Lisboa – Estão a ser atribuídas a José “Joanes” André, actual governador provincial do Zaire, manifestações de desinteresse em considerar um convite que lhe terá sido formulado para se tornar no próximo ministro da Construção.

Fonte: Club-k.net 

O pensamento identificado no governador do Zaire é de que não tenciona regressar  ao Executivo, para já, pelas seguintes razões a saber:

- Faz gosto em permanecer na província do Zaire, sua terra natal, por julgar-se comprometido em dar continuidade a uma calendarização  de desenvolvimento naquela região, que arbitra não estarem ainda concretizados.  

- Em função dos resultados das últimas eleições gerais em que a UNITA fez eleger um deputado na província, o governador, nas vestes de primeiro secretário provincial do MPLA, comprometeu-se que irá reverter o quadro nas próximas eleições a realizar-se em 2017, fazendo com que o  seu partido  ganhe “5-0”, conforme linguagem corrente.

A sondagem inicial a  figura de Joanes André para assegurar o Ministério da Construção deve-se ao facto de ter por lá passado como vice-ministro ao tempo do general Higino Carneiro (actual governador do Kuando Kubango) e posteriormente o engenheiro José Ferreira.

O processo de  nomeação de um novo ministro da construção em Angola, está a ser, paralelo com constatação de factos na qual o actual titular, Waldemar Pires Alexandres é citado como estando a prejudicar-se pelas seguintes razões a saber:

- O Ministro recusou o pagamento imediato de dividas de uma empresa de construção de  Joess Gourgel dos Santos "Polly", filho do Presidente da República. Em contrapartida priorizou, logo a seguir, pagamentos a uma empresa do mesmo ramo ligada a um  empresário local,   Tulumba Kapossi, com que  o mesmo partilha interesses.

- O mesmo procedimento de recusa (ou atraso de pagamentos) aconteceu com uma empresa do ramo da  construção em que Tchizé dos Santos tem, de igual modo, interesses.

- Afastou uma funcionária, sobrinha do general “Kopelipa”, Helena Pita-Gros, acusando-a de deslealdade. Após a intervenção do MAPESS, o ministro Waldemar transferiu-a para uma outra área e reduziu-lhe para uma categoria de modo a ter um salário mensal inferior a 30 mil kwanzas.

- Entrou na lista dos mal quisto do general Higino Carneiro. O ministro da Construção nomeou recentemente como chefe do Centro de Documentação e Imprensa (CDI),  um ex-director provincial do governo do Kuando Kubango que terá se desligado do general Higino Carneiro. Logo após advertências que se soaram a “ameaças”, o ministro Waldemar recuou  anulando  o despacho de nomeação  e, por outro lado, nomeou um novo chefe do CDI, Ikuma Bambo. 

- O seu secretário de Estado, Teixeira Flor,  revela-se descontente com o clima que se observa naquele ministério, tendo optado por escrever ao PR pedindo demissão do cargo.  

- O ministro passou a ser indesejado pelos trabalhadores do ministério  por ter anunciado medidas de cortes (ou de apoios) como, por exemplo, a suspensão do cartão de acesso ao supermercado KERO.

Para o efeito, está em vias de ser nomeado um novo ministro, decorrendo já procedimentos internos prévios da medida. A nomeação será oficialmente anunciada num quadro mais vasto de mudanças que abrangerão o Executivo central, culminando também com o regresso do jurista Carlos Maria Feijó.

Até ao momento, o nome mais apurado para assumir a pasta da Construção, segundo circula em meios restritos do regime, é o do antigo director das obras públicas na província do Kwanza-Sul, Joaquim Sebastião, que no passado dirigiu também o Instituto Nacional de Estradas de Angola. As estimativas sobre a sua eventual indicação passaram a ser da aceitação e do interesse de figuras com acesso ao Palácio Presidencial pela notoriedade da sua forma de trabalhar.