Lisboa -  Foi a 22 de fevereiro de 2002, no Moxico, que teve o seu fim Jonas Savimbi, político e guerrilheiro que durante toda a sua vida foi o temor do MPLA e de José Eduardo dos Santos. O líder histórico da UNITA desapareceu, mas, treze anos depois, estão vivos como nunca o medo e a superstição em torno de Savimbi.

Fonte: Africa Monitor

Regime não sabe o que fazer com os seus pertences pessoais 

Segundo relata o Africa Monitor Intelligence, na tenda que Savimbi usava à data da sua morte, estavam alguns pertences pessoais, que foram então recolhidos num saco. Foram sondados diversos funcionários do regime para o abrir, para que o conteúdo possa ser retirado e inventariado. Até hoje, ninguém teve coragem de o abrir. 

As escusas, adianta a mesma fonte, vêm-se manifestando diferentemente, conforme os seus protagonistas. Comuns a todos são gestos supersticiosos ou relacionados com feitiçaria.

O próprio saco foi mudando de paradeiro, encontrando-se agora numa dependência do palácio presidencial.

Demonstrativo do peso que o fundador da UNITA ainda tem na sociedade angolana é o verdadeiro “culto” que o rodeia na internet. Perto de 31 mil pessoas são “fãs” de Savimbi no facebook. E quase 70 mil pessoas seguem a página “Frases de Jonas Savimbi”, atualizada várias vezes por semana.

“Angola, que sofre de vários males, só poderá encontrar a solução pára o seu desenvolvimento se conseguir primeiro a paz. A paz condiciona qualquer desenvolvimento económico. E a paz só poderá ser conseguida pelos angolanos”, é uma das frases mais recentes.

As forças governamentais angolanas mataram Savimbi em 2002, numa operação militar denominada "Kissonda". "Às 15 horas, [Savimbi] entrou em confronto com os nossos destacamentos, foi atacado e morreu no tiroteio com sete tiros", relatou o brigadeiro Simão Carlitos Wala, responsável pelo destacamento militar que eliminou Savimbi.

A 13 de março, a Comissão de Gestão da UNITA, dirigida pelo general Paulo Lukamba "Gato", então secretário-geral, anunciou unilateralmente o fim das hostilidades. Ainda hoje , o nome do líder histórico da UNITA assoma com frequência também nos editoriais do Jornal de Angola contra figuras malquistas.