Luanda - O ministro dos Petróleos de Angola anunciou nesta terça-feira o reinício do funcionamento da fábrica Angola LNG, de produção de gás natural liquefeito, até ao final deste ano, contrariamente à previsão anterior que apontava para o próximo verão. A fábrica, instalada no Soyo, província do Zaire, no norte de Angola, está paralisada desde abril de 2014, devido a problemas técnicos que obrigaram a uma intervenção de reabilitação na unidade.

Fonte: Lusa

Ministro dos Petroleos.jpg - 50.92 KBA informação sobre o reinício da laboração foi avançada pelo ministro Botelho de Vasconcelos na Assembleia Nacional de Angola, no decurso da prestação de esclarecimentos aos deputados no âmbito da discussão na especialidade da revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2015.

O titular da pasta dos Petróleos referiu que a previsão do consórcio que opera a fábrica, um investimento privado de 10 mil milhões de dólares (cerca de 8 mil milhões de euros), aponta para o reinício da operação no quarto trimestre deste ano.

“Em finais deste ano iremos ter outra vez a instalação a funcionar em pleno. Quer o Estado, representado pela empresa Sonagás [grupo Sonangol], como os outros membros do consórcio, quer o próprio construtor estão a trabalhar no sentido de poder ter a instalação pronta”, frisou.

Botelho de Vasconcelos explicou que na fase experimental do projeto (em 2014) surgiram problemas num dos segmentos da instalação de convergência de gás provenientes dos blocos petrolíferos. Acrescentou que durante esse período foi feita alguma exportação de gás, mas o problema na instalação obrigou a uma reanálise completa, que ainda decorre.

Em julho do ano passado, o ministro Botelho de Vasconcelos tinha estimado a retoma da laboração no início de 2015 e a estabilização da produção até ao mês de junho. O nível projetado de produção da unidade é de cerca de 5,2 milhões de toneladas de gás natural liquefeito (ou LNG) por ano. Em causa estão problemas técnicos ocorridos a 10 de abril último, que motivaram a interrupção da produção naquela fábrica, conforme confirmou à Lusa, na altura, fonte oficial daquele consórcio.

A situação foi alvo de uma investigação e a administração do projeto, liderado pela petrolífera norte-americana Chevron, confirmou em maio que decidiu avançar com a correção dos “aspetos ligados ao incidente”, resolvendo igualmente os “problemas relacionados com a capacidade da fábrica”.

A Angola LNG, que produz gás natural super-refrigerado para exportação, tinha vindo a sofrer sucessivas quebras de produção desde que foi inaugurada, em junho de 2013.

Lançado em 2007 para aproveitar o gás natural resultante da exploração petrolífera, evitando a sua queima, o projeto reúne, além da Chevron (36,4%), a angolana Sonangol (22,8%), a britânica BP Exploration (13,6%), a italiana Eni (13,6%) e a francesa Total (13,6%).

Conta com uma duração prevista mínima de 30 anos e representa, isoladamente, o maior investimento de sempre em Angola, em termos da indústria nacional de gás e petróleo. Através da fábrica, está prevista a recolha, processamento, venda e entrega de gás natural liquefeito, além de propano, butano e condensados, a partir da sua instalação no Soyo. A capacidade de produção da Angola LNG envolve ainda de 125 milhões de metros cúbicos de gás natural para consumo doméstico.