Luanda - JOSE JULINO KALUPETEKA nunca fora proprietário de grandes ou pequenos títulos de terras ou de empresas. Não conhecera nenhum título académico nem o tal famoso “ensino primário obrigatório”. Com um fanatismo impregnado, com uma dedicação ferrenha, com sonhos quase alucinados, com uma paixão inebriante, com uma eloquência sapiente, com seu olhar rural, com sua rebeldia silenciosa, leu todos os livros da Bíblia Sagrada e se tornou num sábio “Doutor da Palavra de Deus”.

 

Fonte: Club-k.net

“Ai meu Deus, Huambo nunca teve sorte de Governadores"

Tentou imitar o que fazia Noé com sua Arca, Abrão sacrificando Isaac, os profetas maiores e menores, os apóstolos um a um Pedro tentando como David enfrentando o Gigante Golias e afinal José Julino Kalupeteka transformou de milhares de simples humanos fanáticos obcecados por um Deus Novo e um Novo Deus em Milhares de mortos enterrados como semente da fé nas silenciosas montanhas, vales, grutas, profundezas de estradas, alicerces de novas trincheiras da Paz mas também e sobretudo o regresso ao duelo entre LUCÍFER e DEUS.

 
Parece que Deus está a perder essa peleja mas estamos nimbados numa fé inabalável de que “ Deus não se engana e não nos engana” por isso está a ganhar como sempre mas com outra taça de vitória.


Desse fanatismo resultou no maior martírio religioso desde que angola é Angola.


José Julino Kalupeteka com seu sorriso rural e ingénuo o “falso profeta do século XXI” invadiu os nossos ecrãs de TV a dizer que “estou a ser bem tratado pelo Executivo” cujas Forças Armadas coligadas com a Policia foram mensageiros das trevas no presumível massacre de mais de 100 mortos ou mais de 500, ou mais de 1000, ou mais de 3000, ou mais de 4000 ou mais de 5000, porque as pessoas concentradas lá antes do ataque eram a volta de 6 000 e hoje contamos a dedos os sobreviventes que um a um estão a ser localizados e mortos silenciosamente e o número obviamente a crescer. Qual é o número real de mortos na montanha do Sumy, do dia 16 de Abril até hoje que estamos a fechar o mês de Maio, que ainda morre-se a tiro ou a golpes de facas e catanas dos que eram sobreviventes e refugiados!? O numero não terminou de crescer e não importa mais….! Morre-se todos os dias até hoje, então o massacre continua direccionado, selectivo e silencioso.


A julgar por tudo o que está disponível nunca diminuiremos o número de mártires em 1.080 porque é pouco demais. Se dissermos que este número quintuplicou estaremos a ser honestos e fieis das fidedignas informações emanadas dos fiéis coveiros das valas comuns nas tardes tenebrosas, nas noites adentro, no funesto farfalhar das florestas nos vales e montanhas, nas margens de riachos etc. 


Quando a Polícia do Executivo Angolano coligada com as Forças Armadas igualmente do Executivo Angolano fora ATACAR o Acampamento dos Peregrinos da Igreja Adventista do 7º Dia-Luz do Mundo, pelas coincidências, inferimos que o ATAQUE visava uma dupla celebração:
MASSACRAR MAIS DE QUATRO MIL PESSOAS CIVIS INOCENTES Eufemisticamente DIVULGADO APENAS 13 PESSOAS MORTAS, PARA COINCIDIR COM 13 anos de paz em que o ATAQUE visava SAUDAR de forma glorificante e MASSACRAR MAIS DE QUATRO MIL PESSOAS CIVIS INOCENTES para saudar o 1º Ano de Governador da “Geografia da Morte” denominada “HUAMBO-CIDADE EM MUDANÇA” pelo Ministro da Defesa na altura de celebração de uma Paz que sempre implicou mortes para sua manutenção.

