Benguela – A afirmação é de Alberto Francisco Ngalañela, secretário provincial da organização do “Galo Negro” em Benguela. Na entrevista que se segue, o político, falou sobre a preparação do seu partido nas terras das Acácias Rubras, tendo em conta a realização do próximo Congresso da agremiação, bem como do Conclave da LIMA, organização feminina dos “Maninhos” e sobre a suspensão de Mfuka Muzemba, por práticas indecorosas.

*Domingas Kamba e Evalina Ding’s
Fonte: Club-k.net
A par isso, o nosso entrevistado falou do estado da governação em Benguela e o papel do governador Isaac Maria dos Anjos na luta contra intolerância política e das últimas enxurradas que assolou aquela província no último mês de Março.

Como está organizada a UNITA neste momento aqui na província de Benguela, visto que estamos quase as portas das eleições gerais?
Muito obrigado por essa oportunidade, para falarmos um bocado da UNITA a nível de Benguela e também da província em geral, dos seus aspectos económicos, sociais, etc. A UNITA em Benguela tem estado a realizar o seu trabalho, em toda extensão da província e também se tem notado um crescimento razoável. Portanto, nós, só no ano passado, 2014, tivemos 3100 novos ingressos. Destes novos ingressos, portanto, 75% são jovens, com realce para o sexo masculino em detrimento do feminino mas, ainda assim, os números não atingiram a meta preconizada. Apesar disso, nos orgulhamos porque estes jovens são líderes de opinião, na sua maioria.
Como sabem, a província de Benguela, depois de Luanda é a segunda maior praça política onde há uma grande interacção com a sociedade civil, que te já nesta região algum protagonismo e nós temos estado a realizar contactos e aproximação com a sociedade civil que tem participado das nossas actividades, sobretudo, naqueles pontos que são de intercessão comum como é o caso da promoção da cidadania. Dizer, por outro lado, que a UNITA está implantada nos 10 municípios de Benguela e também nas comunas, por exemplo, das 31 comunas só não está representada na comuna do Macamombolo que é o município de Balomo, devido à um certo protagonismo de intolerância política naquela área que já vem de algum tempo para cá, mas, nós estamos nos arredores desta comuna de Macamombolo, só nos falta erguer a nossa bandeira dentro da sede da comuna.

Em termos de infra-estruturas, o que nos tem a dizer?
Neste aspecto, nós estamos a avançar. A nossa aposta para este ano é de nos instalarmos fisicamente nas comunas de Tumbulo, da Capupa e Ambala a nível do município do Cubal e também na comuna de Kanhãmelã, a nível do município do Kaimbambo. Ganhamos muitas infra-estruturas construídas de raiz, com a contribuição dos militantes, entre elas Comités de Zona, Comités Locais e, pensamos que isto nos satisfaz, mas, queremos nós, até Dezembro deste ano, termos uma cobertura em termos físicos só, porque em termos políticos temos uma cobertura na ordem de 85%, queremos então atingir os 100% até final deste ano, já que o próximo ano é da definição da implantação do partido a nível da província de Benguela, tendo em conta os desafios eleitorais que se avizinham.

Com esse crescimento descrito, quer dizer que a UNITA poderá conseguir em 2017 mais um deputado em Benguela?
Nós temos de trabalhar para cinco deputados mas, se as condições não forem favoráveis, no mínimo, atingirmos três deputados. Isto significa que nós queremos ganhar o círculo eleitoral provincial de Benguela. Sabemos que não será fácil, se tivermos em conta a qualidade do processo eleitoral em Angola, nem sempre o trabalho que se faz é recompensado no fim. Mas a nossa fasquia é de cinco deputados e no mínimo, três. Estamos a trabalhar para isso, temos neste momento 15.4320 militantes controlados, activos, sem contar com os amigos, simpatizantes. A nossa meta é dobrar este número. Nós estamos a andar muito bem, estamos a ter muitos ingressos e já estamos a instituir a brigada de intervenção política, formada por 100 jovens, também temos já, um grupo de jovens que eram da sociedade civil que manifestaram o interesse de ingresso, estamos só à espera do acto de formalização e portanto, primeiro começam como simpatizantes e agora já estão a manifestar o ingresso, vamos redobrar o nosso trabalho tendo em conta a palavra de ordem que 2015 é o ano da mobilização total para a mudança em 2017. 

Mas a questão de intolerância política cessou?
A questão de intolerância política continua, embora em pequena escala, mas podemos dizer que, de 2013 até a presente data, trabalhou-se muito para esbater os focos de intolerância política, porque quando chegou o novo governador, Isaac Maria dos Anjos, a primeira questão que nós colocamos é exactamente a intolerância política. Nós apresentamos um mapa de quadros da UNITA que foram vítimas, quadros que foram mortos nestes actos. Portanto, Benguela de 2002 á 2013 apresentava um quadro preocupante, total, quer dizer, em tempo de paz a nível da província de Benguela foram mortos 35 militantes da UNITA, para não falarmos das prisões arbitrárias de outros actos como a falta de acesso ao emprego aos militantes da oposição, com realce para os da UNITA.  Hoje as coisas mudaram e o desafio está ai.

