Luanda - Familiares de Henrique Miguel “Riquinho” estão com sérias dificuldades para arranjar um advogado que queira defender o auto proclamado «empresário do povo», que, como se sabe, encontra-se detido há cerca de um mês na cadeia central de Viana, acusado de crime de abuso de confiança.

Fonte: Club-k.net

A falta de advogado esteve, aliás, na origem do adiamento seu julgamento, que devia ter lugar na segunda-feira, 22, mas que acabaria por ser transferido para o próximo dia 29. Em consequência disso, ele deve passar o natal atrás das grades, correndo o risco de lá “curtir” também o ano novo.

Uma fonte judicial revelou ao Club K Angola que, em função desta “lacuna”, o julgamento foi adiado, já que nos processos de querela os réus devem, em princípio, ser defendidos por profissionais do ramo e não por simples defensores oficiosos.

No dia em causa, o controverso empresário e sócio gerente do jornal “Continente” apresentou-se em tribunal “deserto”, ou seja, sem nenhum advogado, uma situação que ocorre depois de dois causídicos, nomeadamente José Carlos e David Mendes o terem abandonado, devido ao seu «carácter irascível, com alguma boçalidade à mistura», conforme resumiu uma fonte do Club K.

Em desespero, os familiares do réu terão tentado contactar o escritório da advogada Paula Godinho, mas os seus intentos não foram bem-sucedidos, devido, ao se presume, uma certa solidariedade entre profissionais da classe.

Com o «cerco» a apertar-se cada vez mais, os familiares do «patrão da Casa Blanca» terão tentado, por fim, contratar os serviços do advogado Pedro Kaparakata, não tendo, igualmente, sucesso nesta mais recente empreitada.

Em função disso, receia-se que na próxima semana, o inconformado Riquinho venha a sentar-se no banco dos réus sem nenhum advogado a aparara-lo, visto que quase ninguém parece inclinado a dar o rosto em sua defesa.

Os receios têm vindo a aumentar, em função de supostas investidas que Riquinho tem vindo a fazer nas páginas do seu jornal, ao atira-se contra tudo e todos: juiz da causa, advogados de defesa, ministro da Justiça, sistema judicial, etc. Uns são acusados de corruptos e outros de pouco interventivos.

Apesar de se encontrar entre as quatro paredes, há informações de que Riquinho continua “arrogante e presunçoso” cuja conduta estará a irritar os guardas prisionais. No dia do julgamento, por exemplo, ele terá oposto uma certa resistência em vestir a roupa dos reclusos e, à porta do tribunal Ana Joaquina, afastou, com ameaças, os profissionais da fotografia, que o queriam fotografa-lo.

Aparentemente desnorteado, ele atirou-se esta semana contra o conhecido advogado David Mendes, a quem acusou de ter feito uma defesa «cinzenta».

Segundo Riquinho, sobre David Mendes pairam suspeitas de «suborno e corrupção», por ter apresentado um recurso fora prazo e de ter viajado dias antes da sua prisão.

“Com este comportamento, ele arrisca-se a `mamar` um bom tempo na cadeia”, vaticina uma fonte do Club K.