 
Isto mesmo, em 2002 quando chegou a Paz, como novo nome da DESOLAÇÃO depois de se massacrar milhares de angolanos e negociou-se a Desolação com um grupo de sobreviventes da chacina nas matas do Luena em estilo que chamamos Memorando do “ Kalupeteka” do Luena aos 04 de Abril de 2002, semelhante ao Memorando do Kalupeteka da Comarca do Huambo no sorriso hipócrita do  CAPTURADO, torturado, vergado, vergastado, escarnecido, vituperado, vilipendiado, humilhado até ao pó, desdenhado, insultado, cuspido, cagado por cima e depois… “ESTOU A SER BEM TRATADO NA CADEIA, AS MINHAS PEQUENAS FERIDAS JÁ CICATRIZARAM” como dizia “CAMORTEIRO” nos lembrados anos de 2002: “ …fomos bem recebidos em Luanda, por isso os que ainda estão nas matas apareçam e serão bem recebidos e irão ser bem tratados ”. O provérbio diz que “ as cicatrizes sempre nos dizem onde estivemos e nunca dizem para onde iremos”.


Nos dois cenários quem estava no comando, chamava-se GENERAL KUNDY PAYHAMA. Em 2002 era Ministro da Defesa no massacre da Paz do Luena e em 2015 é GENERAL-GOVERNADOR e baptizado, crente da igreja Evangélica Sinodal de Angola-IESA-uma seita religiosa da Igreja Evangélica Congregacional de Angola-IECA, que por sua vez é seita religiosa da Igreja Protestante fundada por Martinho Lutero que é uma das primeiras seitas religiosas do Mundo segundo os Católicos; Matinho Lutero monge ordenado pelo Santo Agostinho, lançou uma revolução religiosa contra a Bula Papal e a igreja Católica, com suas 95 teses, no tempo do Papa Leão x em Roma do século 16, a fim de reformar a Igreja Católica imbuída numa corrupção endémica, na altura, a ponto de comercializar os pecados, cujo perdão implicava pagar dinheiro ou ouro e especiarias diversas, conhecido como venda de indulgências pelo papa Leão X, amante de lautos banquetes festivais que nunca mais tinham fim festas e sumptuosidades palacianas como o futuro Palácio dos Congressos de Angola no sopé da Colina São José pelo Sul.


O protestantismo e outras novas Igrejas “Luz do Mundo” como aquela reduzida a pó pela Tropa do Executivo Angolano no dia 16 de Abril no SUMY, surgem sempre que a corrupção endémica, na sociedade, apoquenta os filhos de Deus. Aquele “Culto Ecuménico” encenado pela AMANGOLA é parecida “a venda de indulgências” e é apanágio nas sociedades iníquas e depravadas que os profetas maiores e menores denunciaram e Cristo abominou de entre os fariseus que “Louvam com a boca mas amaldiçoam com o coração”. Como em política, existem igrejas da esquerda e igreja da direita: as da direita são igrejas de manutenção da ditadura cujos ar que seus pulmões respiram chama-se EXECUTIVO e as da esquerda são igrejas revolucionárias que pregam “Nova Terra e Novo Céu onde não haverá mais corrupção e lagrimas” tal como o fizera o próprio Cristo enquanto acérrimo “Defensor dos Direitos Humanos na Sua Revolução Salvífica em direcção à Direita do seu Pai onde abunda verdadeira Paz.

 
REGRESSO AO HUAMBO- CIDADE EM MUDANÇA DO SUMY
Um Alto dirigente do Executivo do Huambo desesperadamente clamara no dia 17 de Abril de 2015, na sequência do derramamento de sangue de civis inocentes do Sumy “Ai meu Deus, Huambo nunca teve sorte de Governadores. O General Kundi Payhama baptizou Huambo de “CIDADE EM MUDANÇA” afinal é esta a tal mudança que veio trazer? “No Lugar da restauração, surgiu a angústia” no lugar da “paz surgiu a desolação”!!!


