Lisboa - O delegado do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE) no município do Cuango, José dos Santos Tanqui “Zeca”, tem estado a abordar, nos últimos dias, activistas e testemunhas que se preparam para ir à Luanda acompanhar e depor no julgamento de Rafael Marques. 

Fonte: Club-k.net

 O julgamento do autor do livro “Diamantes de Sangue: Tortura e Corrupção em Angola” terá lugar a 24 de Março no Palácio Dona Ana Joaquina, presidido pelo juíz Adriano Cerveira Baptista.

 

Nas suas abordagens, o SINSE tem procurado saber as razões que motivam os activistas e testemunhas a viajar para Luanda e a depor a favor do jornalista. Os visados acham estranho que, sendo o julgamento aberto ao público e aguardado por vários sectores da sociedade, o serviço de segurança, esteja a pressionar de forma aberta activistas e testemunhas no Cuango, sobretudo na vila de Cafunfo. É dessa localidade onde partirá uma grande delegação, liderada por sobas, com o propósito de acompanhar o julgamento.

 

Um dos activistas que foi abordado directamente pelo delegado do SINSE, referiu ao Club-K, que não se sente intimidado com a acção, mas manifesta preocupação: “Se o assunto já está no tribunal e o juiz vai decider, então porquê o SINSE está a envolver-se mais no caso para atrapalhar a justiça e intimidar-nos?”