Desafio de que?
Houve um desafio que colocamos que é a nível dos responsáveis, portanto era preciso um gesto para que se desencorajasse os actos de intolerância política, foi assim que em Outubro de 2013 o governador da província de Benguela e o secretário provincial da UNITA efectuaram para a digressão do interior nas áreas de maior foco de intolerância política. Para transmitir quer aos administradores municipais, quer aos administradores comunas as autoridades tradicionais de que o caminho da intolerância política só retarda o desenvolvimento da província. Portanto não há razões de fundo que levem as pessoas andarem a pancadas matarem-se só devido a cores partidárias. A bola estava mais atirada do lado do governo, e essa digressão que efectuamos com o governador da província veio surtir efeito. Mas sabíamos de antemão que algumas forças conservadoras no seio do MPLA não teriam gostado dessa iniciativa que tivemos com o governador de percorrer as áreas de intolerância política para conversamos com as autoridades tradicionais, conversamos com os Administradores, e com outras forças vivas da sociedade, para que se o governador e o secretário provincial da UNITA estão andar juntos então qual é a razão de a nível da base haver pequenos problemas a volta só de uma bandeira e isso surtiu efeito, mas estou a dizer que há vozes já no seio do MPLA que descordaram dessa iniciativa que nós tivemos junto do governador de andarmos a província de Benguela. Isso pagou porque a partir dai muita coisa melhorou, o contacto entre as estruturas da UNITA e as Administrações também ganhou já uma outra posição e agora começamos já a sentir a medida que vamos chegar próximo da eleições esse quadro logicamente vai mudar, porque nós conhecemos muito bem o nosso adversário político e também o governador da província de Benguela vai sofrer e se já não está a sofrer boicote para que na verdade a província de Benguela venha a viver mais um quadro negro como o anterior.
Mas nós como estrutura da UNITA como a nossa escola nunca foi de provocação nós não vamos responder as provocações apelamos apenas a polícia que esteja a altura de quem prevaricar ser responsabilizado criminalmente. É ai onde o papel da polícia será crucial. O que tem acontecido é que nós somos atacados e quando nos defendemos muitas vezes os agentes da autoridade vêm e como muitas vezes o comandante dependente do administrador municipal, deixa os agressores, e as vítimas que se defenderam, é que acabam por ir a cadeia. Portanto é esse quadro que nós não queremos e também nós estaremos preparados para qualquer eventualidade defendermos as nossas vidas. Porque nós vamos para as digressões e contamos já muitas vezes como aconteceu recentemente com os deputados que só foram até a kasseque município da Ghanda a nível dos Deputados, mas é alguém como o programa é dado com antecedência alguém se calhar instrumentalizou orientou os militantes para que se criassem uma situação que só mancha exactamente o nome da província de Benguela. É o nosso desafio nós como secretariado provincial da UNITA e o governo da província na pessoa do governador portanto as questões não nos ultrapassarem a ponto de que a província de Benguela volte na ribalta sobre a intolerância política, não fica bem, não ficamos bem na fotografia tanto o governador como o secretário provincial da UNITA como os demais dirigentes da sociedade civil queremos que a província de Benguela vem a ser o modelo de convivência entre os irmãos.

O que o senhor secretário achou das declarações do Presidente da República acerca da intolerância política?

Primeiro para dizer que as declarações do Presidente da República pecam por serem tardias. Portanto foram proferidas tardiamente depois de muita gente morrer em tempo de paz só por manifestarem ideias contrarias ao regime no poder e a UNITA sentiu-se numa primeira fase regozijada porque a UNITA foi falando de intolerância política e a outra parte dizia que não existe apenas eram pessoas e porque a UNITA durante a guerra fez isso e aquilo e como não corresponde a verdade, porque não há nenhuma guerra que só um lado é que cria danos portento é uma contenda entre partes e a guerra, portanto durante a guerra há violação dos direitos do homem. Portanto essa velha canção de que a população não quer a UNITA, porque a UNITA fez e desfez no passado não corresponde a verdade porque o próprio MPLA também durante o conflito cometeram atrocidades.

E a UNITA nunca acreditou tanto mais que os acontecimentos do Huambo que levaram a criação da comissão parlamentar de inquérito. Portanto mais uma vez o MPLA através da maioria parlamentar aceitou a comissão de inquérito por aceitar, mas fez tudo mesmo perante factos para que depois a comissão de inquéritos da Assembleia Nacional concluir que não há intolerância política. Levou tempo como as questões levaram para proporções alarmantes para que depois só agora o Presidente da República reconhecer que na verdade há intolerância política no País e que era preciso combater energicamente as causas de intolerância política. Mas mesmo assim o presidente da República não basta reconhecer a existência de intolerância política o Presidente da República é o mandatário máximo desse país com responsabilidades acrescidas o Presidente da República se dizer hoje mesmo a toda nação e como também Presidente do MPLA,se orientar que os militantes do meu partido, portanto ou qualquer angolano que atentar contra o outro angolano por razões políticas ou por outras razões, portanto orientar que deve ser punido severamente, eu garanto que a intolerância política política para hoje e agora mesmo”.
Mais reconhecer e depois do reconhecimento começar a se registar outros actos que até nem poupam os Deputados portanto vamos cair na retórica. É preciso que o Presidente da República tenha acções, práticas para terminar com este mal que só retarda o desenvolvimento socioeconómico do próprio país.

