Luanda - Integra do Discurso de encerramento da III Reunião Ordinária do Comité Nacional da LIMA

 Prezadas companheiras,

Há dois dias estivemos aqui para procedermos à abertura da III Reunião Ordinária do Comité Nacional da LIMA que agora vai encerrar. Pelos relatos que nos chegaram, esta reunião revelou-se bastante frutuosa, tanto do ponto de vista dos assuntos debatidos como também do ponto de vista da qualidade das intervenções que foram feitas durante a reunião. Espero que as soluções encontradas para os problemas levantados durante a reunião sejam aplicadas conforme decidido e que ajudem a minimizar as dificuldades com que se debatem no trabalho do dia – a –dia.

No acto da abertura desta reunião, fiz menção à necessidade da participação da mulher na vida política do nosso Partido e do nosso País. Exprimi o nosso desejo de traçarmos estratégias para atraírmos para a nossa causa o maior número de mulheres, não só pela sua capacidade de realização como também porque elas constituem a maioria do eleitorado. Enfatizei a necessidade de prestarmos atenção aos meios urbanos já que o censo nos revelou que a grande maioria do eleitorado habita o meio urbano. Nesta sessão de encerramento, gostaria de insistir nesta temática, para fazer referência à outros aspectos do mesmo assunto.

Angola vive pois um período de grandes transformações sociais, que tanto constituem desafios como oportunidades ímpares para a LIMA. Como fazer a mobilização nas cidades? Como atrair as jovens de hoje, aparentemente alienadas da vida e dos valores tradicionais da angolanidade? Como libertá-las e garantir-lhes a segurança social que merecem?

Quando vemos à nossa volta a degradação social da mulher angolana, quando vemos as filhas desta nossa Angola sem futuro, embriagadas na dor da desesperança ou vivendo na marginalidade, seja com filhos sem pai, com companheiros de ocasião, ou excluidas pelo sistema de ensino ou pelo sistema de valores, compreendemos que a luta da LIMA entrou numa nova fase. Uma fase completamente diferente: mais social do que política, mais subtil e mais exigente.

É a fase da luta pela afirmação prática dos valores da angolanidade, como sejam: a coesão familiar e sua perenidade; a honra devida aos pais e aos mais velhos; a espiritualidade na educação e formação dos filhos; e a solidariedade social.

Como já disse anteriormente, as mulheres estão hoje em maior número nas cidades. Elas também procuram aí melhores oportunidades. Aqui a sua luta pela vida tornou-se mais difícil. Ela é a luta pela sobrevivência e, ao mesmo pela sua afirmação social e pela sua independência financeira. E esta é, para elas um pressuposto da sua afirmação. Para a mulher jovem agora, ser mãe e esposa pode ou não ser uma opção a ser exercida no tempo escolhido pela mulher. Mas ter um emprego que lhe permita também ser mãe e esposa sem discriminações, constitui a primeira batalha que uma jovem pretende vencer.

Como poderá a LIMA intervir na sociedade para ajudar a mulher a vencer estes desafios, expandir o emprego produtivo, reduzir as desigualdades e o subemprego e aumentar a integração social das mulheres?

Como poderá a LIMA intervir na sociedade para prevenir e erradicar a violência contra a mulher? Como prevenir e erradicar a prostituição? Como promover o controlo da natalidade e patrocinar programas eficazes de educação materno infantil?

Estes são os principais desafios que a LIMA enfrenta hoje. Conquistada a cidadania para todos os angolanos, importa agora conquistar a justiça social para todos. Isto implica adaptar a filosofia e os métodos de luta da LIMA ao momento actual.

No momento em que o partido busca fazer a mudança que os angolanos reclamam, que estratégias deverá a LIMA adoptar para aproximar as mulheres à causa da UNITA? O que pode a LIMA fazer para contribuir para o programa de mobilizar e enquadrar os angolanos e as angolanas para engrossarem a coluna dos que votam na Mudança?

Nesta nova luta, a LIMA tem, certamente, muitas parceiras. A LIMA não deve contar apenas com aquelas que se identificam com a UNITA. Deve contar com todas as que buscam a mudança. Umas serão parceiras que desejam fazer parte das fileiras da LIMA e nesta encontrar caminhos para vencer os males que comprometem o futuro da mulher angolana, mas outras serão nossas parceiras sociais apenas, mas poderão ser importantes para o nosso projecto da mudança.

Nesta nova Luta, que tipos de estrutura deve a LIMA adoptar? Que mensagens deve a LIMA difundir para sensibilizar a sociedade para nela desempenhar melhor o seu papel?

Deve a LIMA esperar sempre fundos do Partido para as suas actividades, ou poderá a LIMA recorrer a organizações congêneres ou filantrópicas para financiar projectos e actividades específicos? Há que encontrar formas próprias para trazer para o Partido muitos quadros técnicos, de todas as etnias e regiões do país!

Quando procuraramos chamar a vossa atenção para as zonas urbanas, não estamos a dizer, de forma alguma, que abandonemos as zonas rurais. Aí, o povo libertou-se já do medo e já chegou à conclusão de que não tem mais nada a perder. Velhos e novos, homens e mulheres, que haviam sido enganados, estão oa devolver os seus cartões do MPLA e estão a pedir aos nossos comités cartões da UNITA. Querem pertencer à UNITA. A LIMA deve ajudar a carinhar estes cidadãos e cidadãs e enquadrá-las nas estruturas do nosso Partido.

Desejo-vo bom regresso aos vossos postos de trabalho. Desejo-vos também boas festas do Natal na companhia dos vossos entes queridos. Que o Ano Novo seja para todos.

Declaro assim terminada a III Reunião Ordinária do Comité Nacional da LIMA.

Muito obrigado