Luanda - Madaleno João Inácio, de 24 anos de idade, foi assassinado. O facto ocorreu às duas horas do dia 31 de Dezembro de 2014, quando se divertia numa festa realizada na rua da Brigada, distrito do Rangel, município de Luanda.

Fonte: O País
Vitima 12.jpg - 46.85 KBFrancisca João, irmã mais velha da vítima, contou que o seu irmão recebeu muitos telefonemas naquele dia. Mas, enquanto festejava, apareceu um menino que o chamou dizendo que estava a ser insultado. “Este, depois de queixar-se põe-se em fuga e logo-logo apareceu o assassino que com três golpes de faca matou o Madaleno”.

A irmã de Madaleno diz que a história está mal contada, por isso tornou-se uma investigadora para descobrir a realidade dos factos. “O meu irmão tinha muitas namoradas e muitas delas já têm os seus maridos, os mesmos já ameaçaram de morte o Madaleno. Não sei de onde começou a briga, mas da minha mente não sai que foi tudo por causa de mulheres. Parece que foi algo combinado há muito tempo”, salientou.

O jovem estudava a 12ª classe e foi balconista no aeroporto doméstico de Luanda. Tinha sob sua responsabilidade a mãe que recentemente sofreu um acidente vascular cerebral (AVC). Maleno, como era vulgarmente conhecido no bairro, sempre foi uma pessoa popular e foi enterrado no passado dia 3, no cemitério do Camama.

A lesada referiu que na casa mortuária, isso no dia três, o corpo ainda vertia sangue e interrogava-se de onde saía tanto sangue. “Detectamos que os punhos do morto estavam com marcas de quem havia sido amarrado, tinha dois golpes de catana na cabeça e no pescoço tinha ferimentos com marcas de garfos. Não sei o que aconteceu naquela noite, mas o meu irmão foi maltratado, de uma forma que nem mesmo um marginal merece. O que aconteceu com ele só vejo na TV”, desabafou.

A família participou o caso à Polícia da 6ª esquadra, onde o suposto assassino já se encontra detido. Segundo Francisca João, o criminoso defende que matou porque estava sob efeito de drogas. “Ele responde pelo nome de Bernardo, mas no bairro chamam-lhe de Bebucho, dizem que é bandido, vende drogas e já assassinou três pessoas. Mas, eu garanto que ele não matou sozinho”, referiu.

Francisca apelou aos jovens no sentido de terem mais cuidado, e ao Governo pediu que se crie mais bibliotecas para o jovens se entreterem e não investir mais em fábricas de cerveja, uma vez que o efeito do álcool está a matar a juventude.

A nossa interlocutora disse que agora a família vai apertar com o processo. “O individuo que chamou o meu irmão está desaparecido, mas eu quero este menino, que o mundo feche a procura dele e enquanto não aparecer eu vou deixar de comer e de beber, e se mesmo assim ele não aparecer, eu vou matar-me. Pois que, ele sabe de muita coisa e colaborou no crime”, afirmou.

O desaparecido chama-se Sabalito e, conforme algumas informações escondido em Viana. Segundo apurou O PAÍS, Sabalito e Madaleno nunca foram amigos, apenas vizinhos. “Em que sociedade estamos?” Maria Francisco, tia de Maleno, salientou que a família está numa fase de recuperação e posteriormente vai contactar um advogado de acusação para acompanhar o caso, pois que o assassino tem de pagar pela morte do seu sobrinho. “Estamos agastados com a situação, estamos muito deprimidos”, lamentou.

Madaleno foi um jovem com muitos planos na vida, tal como afirmou sua tia. Maria Francisco pediu que a justiça se faça sentir neste caso. “E o jovem que está em contas com a Polícia tem que revelar os seus comparsas. Porque a forma que ele executou o crime, parece ser de um profissional. Os golpes foram em pontos sensíveis. Para Maria, “em Luanda, as pessoas matam à vontade, por isso seria bom que a pena de morte voltasse”, sugeriu.

“Em que sociedade estamos? O que a Polícia tem feito diante de tanta criminalidade?” Questionou. Acrescentou que, no dia em que foram constatar se o suposto assassino estava preso ou não, os polícias não os deixavam entrar na unidade sem se identificar. “Os polícias não podem agir assim mas, o que pedimos é que investiguem também os organizadores da festa. Nós queremos o criminoso na cadeia, e ai dele se sair! Rematou.