O Massacre do Sumy é um passatempo de um Executivo muito desocupado e dormente em plena hora em que tudo tem que ser feito, dada a deterioração da vida socioeconómica, politica e cultural da Província. O relógio de Governação no Huambo parou em Outubro de 2008. Tudo parou. Tudo “tremeu e sucumbiu como aquelas crianças desventradas na tarde do dia 16 de Abril de 2015 na zona de peregrinação,  do Monte Sumy. Os Governadores desde 2009 apenas vêem ao Huambo como se de prolongadas férias presenciais e talvez uma aposentadoria se tratasse. Não fazem absolutamente nada embora falem muito. O Huambo se tornou o lugar de repouso dos dirigentes eufemisticamente designados “GOVERNADORES”: Malungo repousou aqui sem fazer nada de bem nem de mal apenas neutro “trabalho é sagrado não toque nele”.


Muteka repousou aqui; com seus discursos em Umbundu levou para cadeia metade dos directores provinciais para ocultar o seu “NÃO FAZ NADA”: “trabalho é sagrado não toque nele” e para ocupar os tempos livres de aposentadoria mandou para masmorra e exonerou outros tantos. Muito cansado de não ter feito nada, culminou numa paralisia, num torpor estranhíssimo. Irónico ou sarcástico, o grande chefe dele em Luanda lhe disse: “Muteka, eu não te disse que o povo do Huambo é traidor e maldito? São feiticeiros! Te meteram tala! Eu lhes odeio com todas as minhas forças. Em 1993 eu tinha proposto liquidar do mapa de Angola a província do Huambo com bombas de fragmentação e de ‘líquidos venenosos’ e vocês defenderam os traidores e olha o que te fizeram no pé e na ‘bunda’?! Parem de sachar a erva daninha e me ofereçam este povo para eu acabar com ele…”


HUAMBO-CIDADE EM MUDANÇA
A cidade do Huambo fora fundada em Setembro de 1912 pelo Governador Norton de Matos. Por várias razões achadas incontornáveis na altura, Portugal entendeu fazer do Huambo a capital de Angola e portanto a réplica da Capital de Portugal por isso lhe baptizaram com nome de NOVA LISBOA. Era uma cidade limpa, servida com rede de indústria, servida com escolas modernas, estradas, caminho-de-ferro e aeroporto até então moderno, alimentadas pelos espíritos humildes, trabalhadores, impregnados a aprender e a tolerar os diferentes, a conviver tal como em Lisboa. Com alamedas verdejadas pelos jacarandás, borracheiras, eucaliptos ervas rasteiras de todo o tipo, florescendo o ano todo basta um pouco de dedicação, a cidade poderia ser muito bem aproveitada para se ter saúde e felicidade e então se chamou Nova Lisboa, de facto.


Na altura era 2ª Cidade a seguir a Luanda; segundo parque industria a seguir a Luanda; centro académico do País como centro da fé em Deus;  no País produzia sua auto-suficiência alimentar e abarrotava as mesas de seus habitantes com saborosos manjares; superpovoado, era a zona mais bem abarrotada de gente em todos os seus quilómetros urbanos, periurbanos e rurais, porque era Nova Lisboa. Os visitantes não questionavam nada e não havia qualquer equívoco em chamar-se Nova Lisboa porque o era mesmo.


De 1975 até 1997 Chamara-lhe “Cidade Vida” mas todos os dias essa “Cidade Vida” perdia um pouco de sua vida dando lugar a “Cidade Morta”; as merendas de Nova Lisboa acabavam da mesa. A fome. A Sede. A escuridão. O luto. As lágrimas. Diziam todos os segundos que esvaia-se dos obeliscos, dos monumentos, dos arquivos o brilho de Nova Lisboa e transferia tal brilho para o Cemitério do qual engendrava uma Cidade vida sem VIDA, uma cidade fantasma do que era; porque é nostalgia da Vida quando ela já não existe! A autocomiseração do Huambo, por ser hoje uma sombra do que era antes da Independência. A sombra não brilha. A sombra não tem cor. A sobra não tem vida própria. O Executivo Pós-Colonial dera novo Baptismo a Ex-Nova Lisboa: CIDADE DOS BOMBISTAS; CIDADE DOS KWACHAS! Que dia-apos-dia seus filhos eram enfileirados nas bichas de fuzilamento e suas ossadas repousam no interior de cada palmo de terra da Província do Huambo silenciosos e seu número, tal como no Monte Sumy é dissimulado e quase desconhecido, de todos! Dinamizadores dessa gesta, ainda assim a chamam porque estão ainda no “Leme”!


