Luanda - O ex-selecionador dos Palancas Negras, Oliveira Gonçalves, admitiu a possibilidade de Angola disputar a única vaga do grupo para a fase final do CAN2017, no Gabão, caso se organize bem.
Fonte: Desporto
Em declarações à Angop, na galeria dos desportos em Luanda, à margem do encontro de auscultação com vista a conferência nacional de futebol, Oliveira Gonçalves colocou Angola e RD Congo como principais candidatos num grupo que tem ainda a República Centro-Africana e Madagáscar.
O treinador mais referenciado do futebol angolano reconheceu que “em primeiro lugar, os jogos são sempre difíceis, o grupo é difícil”. Nestas eliminatórias, apenas o vencedor de cada grupo se apura diretamente, assim como o melhor segundo classificado.
“Hoje já não há adversários fáceis. Mas devo dizer que, com trabalho bem programado e organizado, desde que se proporcione à federação condições, e esta dê aos técnicos e atletas, está série poderá ser de facto conquistada por Angola ou pela RDC, pois são, na minha ótica, são os potenciais candidatos”, declarou.
No entanto, o treinador que conquistou a primeira taça continental para o país e conseguiu a melhor classificação de sempre num CAN alertou para o respeito por todos os adversários. E justifica o seu alerta com a história e percurso da própria seleção de Angola.
“É imperioso dizer que temos um exemplo próprio, nosso, porque há uns anos quando nos apuramos para o Mundial, Angola era o outsider, ninguém contava que atingiria o campeonato do mundo. Então devemos estar preparados e preocupados também com a RCA e Madagáscar. Não serão peras doces”, disse o técnico que conduziu em 2006 Angola ao seu primeiro e único até agora campeonato do Mundo, na Alemanha.
Prosseguindo a análise do grupo B ditado pelo sorteio realizado no Cairo nesta quarta-feira, Oliveira Gonçalves reconhece que “do ponto de vista teórico não é um grupo tão equilibrado. Por isso, atribui favoritismo aos Palancas Negras e a RD Congo, “mas é importante que não menosprezar os outros adversários”.
O experiente treinador campeão africano sub-20 em 2001 referiu que Angola apenas falhou um CAN (2015) e por isso “se calhar não será assim tão difícil, quanto na época em que ele assumiu o comando da equipa nacional.
“ Naquela altura, Angola não ia há quatro anos, estava oito anos fora da competição africana. Aí foi mais difícil. Assumimos a seleção num período complicado”, recordou.
No presente, referiu que a seleção está em atividade, e Oliveira Gonçalves considera importante que se continue a observar jogador no exterior que sejam mais-valia, que venham transmitir a seleção a qualidade que se precisa.
Prosseguindo as suas sugestões sobre a forma como os Palancas negras devem preparar esta eliminatória, reiterou a importância da programação e sobretudo a criação de condições para jogadores e equipa técnica, mas é preciso fazer mais.
“É preciso continuar a trabalhar, aproveitar as datas FIFA. Dar condições para trabalhar e fazer toda uma programação que também tem a ver com o campeonato nacional. Se o Girabola for competitivo e for bom, isso vai ajudar a seleção nacional. E não deixar de ir buscar os jogadores que sejam de facto uma mais-valia”.
Sublinhou entretanto os aspetos administrativos também: “mas com toda a organização, e não com dúvidas sobre se o atleta pode ou não ser inscrito pela seleção nacional angolana. Quando se vai observar um jogador, estamos conscientes que ele pode representar a seleção nacional. Sendo assim, creio que estamos em condições de voltar a um CAN”.