Ondjiva - Cerca de 460 mil pessoas poderão sentir os efeitos da seca que tem assolado nos últimos meses a província do Cunene, anunciou nesta quinta-feira, em Ondjiva, o governador António Didalelwa.

Fonte: Angop

Em declarações que prestou à imprensa, à margem do encerramento da I sessão extraordinária do Governo, esclareceu que estes são dados preliminares de um levantamento efectuado a nível dos seís municípios que compõem a província, e que pode também afectar cerca de um milhão de cabeças de gado.

De acordo com o governante, a província tem sido assolada nos últimos anos por fenómenos díspares, ou seja, inundações e seca, que desembocam em crise alimentar, escassez de pastos e, consequentemente, desaparecimento de milhares de cabeças de gado, principal riqueza das populações  desta região do país.

António Didalelwa teme, por isso, que o presente ano agrícola não seja rentável para os agricultores que constituem 79,1 porcento da população, o que poderá resultar na escassez de alimentos e água para as populações e o gado.

“Preocupa-nos a falta de água e de alimentos mas, contudo, vamos resolver estes problemas com a realização de um plano de aquisição de cereais, como milho, para distribuição às famílias afectadas, de modo a minimizar esta situação que surgiu devido à falta de chuvas que a província registou nos primeiros meses da campanha agrícola, “, enfatizou o governador do Cunene.

À titulo de exemplo, referiu que em anos anteriores, neste mês de Março, que é considerado o “ pico” das chuvas no Cunene, as águas escorriam pelos vales, mas actualmente tal não ocorre , o que obrigou o governo a proceder à distribuição via cisterna de água para acudir as populações.

“Existem muitas localidades rurais que neste momento estão a beneficiar de água por cisternas que são atribuídas diariamente através do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros  e das administrações municipais”, informou.

António Didalelwa disse que face a esta realidade incontornável, as autoridades locais elaboraram já um plano de contingência, em consonância com o Executivo, visando fazer face a um eventual cenário de catástrofe.

Apontou os municípios do Curoca, Cahama, Ombadja, principalmente nas localidades de Omahenge ya Shikungo , Omahenge ya Shivulo e Mucupe, e as comunas do Evale, Anhanca, Nehone, Oshimulo, Cuanhama e do Namacunde como as mais afectadas pelo fenómeno da seca.