Luanda - Os fanáticos juntaram centenas de pessoas em lugares inóspitos. Antes de as concentrarem às portas do paraíso, mandaram-nas vender tudo o que tinham, ainda que fosse quase nada.

Fonte: Jornal de Angola

Nova versão da Primavera

Os crentes começavam a ver passar os dias, as semanas e os meses. E nem paraíso nem fim do mundo. Quando a descrença se começasse a apoderar do grupo, os fanáticos carregavam nas tintas e cortavam a comida, a água, os cobertores.

Nesta fase, os seus aliados recrutavam os “fiéis” para as manifestações que Raul Danda, Numa, Samakuva, Chivukuvulu e Kuangana diariamente pedem ao povo que eles acham descontente. Os angolanos conhecem o esquema e já sofreram muito com ele. Por isso, não alinham na “liberdade de expressão” com que os políticos da oposição querem matar a estabilidade e a paz.

Mas os pobres angolanos concentrados às portas do paraíso pelos fanáticos Kalupeteka, esses, deserdados de tudo, famintos e enraivecidos, são capazes de tudo.

Largados nas praças e nas ruas das nossas cidades fazem muitos estragos a eles próprios, mas também à sociedade. Se a Polícia tivesse que usar a força contra esse exército de famintos e deserdados, as imagens iam passar nas televisões de todo o “mundo democrático”, à hora dos principais telejornais. Felizmente para todos os angolanos, o esquema falhou. Custou a vida a nove agentes da Polícia Nacional, o que é intolerável e exige mão firme das autoridades. Mas não podemos ficar pelos Kalupeteka fanáticos. Também é preciso responsabilizar deputados e dirigentes partidários que estão permanentemente a instigar os angolanos a manifestações de revolta. Claro que dizem sempre que as manifestações, a realizarem-se, são pacíficas. Mas os poucos que têm aderido à chamada de Samakuva, Danda, Numa e Chuvukuvuku, nada têm de pacífico.

Nós vimos, mo Largo Primeiro de Maio, miúdos fanatizados a apedrejar agentes da Polícia Nacional e os seus carros, apenas porque estavam presentes no local da manifestação, para protegê-los dos apoiantes do Executivo e do MPLA, que são milhões e contra milhões ninguém combate.

Mas isso já foi há muito tempo, quando forças obscuras quiseram trazer para Angola a “Primavera Árabe”, que teve como resultado a criação de dois Estados falhados, Líbia e Síria. Mais dois que caminham inexoravelmente para o falhanço, Tunísia e Egipto.

Ainda que os mentores da “Primavera Árabe” rapidamente tivessem colocado no Cairo uma ditadura militar, que para servir os mais altos interesses da democracia condena à morte ou a prisão perpétua, aqueles que conquistaram o poder na rua, depois confirmado em eleições que só podiam coroar os “revolucionários”.

Em Angola a “Primavera Árabe” não pegou. O golpe das manifestações com tropa de choque dos Kalupeteka acaba de falhar. A oposição tem mesmo que ir às eleições de 2017 e submeter-se ao veredicto popular. Pelo andamento da sua acção política, têm a desgraça garantida. Depois dizem que a culpa foi da lei do registo eleitoral.