Lisboa -  O antigo ministro do interior,  Sebastião José António Martins  foi ouvido como declarante nesta Segunda-feira (22), no Tribunal Provincial de Luanda sobre as desaparecimento de  Isaías Cassule e Alves Kamulingue, os dois activistas assassinados em Maio de 2012, pelas autoridades angolanas, por tentarem realizar uma manifestação de antigos combatentes.

Fonte: Club-k.net

Martins que a altura dos factos acumulava com o cargo de Chefe do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE) centrou a sua versão separando as responsabilidades das duas instituições que estavam sob sua dependência.  De acordo com as suas  explicações  tanto o SINSE como a Policia Nacional, nenhuma subordina-se a outra deixando claro que a primeira não manda na segunda. Exemplificou que muita das vezes, na qualidade de Ministro do Interior  tinha de escrever para só próprio como chefe do SINSE.

O ex-ministro clarificou ainda que é impossível,  um civil (no caso de um  agente do SINSE) dar ordens a um policial.

A data em que os dois activistas foram assassinados, o ex- ministro do interior encontrava-se fora do país por questões de saúde tendo sido informado mais tarde sobre a situação.  

Na primeira fase da instrução preparatória do processo, as autoridades teria sem sucesso aliciado  aos réus, em troca de liberdade,  para que fizessem declarações acusando Sebastiao Martins como mandante do crime. O ex- delegado do SINSE de Luanda, António Vieira Lopes  seria o primeiro a negar a proposta. Porém, caso aceitasse  retirariam o seu nome do processo como reu tal como se fez com o comissário Dias do Nascimento e o director da DPIC, Amaro Neto que apenas respondem como declarantes.

A operação que levou ao rapto e a morte de Cassule e Kamulingue esteve sob alçada de um comando unificado entre SINSE e Policias. Os primeiros coube identificar Alves Kamulingue enquanto que a policia dedicou-se com a parte final.