Lisboa - Nos corredores do Serviço de Inteligência e Segurança Militar avolumam-se as informações segundo as quais o envolvimento do general Filó, no assassinato de Cassule e Kamulingue, encobre o verdadeiro mandante.

Fonte: Club-k.net

O tenente-general Filó é um protegido do general Zé Maria, a quem, em 2007, ajudou a destruir o general Miala, padrinho de um dos seus filhos. Zé Maria promoveu-o a tenente-general, apesar das suas limitadas qualificações militares, para ser o seu pau-para-toda-a-obra.

Desde 2011, o SISM tem assumido a responsabilidade máxima de vigiar as principais figuras que se opõem ao regime do presidente José Eduardo dos Santos.

Por questões orçamentais e de poder, o SISM também assume a responsabilidade de proteger o presidente de perigos e subversivos imaginários, exigindo cada vais mais dinheiro, meios e poder para a realização de tais missões.

É nessa linha de actuação, que o SISM tem estado a financiar também, por via de alguns agentes infiltrados, algumas das manifestações organizadas por jovens revolucionários com o objectivo de criar um suposto clima de instabilidade que justifique medidas duras por parte do regime.

Também é o SISM que tem dado, muitas vezes pela voz do seu responsável, o general Zé Maria, ordens directas aos comandantes da polícia para agirem com toda a violência contra os manifestantes. Ou seja, o SISM não só promove algumas das manifestações como também os actos de repressão contra as mesmas. Chega ainda a fazer chegar pequenos fundos para o tratamento médico de algumas das vítimas.

Através desse expediente, o general Zé Maria conseguiu suplantar os poderes do SINSE e de outros órgãos competentes. Intratável, ao nível do exército, onde o seu trabalho é incipiente, por essa via, o general Zé Maria justifica a sua condição de indispensável do presidente.

É voz corrente no SISM que o general Filó não tem qualquer autoridade, excepto a de receber e expedir as ordens de Zé Maria, o verdadeiro cérebro das operações de repressão dos manifestantes, como forma de garantir o seu próprio poder.

Carlos Manuel 

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