O secretariado provincial esteve a cargo da organização das jornadas parlamentares da UNITA nesta província, como é que foi além desses factos de intolerância política?
Em relação as quintas jornadas parlamentares da UNITA, realizadas nesta província, na nossa província tivemos está felicidade de termos sido escolhidos para albergar este evento. Foi um grande sucesso e as jornadas parlamentares tiveram um grande impacto ao nível da província de Benguela, porque permitiu uma interacção dos Deputados com os eleitores cidadãos, permitiu também os cidadãos terem uma ideia daquilo que tem sido o esforço do grupo parlamentar da UNITA o seu desempenho dentro da Assembleia Nacional, como sabem os cidadãos angolanos eleitores não têm acesso aos debates que se passam ao nível do parlamento, e muitos com a ideia de que os deputados da oposição mormente a UNITA não está a fazer nada, só estão ali para sentar e para anuir a tudo que se diz a nível da Assembleia Nacional, mas portanto os cidadãos poderam questionar junto dos Deputados daquilo que na verdade têm feito face a tantas situações, a tantos problemas que o País vive, a tantas situações que a Assembleia devia ser um espaço privilegiado de debate e de solução de muitos problemas e dai os cidadãos viram que a oposição mormente a UNITA tem feito muita coisa a nível do parlamento mas que infelizmente o formato actual da Assembleia Nacional não permite que as ideias da oposição passem porque há uma asfixicia há uma ditadura da maioria parlamentar os cidadãos também ficaram a saber que a UNITA já teve legislação no concernente por exemplo ao processo das autarquias, mas que a iniciativa legislativa da UNITA foi chumbada e que desta vez a par da proposta de alteração da Lei da lei do registo eleitoral, portanto a proposta do registo eleitoral apresentado pelo executivo á Assembleia Nacional, a UNITA também respondeu com uma outra proposta já que essa proposta do executivo fere as cláusulas constantes da constituição da república de Angola onde o registo em matéria tem o final objectivo de eleições. E então deve ser mesmo o conselho nacional eleitoral a levar a cabo esse processo, como um órgão independente e não o executivo e assim como a fiabilidade do dados constantes do FICRE, assim como também o chamado registo oficioso. Portanto o impacto foi nós tivemos durante as jornadas, parlamentares, os deputados visitaram várias áreas, da vida socioeconómica da província, visitaram os 10 municípios, outros deputados foram a comuna como está em que estão.
Mas a mancha que ficou foi exactamente, o facto do grupo parlamentar da UNITA com antecedência ter pago a rádio Morena, para que a rádio morena comercial passasse o expot-pubilcitário a volta das quintas jornadas parlamentares.
Depois de regularizarmos termos pago inclusive e receber já a factura o recibo, depois de algum tempo a pessoa que foi fazer o pagamento foi notificado recebeu uma chamada para ir resgatar o dinheiro porque tinham recebido orientações do comité provincial do MPLA que não podiam passar o expot publicitário das quintas jornadas parlamentares. Foi uma autêntica vergonha para a democracia e nós a nível do secretariado provincial do partido quando tomamos conhecimento ligamos para dois dirigentes da comissão executiva do MPLA que não coloco o nome por uma questão de ética mais dois dirigentes da comissão executiva. O primeiro que nós contactamos via telefone, alegava que os companheiros sabem que a rádio Morena é do MPLA e tal como a rádio despertar é da UNITA dizia ele e também a rádio morena comercial é do MPLA. Se o MPLA encontrar algum inconveniente em fazer passar a publicidade da UNITA pode muito bem orientar para não passar. E nós ficamos perplexos porque não sabíamos até agora que a rádio Morena Comercial fosse pertença do MPLA.
Isso levou-nos a ligar para o responsável superior ao primeiro contactado, que também por sinal é Deputado da Assembleia Nacional, um dirigente do MPLA,a quem dagamos que: então como é que o MPLA manda cancelar depois de termos já pago manda cancelar a publicidade da UNITA? Ele dizia: Nós também recorremos aquela rádio. O que se passa para cancelar? É que nós contactamos primeiro um seu colega, e ele dizia que a rádio morena comercial é pertença do MPLA. Quem disse? Nós dissemos que é o seu colega. Ele disse-nos que não corresponde a verdade. Mas com tudo eu vou ligar para o secretário de informação.
Portanto são dois quadros sénhores do comité provincial do MPLA que conversaram connosco. Em função disso os dois como houve uma contradição dai ficaram de nos contactar para mais explicações e já não voltaram ao contacto até hoje. Uma autêntica vergonha para o MPLA, porque a UNITA sai a ganhar porque nós não recebemos de volta o dinheiro. Em condições normais a UNITA tem o direito de processar a rádio, porque depois de receber o dinheiro tinha que prestar o serviço. Esta é a primeira nota que mancha a democracia e também manchou o MPLA.

A segunda nota o grupo parlamentar da UNITA introduziu uma experiência de convidar uma das autoridades tradicionais para animar um tema a volta dos valores tradicionais na sociedade angolana. O convite foi feito eu pessoalmente e o secretário municipal de Benguela, fizemos o primeiro contacto com o regedor Kacipoke que é o regedor de Benguela dissemos senhor regedor o senhor é pai de todos, a UNITA vai realizar jornadas parlamentares e queremos que o mais velho vá animar o tema sobre os valores tradicionais na sociedade angolana para podermos partilhar também com os cidadão é uma inovação, o regedor não pós impedimento e voltamos já quando faltavam três dias ao encontro do regedor chamou o concelho estava com mais quatro Sobas, estivemos no jango eu Ngalañela o mias velho Kanambio que é o secretário municipal adjunto e o doutor Manuel Ciañgo que é o secretário municipal de Benguela fomos ao jango e o senhor regedor recebeu-nos com mais quatro sobas e reiterou de que “meus filhos nós somos pais de todos portanto nós não vemos inconveniente, estou aqui com os meus conselheiros de aparecer para animar este tema e quem iria moderar o tema e o deputado Eugénio Manuvakola.
Tudo posto também endereçamos um convite a regedoria para os sobas fazerem parte da sessão de abertura tudo combinado. Nós dispusemos um mini-autocarro para a recolha dos sobas a partir do sobado. Tudo posto no dia do acto 62 sobas todos uniformizados vieram dos vários pontos da cidade de Benguela para convergirem na regedoria e dai o autocarro alugado pelo grupo parlamentar para fazer a recolha para o acto de cobertura, nosso espanto é que ainda no Cine Monumental onde se passou o acto de abertura já havia cinco sobas todos uniformizados, depois veio um emissário da administração municipal para recolher os cinco sobas dizendo que havia uma actividade na administração municipal. Na administração municipal posto ai houve ordem expressas de que não fossem ao acto de abertura das jornadas parlamentares. Inventaram uma actividade para reter os sobas depois disso, o regedor participou da abertura e também assistiu connosco toda sessão da manhã.
A hora do almoço o regedor foi a regedoria preparar para animar o tema a seguir. Primeiro foi o tema da doutora Nhaloveva no período da manhã e no período da tarde haveria dois temas o tema do doutor Vicente Pinto de Andrade, e a seguir seria o tema do Regedor Kacipoke. Durante a prelecção do Dr. Vicente Pinto de Andrade o Regedor voltou a confirmar que estava a caminho. Quando estava a terminar um o tema, o regedor Kacipoke manda uma mensagem que já não haveria de aparecer. E eu digo mesmo que foi um momento muito difícil nós conhecemos o Regedor Kacipoke é um homem integro remou contra maré durante toda manhã ficou connosco predispôs-se para depois chegar a um ponto em que foi impedido. E tudo que se faz contra vontade isso não resolve. Portanto mais uma vez o MPLA na de província de Benguela demonstrou que, não é portanto não só a nível da província de Benguela é o MPLA no seu geral, mais o comité provincial de Benguela ficou com mais uma nota, reflectiu na prática aquilo que é o MPLA no seu todo, mas a situação recaiu no comité provincial do MPLA.
Essas duas notas muito negativas não retiraram o impacto porque todo mundo que se encontrava naquela sala viu na verdade confirmou o verdadeiro carácter do MPLA e depois disso no Lobito tivemos a falha do José Patrocínio ele não apareceu para animar o tema proposto a ele porque disse em ultima hora que tinha alguns problemas de saúde que não lhe permitiram aparecer e nós preenchemos o espaço com outras actividades para dizer que são estas notas que nós tivemos.
Tivemos depois o encerramento, portanto a abertura e o encerramento tivemos a enchente que nós tivemos para dizer que terá valido a pena, só que durante o encerramento, no mesmo dia do encerramento das actividades já na restinga no acto de recepção no dia 11, infelizmente foi o dia também que na cidade do Lobito se abateu aquela enxurrada que provocou esses danos que estamos a viver hoje. Mas que já o grupo parlamentar da UNITA estava de saída devido ao 49º aniversário, das festividades do partido que se realizou no Huambo. Depois do acto central dos 49º aniversário da UNITA, o doutor Isaías Samakuva orientou o regresso dos deputados para se associarem a esta calamidade que se abateu ao nível da província de Benguela, os deputados regressaram passaram por aqui, mesmo naquele domingo fez-se um esforço para conseguir alguma coisa, visitaram as áreas sinistradas e também conseguiam fazer algum gesto simbólico para se associarem ao sofrimento das vítimas das calamidades das chuvas.
Portanto essas de uma forma geral é o calor que hoje em dia se vive a nível de toda província de Benguela os municípios hoje continuam a enviar mensagem do impacto dos deputados e como tivemos uma apresentação individual, permitiu os cidadãos conhecerem de perto os deputados da UNITA e permitiu interacção para dizer que foi um sucesso e esperamos que a província de Benguela venha mais uma vez num futuro não muito distante vir a beneficiar mais de outras jornadas parlamentares.

