Lisboa –  Em recentes declarações proferidas em Tribunal, onde está a ser julgado pelos assassinatos  de Isaías Cassule e Alves Kamulingue, o ex- delegado  do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado de Luanda (SINSE), António Gamboa Vieira Lopes fez revelações comprometoras a cerca do “modus operando”  do ex- governador Bento Francisco Bento.

Fonte: Club-k.net 

António Gamboa Vieira  disse, em tribunal,   no passado dia 27 de Novembro, não compreender o porque que o ex- governador de Luanda Bento Francisco Bento nunca o recebeu oficialmente para tratarem questões de  interesse institucional. 

 

Deu a entender,  que   isto acontecia, porque o ex-governador tinha a seu dispor uma estrutura paralela a “secreta de Luanda” que era comandada por  Júnior Maurício  “Cheu”, a figura que  tinha  contactos directos com os Serviços de Segurança e Inteligência Militar (SISM), na pessoa  do tenente-general José Peres Afonso “Filó”,  o  chefe da Direção Principal de Contra-Inteligência Militar.

 O cidadão  Júnior Maurício  “Cheu” operava como assessor para Segurança  e ordem pública do então governador Bento Bento e por sua vez,  também recrutava  fontes que lhes serviam de informações e por esta razão  o também primeiro secretário do partido no poder em Luanda dispensava os trabalhos da delegação do SINSE.

De lembrar que  o arguido Júnior Maurício  “Cheu” é a figura que a data dos assassinatos dos dois activitas chefiava o Gabinete Técnico do Comité Provincial  do MPLA de Luanda.  Ele   está a ser julgado pela morte de Isaías Cassule, o activista que ele raptou e torturou  no Cazenga para de seguida ser  atirado numa zona abitada por jacarés no rio Dande.

As declarações do ex- delegado do SINSE para além de revelar desorganização institucional  no regime, indica por outro lado  a  promiscuidade entre o MPLA e a Segurança de Estado, em trabalhos, em missões  contra integridade física de figuras da oposição  em Angola.

As revelações de Gamboa Vieira Lopes dá também razão e sustento  a constantes  denuncias da oposição e da sociedade civil sobre a existência de “esquadrão da morte” ou  milícias criadas pelo MPLA  que se dedicam a tortura e agressão física de opositores como fizeram com o economista Filomeno Vieira Lopes, do Bloco Democrático e outros.