Luanda – A Paviterra, empresa de Terraplanagem e Pavimentação, encontra-se em crise de gestão. Os seus mais de 400 trabalhadores não recebem salários, nem subsídios há quase três anos. Por isso saíram à rua em vigília e assim querem permanecer todo o mês de Maio. Solicitaram a protecção da Polícia Nacional e estão identificados com camisolas e bonés com o logótipo da empresa. A vigília começou na sede da Paviterra, no bairro Rocha Pinto, em Luanda, mas querem instalar-se à frente do Ministério da Construção, na Mutamba.

Fonte: NG
A situação vivida pelos trabalhadores é descrita como “dramática” pelo primeiro secretário do sindicato dos trabalhadores da empresa, Frederico Buaque.

De acordo com os trabalhadores, a falta de salários já desfez lares e alguns são sustentados pelas esposas. Muitos filhos deixaram de ir à escola, por não conseguirem pagar as propinas. Tudo isso foi relatado numa carta enviada ao Presidente da República, José Eduardo dos Santos teria ordenado ao ministro da Construção, Valdemar Pires, para resolver a situação, mas este “não deu nenhum passo e até recusa receber os representantes dos trabalhadores”, segundo Frederico Buaque.

Na Assembleia 
Nacional

A empresa está a ser gerida por uma comissão de gestão encabeçada por Lukano Ndombasi. O novo gestor queixa-se de estar também “com as mãos atadas” por ter encontrado a empresa numa situação complicada.
O Ministério da Construção alega que a Paviterra consta de uma lista de empresas estatais, ou comparticipadas pelo Estado, que poderão ser relançadas ou extintas, mas que ainda estão a ser avaliados os activos e passivos da empresa. Por isso, a Paviterra não encerra.

À beira da falência

A Paviterra foi das principais empresas de terraplanagem e construção de estradas durante as décadas 1980/ 90, mas não conseguiu impor-se no actual contexto económico. A frota de carros e máquinas de terraplanagem está paralisada.

A mão-de-obra residual deixou de ter assistência médica na Clinica Multiperfil por causa das dívidas. Constituída em 1980, a Paviterra já executou muitas empreitadas de obras públicas, estradas, aeroportos e caminhos-de-ferro. Entre as quais, a estrada Kuito/Andulo, a reabilitação do aeroporto ‘Joaquim Capango’, no Kuito, Bié e a pista do aeroporto de Saurimo, na Lunda-Sul.