Porque a UNITA votou contra o orçamento geral do estado?
A UNITA votou contra o OGE pelas razões já expressas na declaração de voto lida na pessoa do presidente da bancada parlamentar da UNITA. Em princípio a UNITA vinha alertar o governo já o ano passado que aquele orçamento era irrealista, tendo em conta o comportamento do preço do petróleo já naquela altura. Não é recomendável aprovar um orçamento com aquela fatia. Quando as despesas já não tinham cobertura face a escassez de receitas já que nossa economia infelizmente continua a depender o petróleo. A UNITA chamou atenção mas houve sempre arrogância dos que estão no poder porque tudo que é o programa do governo sufragado nas eleições de 2012,então eles têm todo direito e eles sabem mais do que os outros.
Mesmo assim o governo angolano ainda tinha esperança na reunião da UPP eles pensaram que desta vez na reunião da UPP os países produtores de petróleo iriam baixar a produção para equilibrar o preço do petróleo no mercado internacional, mas não aconteceu isso e depois vêm com uma proposta de revisão de um orçamento que não foi executado normalmente a revisão faz-se depois de um período de execução e vê-se o comportamento da arrecadação de receitas e então faz-se uma revisão.
Depois nos vêm com um orçamento onde há mais uma redução do bolo previsto no orçamento apresentado o ano passado, mas um orçamento em que as áreas sociais a educação a saúde mais uma vez ficaram relegados para o segundo plano, um orçamento em que os efectivos desmobilizados nas ordens militares os desmobilizados mais uma vez não foram contemplados para caixa social, um orçamento em que as despesas na área militar voltam a subir, justificando a posição estratégica do governo angolano, um orçamento em que numa fase em que se fala da diversificação da economia, porque só agora que tivemos de aprender que afinal é preciso diversificar a economia só perante a crise, também só perante a crise é que o Presidente da República entende que afinal uma cabeça sozinha não pensa melhor é preciso mais de uma cabeça, um orçamento que atribui a agricultura menos de 1% do orçamento a UNITA não podia. Em nome do povo, em nome da esmagadora maioria do povo angolano que sofre que está na miséria, perante um orçamento que não traz nenhuma melhoria tangível na vida das pessoas, um orçamento que é aprovado numa altura em que não vai promover emprego porque os concursos públicos estão cancelados, perante essa realidade toda a UNITA não fez um show político. A UNITA de consciência votar a favor daquele orçamento seria a UNITA trair a esmagadora do povo angolano, está na miséria e no sofrimento. Então eu felizmente como deputado neste círculo provincial de Benguela, que vivo a realidade do meu círculo eleitoral, associei-me dentro do meu grupo parlamentar associei-me ao voto contra a orçamento mesmo que esse orçamento passe devido a maioria esmagadora mas nós temos consciência que este povo verá ao longo desse ano, aquilo que esse executivo mais uma vez vai fazer com os dinheiros de todos nós.
Com um orçamento que somos chamados a votar inclusive a favor, e não temos o direito de fiscalizar as acções do executivo. É exactamente esta situação que se passa que nos moveu a esse nosso comportamento do voto contra.


Como é que Benguela encara a aproximação do próximo Congresso Ordinário?

Benguela está preparada, e Benguela sempre foi uma província, que teve sempre um comportamento a altura. Os militantes da UNITA os quadros da UNITA sempre conseguiram se situar, nos grandes objectivos do partido. O partido este ano tem grandes desafios, a realização do seu 12º congresso também esse ano teremos o congresso da Lima portanto são dois grandes eventos que vão animar o partido, e a UNITA tem o congresso este ano e tem os olhos fixos para o calendário político do país que são as eleições em 2017. Portanto a UNITA é nessa senda nessa maturidade a realização do congresso este ano e os objectivos maiores do partido em 2017 e a direcção da UNITA está definir exactamente a estratégia para conciliar aquilo que está estatuído que é a realização dos congressos de quatro em quatro anos, e também os objectivos do partido em 2017.
Os quadros estão serenos a UNITA e um partido que arriscou ao assumir as candidaturas as listas por nominas para o cadeirão máximo do partido e felizmente a UNITA sempre teve clara evidência e eu as vezes digo mesmo que na altura dos congressos na altura da escolha o sangue daqueles que se bateram por esse projecto da UNITA ajudam também nós os vivos a sempre encontrar um bom caminho para a UNITA sempre estar dentro daquelas balizas que levarão esse grande partido a conquista do poder político.
Portanto nos estamos serenos e é único partido dos três movimentos que foram fundados é o partido que foi fundado posteriormente dos três, mas é o partido com mais congressos. Já vai no 12º congresso ordinário e vamos ver portanto na devida altura o congresso será convocado pelo presidente do partido ouvido a comissão política, e quando chegar o momento aqueles que quiserem concorrer para o cadeirão máximo portanto se os próprios estatutos permitem.

