Luanda – Quem efectuou nesta sexta-feira, 13 de Março, no cair da tarde, o trajecto estação do Bungo (arredores do Porto de Luanda) até a Vila de Viana, de comboio, ficou surpreendido com a simplicidade do presidente da Convergência Ampla para a Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), Abel Epalanga Chivukuvuku, ao utilizar este meio de transporte para se deslocar até ao coração do município de Viana, para reunir com os membros da sua formação política.

Fonte: Club-k.net
AC8.jpg - 52.82 KBComo qualquer cidadão, este político que nos últimos tempos tem vindo a surpreender o eleitorado angolano, colocou a formalidade de lado, comprou o seu bilhete de 30 kwanzas – juntamente com alguns membros da CASA-CE – e subiu no comboio rumo ao seu destino final.

Dentro do comboio, o líder da CASA-CE deambulou de carruagem a carruagem (uns mais abarrotado de utentes que outros) a fim de interagir (e saudar) com os passageiros que mostraram-se estupefacto com a presença do terceiro candidato mais votado nas eleições gerais de 2012. “É muito bonito”, ironizou, sorridentemente, uma jovem vendedora que não conseguiu conter a emoção e abraçou-o.
 
Ao chegar no seu destino final, em Viana, Abel Chivukuvuku interagiu ainda (durante quase 20 minutos) com dezenas de cidadãos que aguardavam pelo comboio, a fim de regressar aos seus domicílios, algures da cidade capital, após a jornada laboral.
 
Em breves declarações ao Club K, o presidente da CASA-CE explicou as razões que o levaram a utilizar este meio de transporte. “A nossa filosofia é ver, ouvir e partilhar, porque o ditado popular diz que ‘quem não conhece o sofrimento do povo não resolve o problema do povo’, e nós viemos constatar ‘in loco’ estas condições”, proferiu.

O dirigente reconheceu quão é difícil viajar de comboio. “É muito difícil ver estas mamãs sofredoras que andam todos os dias de comboio. Elas saem de casa de manhã cedo, apanham todo esse calor nas carruagens amontoadas de pessoas para conseguir um pouco de dinheiro para sustentar as suas famílias”, referiu, reconhecendo que “o nosso povo sofre muito”.

Por este motivo, Abel Chivukuvuku convidou os membros do Executivo a conviver mais com o povo a fim de conhecer as suas dificuldades. “Se os nossos dirigentes não têm noção disso, eu lhes apelo que coabitem com o povo e talvez ganhem consciência de utilizar os recursos do país para o bem dos cidadãos”.

De comboio ou autocarro: sofrimento é igual

AC5.jpg - 38.12 KBO presidente da CASA-CE, Abel Chivukuvuku, que em Fevereiro último surpreendeu igualmente vários cidadãos, ao deslocar-se de Mutamba até a Vila da Gamek de autocarro (da empresa Angoaustrial T4,  número 41394), ressaltou que o sofrimento para quem utiliza estes dois meios de transportes públicos para se deslocar, em Luanda, é semelhante.

“A característica de vida do nosso povo é o sofrimento e andar de autocarro, como de comboio, o sofrimento é igual. E seria bom que os nossos governantes se preocupassem mais com o sofrimento destas pessoas porque não há duas vidas”, frisou, apelando aos governantes a prestar mais atenção a vida dos populares.
 
“Como é que vamos construir um país rico com pessoas pobres? Porquê que em vez de fazer marginais bonitas não cuidamos da vida dos cidadãos?”, questionou o nosso interlocutor, alegando que a crise financeira, anunciada pelo Presidente da República devido o baixo preço do petróleo, não passa de uma invenção.  

“Como se já não bastasse o sofrimento de viajar nestes dois meios, agora inventaram mais a crise financeira. Hoje em dia o custo de vida agravou e nas praças os preços dos produtos básicos aumentaram”, salientou, questionando “como é que vamos viver assim? Esse é o grande problema do país”, concluiu.