Lisboa - Amigos, Reencaminho o artigo do senhor Artur Queirós, que saiu no Jornal de Angola de hoje. Não tenho email desse senhor , pois enviar-lhe-ia directamente. Quero apontar algumas contradições fatais deste texto e faço isso, porque quem não deve não teme.

Fonte: Facebook

Quem permitiu a paz e as condições em que a Unita se encontra como partido de oposição foi o Senhor Presidente José Eduardo dos Santos. E a democracia é, precisamente, o uso do contraditório, o discurso baseado nas fragilidades e erros supostos da governação. Ora nem o MPLA que foi um partido único, nem a UNITA que era uma máquina militar podem reclamar-se de serem desde sempre democratas. Portanto, estão em aprendizagem e o exemplo de maior serenidade é dado pelo chefe do Governo que não vem a à liça na chicana política. Salva o bom nome e defende a democracia.

Pergunto qual é papel de permanentemente desencadear ódios antigos, que não levam a nada e só destabilizam o que de momento é ainda frágil?

Pergunto, porque não sou da Unita, mas tenho amigos lá, como tenho noutros partidos e são todas pessoas de respeito, qual o papel do senhor Artur Queirós?

A minha família que vivia no Huambo foi morta, só havendo uma sobrevivente dum atentado, a minha tia Zaida Daskalos.

Foi enviada para Portugal pelo Senhor Presidente José Eduardo dos Santos e   pagaram-lhe os tratamentos subsequentes.

Durante alguns anos recebeu uma pensão. Depois disso foi a família que se encarregou dela , estando num lar de terceira idade muito doente. Nunca se pediu nada às autoridades angolanas.

A minha mãe viúva de Alexandre Daskalos, um dos poetas da angolanidade como afirmou o Dr. Agostinho Neto, um dos primeiros presos políticos da luta anticolonial moderna, nunca recebeu nenhuma benesse.

O meu marido e eu, recebemos, sim o apoio do Senhor Presidente da República quando ilegalmente nos nacionalizaram o apartamento da família do meu marido , por estarmos no estrangeiro. Estávamos no Lubango. O Senhor Presidente, repôs a legalidade e depois de anos de luta foi-nos dada a casa por ordem presidencial.

O meu marido recebeu igualmente o apoio do Senhor Presidente quando foi afastado irregularmente dos quadros da Universidade.

Quero deixar claro, que o facto de estarmos no regime do partido único, que permitia várias arbitrariedades, o Senhor Presidente José Eduardo dos Santos sempre que lhe era possível, ( havia várias forças que se oponham) lutava pela legalidade.

Acontece, que o meu marido escreveu um livro essencial para as ciências sociais de Angola que só foi possível publicar com qualidade, com o apoio do Senhor Presidente.

Portanto, que fique claro que não oculto nada das nossas vidas para ser simpática à oposição ou ao MPLA.

O que quero , e insisto em perguntar dada a história da minha família, porque ele é um incendiário de ódios antigos que nem as vítimas da guerra ou familiares já têm. O senhor Artur Queirós não perdeu parentes na guerra de Angola, nem na primeira nem na segunda. Assim que se cale!

Nós que sofremos com a guerra e, não ganhamos nem ganharemos o seu salário, queremos a reconciliação dos angolanos e pacificação dos espíritos. Pacificação dos espíritos já conversava eu com o meu amigo Vitorino Hossi em 1992