1998 Até 2008 das cinzas, de defunta Nova Lisboa, os Portugueses disseram que não era preciso perguntar, porque o ar voltava a ser puro, novamente e tem traços com a Lisboa do Além-Mar. A esperança estava novamente estampada nos morros envelhecidos pela tenebrosa luta de MATAR FÊNIX (para o beneficio dos principiantes: a mitologia grega de Fénix disse que: FÊNIX é um pássaro que, quando morria, entrava em auto-combustão e, passado algum tempo, renascia das próprias cinzas. Outra característica da Fénix é sua força que a faz transportar em voo cargas muito pesadas, havendo lendas nas quais chega a carregar elefantes. Podendo se transformar em uma ave de fogo. Teria penas brilhantes, douradas, e vermelho-arroxeadas, e seria do mesmo tamanho ou maior do que uma águia. Segundo alguns escritores gregos, a FÉNIX vivia exatamente quinhentos anos. No final de cada ciclo de vida, a Fénix queimava-se numa pira funerária. A vida longa da FÊNIX e o seu dramático renascimento das próprias cinzas transformaram-na em símbolo da IMORTALIDADE e do RENASCIMENTO ESPIRITUAL. É assim a província do HUAMBO, suas lágrimas têm propriedades para curar qualquer tipo de doença ou ferida nos corações de seus filhos e seus amigos sinceros.


Como FÉNIX na sua combustão para Auto renascer das cinzas actualmente as suas estradas esburacadas nos bairros poeirentos que de dia queimam e de noite, só já os mosquitos, por isso chamam-na CIDADE EM MUDANÇA!
Como FÉNIX queimado, calcinado, estilhaçado, a sua água estagnada sem canalização fluida e contínua, e sim à conta-gotas para aquela luz que pisca como pirilampos por 1 minuto apagado por meses a fios, por isso chamam-na CIDADE EM MUDANÇA!


Em Dezembro de 2014, a cidade não teve nenhuns enfeites natalícios o que indicava um ambiente sombrio e tenebroso de que FÉNIX no ápice do seu inferno para se carbonizar e renascer de suas próprias cinzas, foi uma quadra festiva obviamente lutuosa por isso chamam-na CIDADE EM MUDANÇA!


Os poucos semáforos nas ruas estão avariados sem manutenção, sem criação de novos, sem orgulho, sem vida. Por isso chamam-na CIDADE EM MUDANÇA!


As obras públicas eternamente vedadas com chapas envelhecidas dando ar épico de uma cidade assombrada, por isso chamam-na CIDADE EM MUDANÇA!


A antiga cidade de Nova Lisboa tinha uma estufa-fria e um parque zoológico farto de seres viventes. Essa Estufa-fria gera um ribeiro que desce para leste e depois se debruça para sul e sudoeste, que agora são vales de gangues, lixos, lebres, repteis devido ao capim que está a engolir a cidade por isso chamam-na CIDADE EM MUDANÇA!


 A microeconomia ou seja os pequenos negócios que sustentam famílias inteiras estão distribuídos entre árabes, chineses, vietnamitas… e aos nativos não resta senão a “zunga” “ varredura de ruas, a engraxadoria de sapatos, os kupapatas, mendicidade, a prostituição, os pequenos roubos. Por ironia do destino é esse negócio de miséria, este trabalho de escravatura, essa pobreza abjecta que mais a Polícia do Executivo  persegue e destrói para que FÉNIX se transforme mesmo em cinza para todo o sempre, em pó irreconhecível. Assim, Kupapatas e Zungueiras não conseguem vender e ganhar o pão porque passam o dia inteiro fugindo dos Sipaios de farda nova mas barrigas vazias, de robustez físico e mente vazia e fraquíssima para “depender do seu dono-Ordem Superior” assim a polícia do Executivo rouba tudo, viola tudo, insulta tudo  e no fim mata todos os pobres seus semelhante e fica ele um paupérrimo exposto e sozinho sem dó para gaudio da Ordem Superior e dos árabes, chineses, vietnamitas… que prosperam onde os nativos desesperam; por isso chamam-na CIDADE EM MUDANÇA!


