Luanda - Os participantes ao XXIV Conselho Consultivo do Ministério da Saúde, aberto hoje, terça-feira, em Luanda, foram aconselhados a repensar na adequação dos horários das unidades sanitárias às necessidades dos utentes.

Fonte: Angop

O apelo foi lançado pelo titular da pasta da saúde, José Van-Dúnem, no seu discurso de abertura, exemplificando que " se uma unidade fecha às 15 horas e a mulher camponesa vem da lavra às 16h30, é claro que fica limitada no seu acesso".

Acrescentou que os profissionais devem assegurar que em cada município esteja pelo menos a funcionar uma unidade sanitária com a estratégia "DOTS", para que se possa reduzir a taxa de incidência da tuberculose.

O ministro, falando dos desafios que o sector deverá enfrentar nos próximos anos, apontou a necessidade urgente da estruturação do programa de doenças crónicas não transmissíveis, particularmente para a prevenção e controlo da hipertensão arterial e das diabetes na população, pela sua relevância no perfil epidemiológico do país.

Neste todo processo, frisou, são necessários recursos humanos capacitados e comprometidos, devendo-se, no entanto, dinamizar cada vez mais os núcleos de formação permanente, de forma a obter-se a qualidade e boa gestão dos recursos humanos.

O apoio técnico às administrações municipais e chefes de repartição na planificação, gestão e monitorização, incluindo financeira, para a melhoria cada vez mais da prestação no nível primário de atenção e transformar-se a municipalização dos serviços de saúde num êxito efectivo, com ganhos para cada uma das províncias, também foi apontado por José Van-Dúnem.

Por outro lado, o ministro mostrou-se preocupado com a recolha e registo, envio e análise da informação sanitária e os indicadores definidos de processo, resultados e de impacto.

" E preciso motivar todos os responsáveis do sector, aos diversos níveis de funcionamento, para o envio atenpado de informação para melhor documentar os êxitos, constrangimentos e falhas", sublinhou.

Ministro considera balanço positivo da Saúde no ano de 2014

O ministro da Saúde, José Van-Dúnem, considerou, hoje, terça-feira, positivo o balanço das acções efectuadas em 2014 pelo seu sector, apesar de algumas insuficiências .

Ao discursar na abertura do XXIV Conselho Consultivo , o governante disse que os dados disponíveis indicam que está-se a melhorar os indicadores sanitários, o acesso aos serviços de atenção primária, secundária e terciária, bem como a humanização na prestação de cuidados e a modernização do sector.

José Van-Dúnem frisou que o sistema de vigilância epidemiológica, em 2014, indica que as doenças transmissíveis mantem-se como as principais causas de morbilidade e mortalidade, adiantando que nos últimos anos há uma mudança do padrão epidemiológico sobretudo pelo aumento de traumatismos causados por acidentes rodoviários e de doenças crónicas especialmente a hipertensão arterial.

Por este facto, disse, estas causas foram incluídas no sistema de vigilância epidemiológica em 2014.

Segundo ele, verifica-se que num total de 4.456.445 casos clínicos, com 11.014 óbitos, atingiram um valor aproximado aos do ano de 2013 com (4.393.814 com 11.904 óbitos ), com um aumento justificado pela inclusão dos casos e óbitos relacionados, com traumatismos e acidentes rodoviários, que constituíram a segunda causa de morte.

Logo a seguir está a malária, tornando-se num "fardo crescente" para a economia do país e particularmente para os serviços hospitalares e sociais.

Assim, referiu, falar sobre o sistema de vigilância epidemiológica reveste-se de grande importância , pois África vive o maior surto de ébola.

“Para que possamos organizar uma resposta rápida é fundamental que a vigilância epidemiológica seja capaz de detectar precocemente qualquer mudança nos factores determinantes e condições da saúde individual ou colectiva com uma planificação e gestão financeira transparentes, com participação intersectorial e comunitária inclusiva, enfatizou.