Luanda - O Ministério do Interior de Angola suspendeu a direcção da penitenciária do Yabi, na província de Cabinda, estabelecimento prisional de onde 151 reclusos se evadiram na segunda-feira, 26,  47 dos quais foram entretanto recapturados.

De  onde fugiram 151 reclusos

Fonte: Lusa
DN dos Servios Penitencirios.jpg - 59.35 KBA informação foi avançada pelo secretário de Estado para os Serviços Prisionais, do Ministério do Interior, Bamokina Zau, na abertura do Conselho Consultivo dos Serviços Prisionais.

"Infelizmente, nas últimas 24 horas fomos surpreendidos com uma ocorrência, dando conta de uma evasão massiva de reclusos internados no estabelecimento penitenciário do Yabi, na província de Cabinda, aproveitando-se sem dúvida de algumas fragilidades no sistema de segurança", referiu o governante angolano.

De acordo com Bamokina Zau, estão já em curso investigações às causas e motivações que estiveram na base desta fuga em grande escala. "Já foram capturados parte destes reclusos com apoio das forças armadas, dos órgãos de defesa e segurança locais, bem como da população e até de alguns familiares que persuadiram os seus parentes, na condição de prófugos [fugitivos], a entregarem-se voluntariamente. A par disso, constatou-se a apresentação voluntária de alguns reclusos, situação que se vem repetindo", adiantou ainda o governante.

Por sua vez, o director nacional dos Serviços Prisionais, comissário António Fortunato, disse que "houve uma violação das normas ligadas à organização das brigadas de trabalho na execução dessa actividade do agrupamento de forças e meios para a protecção dos reclusos".

Os reclusos escaparam da penitenciária durante a distribuição das tarefas do dia, cerca das 08:00 horas de segunda-feira, envolvendo inicialmente um grupo liderado por um recluso condenado a 23 anos de prisão por roubo qualificado.

Dos 151 reclusos que concretizaram a evasão, 47 já foram recapturados pelas autoridades e outros dois foram alvejados pelos guardas prisionais, durante a fuga, tendo sido transportados para o hospital de Cabinda. Para António Fortunato, o que aconteceu "é muito grave".

"Transmitimos a orientação superior no sentido de em todos os estabelecimentos do país ser decretada uma prevenção mais ou menos de 50%, para reforçar as medidas de segurança e impedir que situações do género ocorram", afirmou.

Uma mensagem a circular no interior daquele estabelecimento no sentido de haver "facilidade de fuga", envolvendo alegadamente os guardas prisionais, encorajou os reclusos a realizarem a acção. Na altura, a penitenciária contava com quase 800 reclusos, estando por isso em situação de sobrelotação.

"Este também é um factor a considerar e a atender, daí o pedido de alguma ponderação. Mas já tomamos algumas medidas que são especiais, atendendo à situação especial que é da sobrelotação", frisou.