Dos grandes Executivos, aos vassalos prostrados para implorar mais uma tigelinha de massambala do dia-a-dia, a humilhação, o insulto, o vitupério, o escárnio, o sarcasmo “chegam primeiro aos ouvidos e alma antes do matabicho chegar à boca, o porrete do Polícia do Executivo atinge primeiro as costas dos pobres antes do cobertor tapar-lhe os ossos nas noites frias do Huambo. As Balas quentes e frias de PKM rasgam mais rápido as nádegas dos pobres, as mamas das mamãs inconsoláveis antes de ter agulha nos hospitais por isso chamam-na CIDADE EM MUDANÇA!


A segunda-cidade que mais imprime diplomas académicas desde médios e universitários a seguir a Luanda, esses graduados que são lançados ao mercado de kupapatas e venda de roupa 5ª-Mão por falta de Emprego qualificado que  se compagine com os tais qualificativos académicos, por isso chamam-na CIDADE EM MUDANÇA!


Cidade cujo traço típico é a presença de Igrejas que pregam dois Deus: um Deus do Executivo que oferece todos os DIREITOS e um Deus dos paupérrimos, prostrados escravos camponeses, caçadores infortúnios, comerciantes falidos, no perpétuo cativeiro da negatividade, que oferece apenas DEVERES cujo incumprimento e resistência é sentenciado a morte certa; por isso, chamam-na CIDADE EM MUDANÇA!


Na Política a Sociedade Civil é a SEDE DE APOIO que legitima a SEDE DE PODER que é o Executivo e outros órgãos paralelos. Aqui no Huambo, a sociedade civil é espezinhada, cuspidos escarros do poder, enojada, excluída da festa antes de começar, de que se desconfia antes de confiar, arrebanhada para bater palmas como sua tarefa sagrada a mando do Executivo, por isso chamam-na CIDADE EM MUDANÇA!


Dia 04 de Abril de 2014, o Huambo recebia o novo Governador, General Kundi Payhama, depois de uma longa sonolência perto da síncope governativa, de quase 6 anos sem Governo orientado ao trabalho que gerasse impacto e resultados positivos nas vidas secas e calcinadas dos azarados que nasceram aqui e outros azarados que a escolheram como sua pátria adoptiva. Nesta cerimonia com duplo sentimento: receios e perspectivas. Como numa velocidade de um raio de sol as memórias buscavam o estilo de liderança, de trabalho, de amor, de patriotismo, de múnus de responsabilidade nacional, consenso moral, solidariedade colectiva, sentido de equipa e de pluralismo institucional do novo CHEFE na sua pretérita trajectória; infelizmente a memória positiva sobre esse Novo Chefe, se fechou na escuridão tumular do inconsciente. O iluminado consciente apenas rebuscava lembranças lutuosas dos necrotérios tempos de “PROVÍNCIA DE BOMBISTAS”, para um FÉNIX já em labaredas ardentes que lhe reduz a cinzas…


Tomava posse um GRANDE GUERREIRO, um conhecidíssimo GUERREIRO não vocacionado a deixar vivos seus inimigos e seus adversários. Alguns ironicamente diziam que se tratava de Um GUERREIRO que aprecia o COMBATE DESIGUAL e não a LUTA LIMPA. Outros ainda diziam que se tratava de Um Grande GUERREIRO que nunca relaciona suas façanhas de guerra com alguma necessidade ou inimigos expressos e reais mas sim caça de lazer e inimigos imaginários e obviamente inexistentes no mundo real! Por isso chamaram-na CIDADE EM MUDANÇA!


