Cabinda - O Governo angolano aprovou dois contratos de investimento para procurar vários metais preciosos, nomeadamente ouro, na província de Cabinda, ao longo de 620 quilómetros quadrados (km2), segundo autorizações governamentais a que a Lusa teve acesso.

Fonte: Lusa

cabinda.jpg - 69.94 KBA informação consta de dois despachos de 23 de Março, assinados pelo ministro da Geologia e Minas, Francisco Queiroz, e envolvem a concessionária nacional do sector, a empresa pública Ferrangol, e duas sociedades privadas.

O primeiro contrato de investimento mineiro, com uma duração inicial de cinco anos e envolvendo os direitos relativos à exploração de "metais nobres" como ouro, prata e platina, é feito com a Sociedade Mineradora Buco-Zau. Abrange, neste caso, uma área de 322,8 km2, no município de Buco-Zau, na província de Cabinda.

O segundo contrato de investimento mineiro, nos mesmos termos, envolve a Sociedade Mineradora Lufo e uma área de 301,28 km2 no município de Belize, no mesmo enclave. Em ambos os casos está prevista uma fase de prospecção destes metais, seguida da exploração.

A implementação do Programa de Diversificação da Indústria Mineira, recordam os mesmos despachos, "constitui um dos instrumentos" destes investimentos e insere-se nas prioridades de governação até 2017.

"Nesse sentido, o Executivo tem estado a implementar uma série de medidas tendentes a aumentar a aceleração do aproveitamento dos recursos minerais não petrolíferos, com particular destaque para os minerais com grande procura no mercado internacional", lê-se.

Em setembro último, numa entrevista à agência Lusa, em Luanda, o ministro da Geologia e Minas afirmou que a produção industrial de ouro no país, atualmente com projetos em fase de prospeção, deverá arrancar até 2017.

Adiantou, na ocasião, que estão em curso prospeções no Chipindo e Mpopo, além da previsão do "grande projeto integrado de Kassinga e Kassala Kitungo", sendo as províncias da Huíla e do Huambo alvo do maior interesse.

De acordo com Francisco Queiroz, o levantamento geológico-mineiro que está em curso em todo o país vai também permitir obter "muita informação" sobre localização potencial de ouro em Angola.

"O ouro será seguramente um dos minerais que vai surgir no mapa geológico de Angola, entre outros", apontou, admitindo que o país tem o objectivo de se tornar num dos "principais" produtores no continente africano. A aposta neste subsector mineiro motivou a criação, em maio de 2014, da Agência Reguladora do Mercado do Ouro de Angola.