Cabinda - O estado de saúde dos detidos José Marcos Mavungo, 56 anos de idade, funcionário da Chevron e defensor dos direitos humanos em Cabinda, e de Arão Bula Tempo, 52 anos de idade, Advogado-Presidente do Conselho Provincial da Ordem dos Advogados em Cabinda e igualmente defensor dos direitos humanos, está a deteriorar a cada dia que passa desde a sua detenção no pretérito dia 14 de Março de 2015.

Fonte: Club-k.net

Na semana passada, Arão Tempo teve uma crise hipertensiva e recusou-se a ser assistido pelos médicos que os serviços prisionais colocaram a seu dispor, por não lhe inspirar confiança e por temer pela sua vida. Entretanto, a seu pedido, os Serviços Prisionais autorizaram que fossem ambos assistidos por uma médica de sua confiança. Trata-se da Dra Carlota Tati, que já assistira a ambos em outras ocasioes muito antes das suas detenções. Esta esteve com os mesmos no dia 7 de Abril para uma consulta de rotina na unidade penitenciária. Tendo observado o estado delicado dos mesmos, a médica requisitou-os para exames de especialidade no Hospital Central de Cabinda, o que devia ter acontecido na quarta-feira, dia 8 de Abril, mas só foi possível hoje, dia 09 de Abril.

Da observação e dos exames feitos por um cardiologista de nacionalidade cubana, foi diagnosticado ao Dr José Marcos Mavungo uma insuficiência cardíaca e valvulopatia mitral. Por este facto, o especialista deu baixa ao paciente na secção dos cuidados intensivos onde está a receber tratamento.

 

O Padre  Raul Tati que visitou-lhe conta que “ao visitá-lo esta tarde, embora tenha conversado um pouco comigo, viu-o bastante pálido e abatido, facto que me fez perceber da gravidade do seu estado de saúde. O Dr Arão Termpo foi recolhido para a cadeia depois do exame médico, mas está muito debilitado e o seu estado também inspira cuidados.”

 

De referir que o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), sedeado em Brazavile (Republica do Congo), efectuou uma visita aos detidos dias depois da sua detenção fazendo-se acompanhar de um médico que também os observara.

 

Diante deste cenário, e tendo em conta que do ponto de vista processual não houve desenvolvimentos nestas duas últimas semanas, “venho através desta informação rogar por uma ação urgente em favor da libertação incondicional dos dois activistas”, apelo Raul Tati igualmente membro da sociedade civil em Cabinda.