que não regista nenhum caso acerca de quatro anos.

José Van-dúnem fez esta afirmação no acto de lançamento da campanha contra poliomielite, no distrito urbano da Maianga, a decorrer até próximo domingo (14), e que vai imunizar um milhão e 700 mil crianças dos zeros aos cincos anos de idade.

Segundo o titular da pasta da saúde, Angola não tem nenhum caso a quatro anos, quer dizer que do ponto de vista técnico estão criadas as condições para declarar-se a erradicação da poliomielite no território nacional.

E isto, prosseguiu o ministro, só foi possível graça aos esforços do governo, aos parceiros e fundamentalmente aos encarregados de educação que levaram os seus filhos à imunização, e a população que ajudou a melhorar as questões de saneamento.

“Os números da poliomielite são decorrentes da taxa de natalidade do país, quando as crianças nascem há pólio zero, depois vão tendo o cartão normal do programa de vacinação, e quando há campanha todas as crianças, que nascem naquele momento são imunizadas”, pontualizou.

De acordo com o dirigente, com o esforço que se tem vindo a realizar a mortalidade infantil tem estado a diminuir significativamente, fazendo com que todos os anos o número de crianças por vacinar aumente.

José Van-dúnem reconheceu que agora contam com um elemento fundamental, o Censo piloto realizado no país recentemente, que vai ajudar na planificação das actividades para fazer o levantamento do público alvo.

Referiu que nesta campanha serão vacinados um milhão e 700 mil crianças que corresponde a 20 porcento da população, obrigando o executivo a concentrar a sua atenção para garantir um futuro melhor para os angolanos.

Acrescentou que esta campanha é de muita esperança, porque o governo fez um movimento para vacinar as crianças, uma demonstração inquestionável de que o Executivo está preocupado com o futuro, em criar as condições para que as futuras gerações não tenham problemas da pólio que podem ser evitada com uma vacina simples de duas gotas.

A próxima campanha está prevista para dentro de seis meses.