Luanda - A ex-primeira dama da Costa do Marfim, Simone Gbagbo, foi condenada nesta terça-feira a 20 anos de prisão por envolvimento nos tumultos que se seguiram às eleições de 2010 e que vitimaram cerca de 3000 pessoas.

Fonte: Publico

Simone Gbagbo, conhecida como a Dama de Ferro da Costa do Marfim, foi considerada culpada de “atentados contra a autoridade do Estado, participação num movimento de insurreição e perturbação da ordem pública”, como avança nesta manhã a AFP.

Nas eleições presidenciais de Novembro de 2010, o então Presidente da Costa do Marfim e marido de Simone, Laurent Gbagbo, recusou aceitar os resultados das eleições que deram a vitória ao seu opositor, Alassane Ouattara.

Seguiram-se cinco meses de violência entre apoiantes de Gbagbo e combatentes de Ouattara. Estes últimos contavam com o apoio dos capacetes azuis das Nações Unidas e do exército francês. Os Gbagbo foram capturados em Abril de 2011 no Palácio Presidencial de Abidjan, onde se encontravam barricados.

Laurent Gbagbo está detido na prisão do Tribunal Penal internacional, em Haia, onde será julgado por crimes contra a humanidade. Quanto à sua mulher, a pena de 20 anos anunciada nesta terça-feira resultou no dobro do que pedia o Ministério Público. De acordo com a AFP, o advogado de Simone Gbagbo apresentará recurso.

Além da “Dama de Ferro”, foram julgadas 78 pessoas na Costa do Marfim por envolvimento nos conflitos de 2010 e 2011. Entre elas encontra-se Michel Gbagbo, o filho do casal, condenado a cinco anos de prisão.

Em resposta à condenação de Simone Gbagbo, a filha Marie Antoinette Singleton declarou à BBC que a pena se tratava de um “julgamento político”. Referindo-se ao facto de o tribunal ter condenado a mãe ao dobro da pena pedida pelo Ministério Público, Marie Antoinette Singleton afirmou que o julgamento tem como objectivo “livrar-se de adversários políticos”.