O Senhor secretário pretende concorrer também a para o cadeirão máximo do partido?
Eu tenho essa faculdade e o direito de eleger e de ser eleito dentro dos escalões do partido. Mas para dizer a verdade nunca me ocorreu ainda essa pretensão de me candidatar ao cadeirão máximo. É uma grande responsabilidade não basta só querer aparecer para dizer que o fulano também tem vontade, mas é sobretudo encarar uma responsabilidade. A condução da UNITA não é fácil. Eu as vezes digo que é mais fácil encarar o cadeirão de Presidente da República do que o cadeirão de presidente da UNITA. Porque a UNITA é uma grande escola. O presidente da UNITA tem de ter mãos livres; o presidente da UNITA tem de ter uma lisura impecável. A UNITA não se compadece com o que se passa e com nepotismo e práticas antidemocráticas. Eu respeito as pessoas que manifestam o interesse em se candidatar ao grande cadeirão, porque a UNITA é um grande partido. É uma grande responsabilidade estar a frente da UNITA.
E, felizmente, nós conseguimos escolher bem, depois do doutor Savimbi ter nos deixado, o líder que dirige o nosso partido porque e um grande congregador.

Este nepotismo que a UNITA recusa no seu seio é que entrou na ala juvenil da UNITA no caso de Mfuka Muzemba, cuja suspensão termina este ano…
Na verdade o que aconteceu ao companheiro Mfuka Muzemba, foi mais uma experiência para própria UNITA. A situação foi gerida de tal forma que a direcção do nosso partido foi muito feliz, porque a UNITA nunca vai aos extremos. Na UNITA quando uma pessoa erra não a afundamos. Ao longo da nossa história, houve pessoas que erraram e o partido as levantou. E a questão do companheiro Mfuka foi um percalço. Portanto, a sua suspensão está no fim. Acreditamos que há pessoas que, ao longo dessa caminhada, poderão escorregar, mas nós temos esse orgulho que a UNITA é uma escola onde nós aprendemos a cair e a levantar. Porque há mais braços daqueles que te fazem levantar do que daqueles que afundam a pessoa.
E o companheiro Mfuka vai superar esta fase, e tudo vai depender muito dele próprio. Companheiro Mfuka deve erguer-se de forma humilde e ultrapassar este passivo que lhe assola. Porque ele teve apoio de muitos dentro do partido e da própria direcção na pessoa do presidente do partido. Portanto, fez uma gestão para que não se destruísse o homem. E acreditamos que a direcção vai encontrar um caminho.
Existem os órgãos próprios no partido que vão reavaliar esses dois ângulos do companheiro Mfuka e a vida do partido vai continuar. Nós que temos táticas, conversamos sempre com os nossos jovens que quando abraçamos uma responsabilidade o partido e o país esperam dos jovens comportamentos e atitudes. O apelo que eu lanço é que muitos jovens o partido está a se renovar, é só olhar para o secretário provincial de Cabinda para a pessoa dizer que: mas é secretário do partido ou é da JURA? Então a UNITA está a renovar a frota, e foi sempre isso que fez andar a UNITA desde o tempo do doutor Savimbi, agora o presidente Samakuva.
E muitas vezes quando se fala de renovação de frota algumas pessoas diz o presidente Samakuva vai se candidatar mais? Há situações que se dependessem só do presidente Samakuva, ele poderia dizer que não quero mais. Mas nós os quadros do partido, não queremos entrar no auto suicídio, nós temos o partido e temos objectivos do partido e temos o calendário político do país. Em função dos objectivos do partido a UNITA vai encontrar uma solução, como nós não temos uma única candidatura, as pessoas que queiram se candidatar para o próximo congresso, devem se candidatar sem colocarem a condição de que para se candidatar o presidente Samakuva não deve se candidatar é incoerência. Eu quando vou para enfrentar, eu vou enfrentar o meu concorrente da lista agora se eu quiser concorrer na lista para o cadeirão máximo da UNITA e a minha condição for o actual presidente não deve se candidatar então ou tenho medo ou tenho receio da pessoa ou então sou incoerente com as matérias que regem as candidaturas no seio do partido. Por isso nós estamos preocupados porque nós próprios nunca nos perguntamos com quantos anos o presidente do MPLA dos Santos fica como presidente do MPLA a UNITA nunca questionou.
Este é o problema interno do MPLA, nós questionamos o mandato do presidente da república, por isso é que há que evitar essa confusão de querer comparar os mandatos do presidente do partido com a Europa, porque na Europa os presidentes são presidentes do partido durante muitos anos, mas nós internamente é que vamos escolher. Nós é que vamos escolher em função dos objectivos do partido e o calendário político o que que vamos adoptar. Portanto cabe a nós internamente. Agora não pessoas a nos dizer aquilo que devemos fazer.

Como é que a UNITA avalia a governação do actual governador de Benguela fazendo comparações com o anterior?
Muito obrigado o actual governo provincial de Benguela, encabeçado pelo engenheiro Isaac Maria dos Anjos, desde que chegou estamos estado assistir algumas iniciativas no campo económico-social e mesmo também no campo político porque tem permitido um diálogo com as várias forças vivas não só com os partidos políticos também com as forças vivas que fazem a província de Benguela. Ora bem mas o governador provincial de Benguela é o governador de um regime que é sustentado pelo MPLA. Dai que todas as suas acções toda sua iniciativa individual toda sua inteligência terá sempre algum condão do regime que está no poder. Portanto poderá ter ambições como governador, ambições de realizar mais e melhor mas estará condicionado, primeiro com os orçamentos que lhe são atribuídos, estará condicionado com os constrangimentos políticos partidários do partido que o sustenta, também vai esbarrar exactamente com a ala conservadora do seu regime. Tudo isso vai dificultar em certa maneira tudo que e o programa do actual governador Isaac Maria dos Anjos é ambicioso e pragmático, gosta de desafios, e gosta de ir atrás dos objectivos que ele próprio traça, também temos ouvido que tem havido alguns dissabores nem todo mundo gosta da forma dele de trabalhar e da forma frontal como aborda as questões e logicamente falando concretamente da intolerância política mas uma vez portanto foi o único governador que se propôs com o secretário da UNITA para uniar o território da província para entender os contornos da intolerância política e também o transmitir as bases as administrações as autoridades tradicionais, a sociedade civil de que o melhor caminho é exactamente o da convivência pacífica é aquilo que reitero que aquele gesto incomodou sobre maneira aqueles que a todo custo promovem a intolerância política a nível de Benguela. Não só vi isso aqui na provincial de Benguela, também como deputado já cumpri uma missão do meu do grupo parlamentar na Huíla e eu vi as marcas da convivência política que o governador deixou a nível da Huíla.
Portanto ele tem uma maneira de ser que é dele. E eu acredito que alguns gostam e outros não gostam é mesmo assim mas para nós partido políticos a nível da província de Benguela, como privilegiamos o diálogo, os responsáveis não podem apenas encontrarem-se nos problemas os responsáveis devem antecipar. A digressão que efectuamos junto da sua excelência senhor Governador foi exactamente primeiro para resolver um problema pontual da crise que havia na kapuka quer dizer ao nível do município de Benguela e noutras paragens. E depois disso tivemos outras audiências onde abordamos várias situações que afectam a província de Benguela aquilo que são também as nossas preocupações como políticos e para dizer que é um governador ambicioso é um governador frontal, é pragmático no nosso ponto de vista, de resto não poderá fazer muito mais porque vai encontrar ou está encontrar já barreiras do seu próprio partido. Porque ele consegue diferenciar o casco de governador e o casco de primeiro secretário. Então é essa parte que Angola tem este défice, o défice de dirigentes que conseguem mesmo acumulando as funções consegue ter um posicionamento como governador quando é assim e sabe o momento em que deve se posicionar como primeiro secretário do MPLA portanto e a convivência dessa dualidade que a nível do país não existe.

