Lisboa – Atribuídas ao juiz Presidente do Tribunal de Contas, Julião António, a autoria de uma missiva destinada ao gabinete do Presidente da República, em que o mesmo manifesta a vontade de se reformar do cargo que ocupa há 14 anos.

Fonte: Club-k.net

Poderá dedicar-se ao agro-negócio

O responsável que tem o mandato expirado, manifesta, por outro lado, em ter na sua linha de sucessão quadros da linhagem de Gilberto de Faria Magalhães, o actual presidente da segunda câmara deste órgão judicial.

Ambos são católicos praticantes e tem uma aproximação privilegiada por frequentarem a mesma paróquia, a da Nossa Senhora de Fátima, no bairro Nelito Soares.

Negócios privados e conflitos de interesses

De acordo com consultas, o juiz Julião António é dado como tento pretensões de passar a fase de reforma a cuidar de interesses  comerciais no ramo agropecuário  na sua terra natal, Malanje.  

É-lhe atribuído a pertença de uma fazenda, supostamente oferecida pelo general  Higino Carneiro que recentemente acolheu uma feira local da agricultura. 

A inclinação que Julião António denota pelo ramo da agricultura não é estranha a sua participação na 11ª edição da feira de gado na província da Huíla, em Agosto de 2014. Na ocasião, afirmou aos jornalistas que a criação da Cooperativa de Criadores de Gado de Angola (CCGA) vai permitir que o país deixe de importar carne, valorize mais a produção nacional e poupe muito dinheiro actualmente gasto na compra deste produto ao exterior.

Não está claro em que qualidade o juiz Julião António compareceu na fundação da CCGA. O facto de ter usado chapéu com as siglas da CCGA, levantou suspeitas sobre o mesmo. De acordo com o que é do conhecimento público, o mesmo enquanto estiver no activo como presidente  do Tribunal de Contas, órgão que fiscaliza as contas dos órgãos públicos, fica impedido de tomar parte de negócios, ou, de tomar parte de alguma gestão privada, para evitar conflitos de interesses.