Luanda - O Governo de Angola através do Ministério das Finanças anunciou que a economia do país vai entrar num "exercício de austeridade", provocado pela descida do preço do petróleo.

Fonte: Manchete

Austeridade significa rigor na despesa pública. Uma política de austeridade é necessária quando o nível do déficit público é considerado insustentável e é implementada através do corte de despesas.

Para Angola, a austeridade não é bem uma opção, mas sim é fazer aquilo que tem de ser feito para acabar com as gorduras do Estado e meter as nossas contas públicas em ordem.

É necessário que o governo efetue cortes da despesa pública, porque o Estado Angolano gasta muito e gasta mal. Mas, é precisso investir mais em projectos públicos como forma de reanimar a economia, apesar de ser necessária a revisão da carteira de investimentos pública de forma a hierarquizar as prioridades.

Importa realçar que, a tendência de privilegiar o investimento público não deve pôr em causa a disciplina orçamental que também é uma condição indispensável e crítica para "haver crescimento e emprego. Este compromisso de respeitar uma disciplina orçamental assegurará a manutenção das condições favoráveis para o investimento público.

É preciso perceber-se que a austeridade por si só não resolve os problemas, porque não estimula o crescimento. Por isso, só a austeridade não é a solução. É necessário austeridade e crescimento, e a constante queda do preço do petróleo, vai certamente comprometer o crescimento estimado de Angola em 2015 que é de 5,5% e vai provocar um défice do Orçamento Geral do Estado em 7,6% na medida em que a dívida pública angolana atingirá, na previsão do Ministério das Finanças, os 48,3 mil milhões de dólares (38,7 mil milhões de euros), o que

corresponde a 35,5% do Produto Interno Bruto (PIB), entre dívida externa (24,5%) e dívida contraída internamente (11%).

Para resolver este questão, é precisso acelerar o processo da diversificação da economia nacional e implementar uma política forte a favor das pequenas e médias empresas, e a favor da economia real, sem se esquecer a promoção e desenvolvimento do turismo.

É precisso que o Governo vá para além da austeridade e que proceda a uma reestruturação das despesas e da fiscalidade como medida básica para criar emprego.