Então o senhor secretário assume que Benguela esta em boas mãos em termos de governação?
Atravessamos esse período de 2013 até agora 2015 mas tivemos esse período de convivência que não devemos esconder exactamente, a posturas, mas que nós temos conhecimentos e como já estava previsto de que as forças conservadoras no seio do MPLA como não gostam desta postura do governador de saber distinguir a posição de governador e de primeiro secretário essas forças conservadoras do MPLA já estão a criar a nível da província de Benguela, para estragar o clima que nós vivemos até agora. Portanto este é o que ele conseguiu fazer até agora e mais que nós já estamos a ver essas movimentações e mesmo esta questão que aconteceu em Kasseque com os deputados, estamos a ver que as forças bloqueadoras do MPLA portanto não gostam que Benguela viva esse clima por isso estou já alertar aos senhores jornalistas que se começarem assistir essa quebra deste período que vivemos ficarão já logo a saber que a ala promotora de intolerância política no seio do MPLA a nível da província de Benguela, estará exactamente a assionar o e seu mecanismos para exactamente estragar aquilo que se conseguiu nesta convivência. Nós somos dirigentes Governador deve dialogar com secretário ele é governador de todos agora quando tiver que meter, o seu chapéu de primeiro secretário do MPLA vai meter porque ele vai defender o seu partido onde tem que defender, porque ele está trabalhar para ganhar as eleições. O trabalho como governador é criar emprego e diversificar a economia e criar mais receitas é criar políticas que se repercutam na prática na melhoria do cidadão. É isso que leva o cidadão a renovar ou a retirar a confiança. Mas há outros que preferem o caminho da intolerância política, da intimidação de assassinatos, de bloquear a UNITA para voltar a ganhar as eleições.
Portanto são dois caminhos que o governador se envereda que é o caminho de trabalhar criar condições para população para a partir dessas condições a população dizer que o MPLA está a trabalhar. Este e o caminho do governador agora no seio do MPLA há aquelas forças o caminho para voltarmos a ganhar as eleições em Benguela é boicotar a UNITA é este caminho desta ala bloqueadora, portanto é um caminho difícil e muito oneroso para o próprio MPLA e a velocidade com que o país está andar já não paga. Para dizer que como foi o único governador a quem o secretário da UNITA colocou problemas concretos e chegamos que a única alternativa é andarmos juntos nas áreas onde há intolerância política para resolvermos juntos o problema para o bem da província. E isso eu lhe digo que isso por ele ter aceitado esse desafio e nós também aceitamos esse desafio, a partir daquele momento eu fiquei ciente de que o governador iria ter problemas. A coragem que ele demonstrou, eu sabia que iria ter problemas tendo em conta aquilo que nós conhecemos que é o MPLA.
Mas se no seio do MPLA houve muita gente que enveredasse pelo caminho da convivência, pelo caminho da democracia pensamos que estaríamos bem, nós não queremos só que Benguela seja só província de Benguela por sinal é que mais caro pagou durante o seu tempo de paz, queríamos também que fosse assim pelo país, queríamos que o Presidente da república passasse das palavras de reconhecimento da intolerância política, para uma orientação expressa a nação sobre o problema de intolerância política orientar a tomada de medidas severas e ele começando pelos militantes do partido dele para não provocarem.
Nós em Benguela estamos cientes disso e nós vamos enveredar sempre pela orientação do nosso partido, para dizer que as forças bloqueadoras do governador, que querem enveredar pela intolerância política se suplantarem a capacidade do governador nós a UNITA não nos resta senão apelar a polícia de que vamos entrar numa fase muito eminente apelamos a polícia que nós vamos continuar com a nossa dinâmica política, e queremos que a polícia como órgão apartidário garanta a segurança dos dirigentes e militantes da UNITA.


A UNITA confia na polícia?
Aqui a questão não é de confiança. Em relação a Província de Benguela também é outro lado que temos de abordar, é que mesmo a nível do comando provincial de Benguela quer o comandante Sita e agora com o comandante Keta, portanto todos nossos movimentos damos a conhecer a polícia e nós já tivemos questões em que a polícia ficou numa situação em que depois nós tivemos de reunir os comandos municipais da província, e as estruturas da UNITA para vermos então com é que a polícia, tem que executar ordens dos administradores, mesmo a polícia sabendo os que provocaram são estes e não aqueles, a policia tem que prender mesmo se os da UNITA estão a se defender, já tivemos casos desse tipo evoluímos e reunimos felizmente. Também tenho de dizer que a nível da província de Benguela o secretário provincial da UNITA em todos actos além de dar a conhecer ao comando da polícia tem havido mecanismos de abordagem antes da actividade, durante e depois inclusive efectuamos balanço portanto o próprio comandante geral da polícia já houve reuniões em que chamou atenção aos comandantes municipais da polícia para lhes dizer que companheiros vós sois comandantes da policia não sois kapanga dos administradores temos que reconhecer.
Agora logicamente há situações em que a polícia recebe ordens expressas como o que aconteceu no ataque do dia 23 de Novembro de 2013 a quando da manifestação convocada pela UNITA fomos atacados pela polícia são já situações que nós imputamos ao regime eram ordens expressas e a policia teve de actuar conforme actuou perante ordens expressas fomos aqui atacados tivemos danos matérias tivemos feridos, a nossa viatura foi atingida, mas eram ordens expressas a nível de todo país e as forças militar infelizmente têm esse condão de receber ordens que ultrapassa muitas vezes quer o governador, quer o administrador mas o que nós estamos a dizer é naquelas situações concretas que a policia sabe que os militantes da UNITA se defenderam e depois as pessoas são presas ou as vezes uma calunia, já tivemos situações em Benguela em que a arma foi colocada ao lado da casa do militante para dizer que do militante e leva quatro a cinco meses de prisão portanto temos que fazer gestão de prisão agora temos um mais velho no Cubal o mais velho Kotele que vinha na reunião do comité provincial do partido e depois de regresso um problema familiar fez tudo para que entrasse na cadeia e a gestão de tirar as pessoas na cadeia com calúnias políticas leva muito tempo então essas questões das prisões arbitrárias também é um lado que nós estamos a levar a cabo mas para dizer que o comando provincial da policia temos que privilegiar o diálogo e também enviar toda documentação antes da nossa saída.
Em princípio a UNITA tem de confiar a polícia a luz de que a polícia é uma instituição apartidária. Agora o comportamento dos agentes da polícia o comportamento da corporação face aos problemas políticos leva que algumas vezes a gente confia e outras vezes a gente retira confiança. Portanto mas em princípio temos de confiar agora perante uma situação a polícia age de uma forma partidarizada aquela confiança nós colocamos em causa, mas a partir de uma forma geral, a UNITA deve confiar a polícia também temos de dizer que em muitos casos nós também assistimos a polícia a actuar com exessão pelo menos aqui a nível da província de Benguela.

