Luanda - Dois meses depois de ter sido espancada, alegadamente por polícias, Laurinda Gouveia não sabe do paradeiro da denúncia. Na esquadra, não a encontram. Mas a polícia garante que a queixa “não tem fundamento”.

Fonte: NG
francsico agressao.jpg - 23.00 KBA denúncia que Laurinda Gouveia, de 27 anos, apresentou na 5ª. Esquadra de Polícia na Maianga, em Luanda, desapareceu, revelou a própria activista. Há dias, Laurinda Gouveia quis saber como estava o processo, mas os agentes não o encontraram.

Laurinda Gouveia foi alegadamente espancada durante duas horas por agentes da Polícia Nacional quando filmava com, um telemovel, uma marcha organizada pela CASA-CE que assinalou um ano da morte de Manuel Hildebrando Ganga.

Depois de constatarem o desaparecimento da queixa, os agentes da 5.ª Esquadra mandaram-na procurar o processo na esquadra do Cantinton. “Depois de muito procurar nos documentos, o resultado foi zero”, lamenta a jovem em declarações ao NG.

O porta-voz da Polícia em Luanda, inspector-chefe Mateus de Lemos Rodrigues, garante que a denúncia “não tem fundamento” e pediu à jovem que apresentasse provas.

Os advogados de Laurinda Gouveia estão a constituir um processo para encaminhar para a Procuradoria-Geral da Republica (PGR). Dois meses depois dos incidentes, a jovem conseguiu ultrapassar os problemas com a Universidade Católica onde estuda, mas foi expulsa de casa por familiares que receiam sofrer represálias. Reside em Luanda, na casa de um membro do grupo dos manifestantes.

Laurinda Gouveia foi detida no largo 1.º de Maio, em Luanda, em 2014, quando filmava uma suposta agressão da polícia a colegas. Foi levada para o interior da escola comercial com a garantia de que depois seria conduzida para uma esquadra. Na primeira entrevista feita ao NG ainda com as marcas da violência no corpo, confessou que sentia zumbido nos ouvidos e uma visão fusca, garante que está a melhorar.