Sobre a questão das cheias que se registou no município do Lobito
Muito obrigado, para falarmos de uma situação tão actual que deixa a nossa província de luto, devido os acontecimentos do dia 11 e também do dia 25. Dia 11 no Lobito e dia 25 de Março a nível do município de Benguela. Portanto numa primeira fase o momento é de luto, o momento é de desespero e podemos mesmo dizer que o secretariado provincial da UNITA está preocupado com o número de vítimas que as enxurradas provocaram, e nós tivemos um momento que não era um momento próprio para apontarmos o dedo aqui a cola porque estávamos ainda a ver como é que as populações estavam etc. e também entender o fenómeno como é que aconteceu, já que sobre Benguela, Lobito essa Katombela tem chovido. A chuva do dia onze só levou uma hora e meia não ultrapassou de duas horas foi torrencial é verdade mas provocou muitos danos no lobito a água que veio da parte alta, o avalanche da água a correnteza da água, foi anormal em relação aquilo que tem sido e a água normalmente o caminho normal da água são os leitos e as linhas de água portanto ali não há construções e também as condutas que levam até ao mar os esgotos e o que aconteceu a nível do Lobito mesmo a nível de Benguela, não é só o problemas das pessoas terem construído nas linhas de água ou nas zonas de risco. Porque estruturas comerciais há aqui a volvo ai no Lobito, portanto as várias empresas aqui no Lobito também ficaram afectadas não construíram nas linhas de água o que se passa é exactamente que há uma deficiência de infra-estruturas. Quer dizer as infra-estruturas não acompanham o crescimento das cidades os esgotos muitos dos esgotos são do tempo colonial as valas já são do tempo colonial, portanto nunca tiveram manutenção e também não foram criadas outras valas para a recolha da água que vem da parte alta da cidade do Lobito as condutas para encaminhar a águas até ao mar e a água quando é muita, já não cabe no caminho normal arranja outros caminhos e os outros caminhos a água leva tudo que encontra. Então para dizer o seguinte as nossas cidades ao invés de construir centralidades as administrações deviam se ocupar também da melhoria das infra-estruturas já que administrar é prever.
Os orçamentos geral do estado priorizam coisa supérfluas comemorações de não sei o que quando temos questões concretas há ali uma verba para as comemorações do 11 de Novembro comemorações de sei lá o que, verbas do 4 de Abril, verbas de comemoração, empresas de utilidade pública que no fundo são correntes de transmissão da ideologia do partido no poder no orçamento vamos encontrar zonas cinzentas quando temos problemas concretos com as nossas cidades. Portanto há uma incapacidade das administrações municipais para responderem a dinâmica de crescimento das cidades e eu sublinho aqui que não é competência ou incapacidade dos administradores as administrações na têm capacidade para responderem aos serviços que lhes são atribuídos a nível da localidade. Por mais que o administrador for inteligente, por mais que o administrador tenha iniciativa, não tem meios suficientes. Vai se construir estradas outras também com propósitos eleitoras não se criam esgotos as vezes as estradas ficam acima do nível das casas e quando surgem enxurradas e como as estradas estão acima do nível das casas, a água vai correndo e com as construções precárias ao nível do cidadão angolano essas não suportam. Lobitos dizem que já aconteceu em 1962,então muitos dos que estão a governar já tinham nascido e também o conselho as auscultação é mesmo para o historial nessas administrações existem pessoas que conhece o historial de cada área é hoje que vão dizer que afinal o colono tinha razão quando não construiu ali não colocou casa ali afinal tinha razão. Não é que o colono foi e a história ficou e nem todos siaram. Governar é dialogar governar é levar o cidadão a participar em função disso porque as pessoas estão a meter as casas lá na alta porque aqui o líro a Kanata ficaram alagados a água que veio de lá para dizer que é mesmo o sistema de drenagem que está de forma deficiente o sistema de drenagem é deficiente no entanto as administrações não estão acompanhar não estão acompanhar essa dinâmica os dinheiros não estão a ser aplicados para aquilo que devia ser que é criação de condições de infra-estruturas para defender as cidades defender os cidadão o resultado é esse 70 mortos no Lobito mais 12 em Benguela estamos em 82 mortos em menos de uma semana.
Posto aqui em Benguela, há um historial o rio Kavako já criou problemas já houve empresas que portanto houve dinheiros a volta descerramento do rio Kavako as empresas estiveram aqui o dinheiro foi as obras não justificam o dinheiro que correu a volta de todo processo de desassoreamento do rio Kavako. O rio Kavako já transbordou já criou danos O Anterior governador Dumilde das Chagas Rangel já houve uma vez que disse que se a próxima vez que o rio Kavako vai se tomar medidas, se o rio kavako voltar a criar danos vou me demitir o rio Kavako voltou a criar danos o senhor governador Dumilde Rangel não se demitiu. Em tempos atrás o rio kavako criou problemas levou escuteiros levou crianças os escuteiros que também deviam ir pra lá também foram levados esse problema é recente agora as obras para o assoreamento do rio Kavako começaram há uma empresa dessa vez é a Odebrecht começou com as obras não termina as obras então fizeram alguns arranjos e há um outro rio o Dengue que também despeja no rio Kavako não encontrou caminho rompeu com as barreiras com a chuva que abateu na cidade de Benguela, Benguela tem chovido mas com as chuvas que vem de outra paragens com as águas que vêm resultado foi o que aconteceu mais mortes a água sempre arranja caminho quando o caminho normal é impedido e agora estamos nesta situação a culpa não pode morrer órfã aqui não há mas estórias de que as populações nas zonas de risco primeiro se constrói nas zonas de risco construíram sobre o olhar silencioso das administrações segundo o processo de entrega de talões está moroso o estado faz o loteamento cria infra-estruturas numa mas numa velocidade para transladar as pessoas para lhes colocar nas áreas seguras já com infra-estruturas o loteamento estamos a lotear estamos a entregar até aqui a província de Benguela com a dinâmica do novo governador avançou muito no loteamento de terra onde há morosidade é na transferência das pessoas porque agora já é a nível das administrações municipais. As administrações municipais estão mais avançadas outras administrações estão mais avançadas. A gora a Odebrecht que não terminou com as obras, por não terminar com as obras criou problema do curso normal das águas e provocou luto e danos a nível do município de Benguela se me perguntarem a culpa é de quem? A empresa parou com as obras porque? Porque o dono da obra não honrou com os seus compromissos e a obra não é do âmbito da província é do âmbito das obras públicas logicamente o efeito é local a responsabilidade de uma estrutura central recai sobre as pessoas e com efeito colateral para as administrações municipais e o governo da província. Gostei da coragem com que o senhor governador abordou o problema a coragem porque a culpa não pode morrer órfã. E depois o efeitos também além do luto o desespero é também o retrocesso social as pessoas morreram as pessoas perderam as casas perderam os bens vão ser levadas para outras áreas numa primeira fase como no Lobito é nas tendas mas há casa desabitadas vão ficar nas tendas quatro meses depois é que vão enquanto estão a se lotear a criar condições mas há casas quase já prontas que poderiam colocar as famílias afectadas agora o Presidente vem porque é matéria de noticiário porque o Presidente desbloqueou cem milhões de kwanzas é matéria de noticia ou porque o presidente da república o governo do executivo desbloqueou cem milhões de kwanzas é noticia quando o titular do poder executivo devia ordenar que aquelas casas lá do Lobito que não tem pessoas coloquem ai as famílias e o presidente da república teria saído lá da cidade alta vir a uma viagem até Benguela para dar a sua solidariedade. Essa protecção civil que anda ai a mostrar que são da protecção civil, portanto essa protecção civil que só actua na reacção quando deviam actuar essas construções todas zonas de risco protecção civil é tudo isso não é só vir com bens vir com sei lá o que bombeiros e lema.

Ausência do Presidente da República foi notória?
Foi porque os outros presidentes de república quando acontece uma calamidade mesmo quando estão de férias interrompem voltam para o país, agora esse ainda nem está fora do país portanto está mesmo aqui perto mas não veio aqui em Benguela. A insensibilidade dos nossos dirigentes é verdade e então perante isso muito alarido o dinheiro ninguém está dar o ponto de situação do quanto dinheiro até aqui as doações era preciso que houvesse. Respondendo a questão da especulação de roubos e desvios dos bens portanto é especulação fala-se ai na rua dos desvios de bens mas tudo isso nós não temos nenhuma confirmação como secretariado da UNITA e nós temos só a dizer é que quando há bens que dão entradas, deve haver uma informação diária do que entra em termos de dinheiro em termos de bens e também a saída hoje deu-se isso portanto não temos a cultura da transparência e ausência da transparência alimenta especulações portanto é isso. E nós também estamos a ouvir daqui a cola estão a recolher dados se na verdade o que esta a nos chegar é verídico ou não mas também a prática dos nossos governantes não inspira confiança tanto mais que algumas ONGs e algumas igrejas querem dar directamente aos assistidos devidos exactamente a essa quebra de confiança que se instalou que suja devido as práticas anteriores. Agora o que é normal perante essas situações e como a culpa não é órfã as pessoas tinham de ser indemnizadas o que é normal num país. Não é só dar terreno eles têm direito de receber terrenos, as pessoas deviam ser indemnizadas porque há uma obra que alguém mandou fazer e que não acabou porque alguém não pagou o resultado é luto é perdas matérias outras perdas e a coisa fica assim as populações estão a lamentar e dizem mesmo que num país democrático e de direito alguém terá sido responsabilizado demitido e as pessoas seriam indemnizados. A nossa posição como secretariado provincial da UNITA é associarmos ,temos um encontro hoje com os jovens enquadrados na UNITA para disponibilizarmos jovens a administração municipal para dizer que temos aqui jovens o que que a administração tem como programa se é com paz etc. o que que tem como programa para esses jovens serem direccionados em algum sítio onde possam fazer algum trabalho a volta do alívio do sofrimento das populações.

É um trabalho voluntário?
Sim é um trabalho voluntário. É o encontro que temos exactamente essa tarde que é um encontro com os jovens para estarem a disposição da administração.

Senhor secretário o que faltou dizer nessa entrevista?
Abordamos tudo, tenho só acrescentar que a província de Benguela vai ter um grande problema este ano que é o problema da seca. Parece que uma contradição, estamos a viver o excesso de chuva enxurradas mas as chuvas estão a cair nesta fase final portanto com muita força nessa fase final e portanto as chuvas não caíram nos momentos cruciais em que as culturas precisavam e nós temos a maior parte 70% das culturas a nível da província de Benguela foram afectadas pela seca, e as que tinham alguma esperança acabaram por estarem afectadas pelas enxurradas pelas cheias é essa contradição para dizer que Benguela este ano é um problema sério fomos vítimas de escassez de chuva e também fomos vítimas de excesso de chuva para dizer que a província de Benguela também estamos a fazer esse levantamento para dizer que a colheita esse ano será muito difícil para província de Benguela porque os agricultores não terão colheitas para fazer face as necessidades alimentares durante todo ano. Esse é outro problema que eu queria aqui acrescentar, e que nós como partido UNITA estaremos sempre ao lado da população e também não só vamos criticar, vamos apontar deficiência, mas também vamos nos colocar a disposição para junto com administração a UNITA também dar portanto o seu apoio o seu braço e de mãos dadas então podemos fazer alguma coisa a volta desse povo sofredor. E muito obrigado