Na tomada de posse o General KUNDI PAYHAMA exaltou duas figuras sublimes que são guiões para sua nova Governação na CIDADE EM MUDANÇA: em primeiro lugar o General disse ter Jesus Cristo como a luz que iluminará os passos de sua governação em nome do qual ele tem essa missão. No 1º minuto do seu discurso disse: “ em 1º lugar agradeço a Deus e vou explicar porque: sem escandalizar ninguém, agradeço a Deus porque ninguém manda sem Deus. Bem-Aventurada a Nação cujo Deus é o Senhor. Fui baptizado porque preciso a vida eterna e reconciliei-me com Deus. Desde que fui baptizado, a minha vida mudou”. Com este discurso, conseguiu despertar e as paixões das populações religiosas que viram no novo Governador, o irmão em Cristo por isso chamaram-na CIDADE EM MUDANÇA.


Em segundo lugar é o seu Presidente que o nomeou, o Engenheiro José Eduardo dos Santos, pela confiança que lhe deposita o tempo todo e para enfatizar essa confiança canina, na língua Umbundu de que é loquaz  comunicador sentenciou: “mesmo que estudarem muito e tiverem grandes doutoramentos, serão nada; se o Presidente não gostarem de vocês. Eu fui, por amor do meu chefe, nomeado 11 vezes…!


Os primeiros meses de Governação foram caracterizados pelas demolições de casas nos locais legalmente loteados pela Administração Municipal e que as demolições foram-nas com pretexto de que, a zona seria reserva florestal como pulmão da CIDADE EM MUDANÇA; como num gesto em contra-senso, ‘contranatura’ derrubou-se árvores centenárias que eram verdadeiros pulmões da cidade, para se construir o supermercado KERO, isto mesmo: demolir casas para plantar árvores e demolir árvores para construir casa! E isto não poderia mais agitar a cidade e os murmúrios apontavam para um sacrifício ainda maior por vir por isso chamam-na CIDADE EM MUDANÇA


Tão logo ao Novo Governador se informou da existência de uma Igreja que prefere pregar longe do fumo das chaminés urbanas, longe da poluição e dos movimentos de ímpios, iníquos e depravados urbanos, aninhados nas montanhas periféricas, essa Igreja se tornou um “CASE’S HISTORY” para estudar, conhecer e a final destruir para não deixar sinal velho numa CIDADE EM MUDANÇA.


Exactamente na celebração do 1º aniversário como Governador da Província, exactamente na celebração do 13º aniversário do alcance da Paz, finalmente coroou-se um HUAMBO como CIDADE EM MUDANÇA:
À sua ordem, a polícia coligada com as Forças Armadas lançaram a “isca contra Kalupeteka e seu grupo religioso e estes ingenuamente morderam”. As forças coligadas foram ao Acampamento da Igreja Adventista do 7º Dia-Luz do Mundo, das 14 horas até sensivelmente 18 horas massacraram milhares de pessoas acampadas. De acordo com a análise das várias fontes sobretudo militares envolvidos na produção de argamassa de corpos humanos sem vida antes de serem despejados pegajosos em buracos frios como esterco sob as “Orientações Superiores”, uma bem conduzida “leviandade” dos oficiais da polícia ao se lançar contra mais de 5000 fanáticos religiosos reunidos no verdejante vale da montanha do Sumi, que só ouviam e falavam com Deus e não com qualquer “infiel” forçando a tentativa de algemar em plena multidão o líder carismático da Igreja a fim de acordar a cólera, despertar a ira defensiva de facto tal despertou as paixões de PRESUMÍVEIS crentes seguidores de Pastor José Kalupeteka, que num ápice amassaram com seus instrumentos rudimentares da agricultura 9 oficiais da polícia incluindo um oficial da polícia secreta que segundo o Executivo estavam a levar a missão da paz na montanha e receberam guerra de mais de 3 horas resistindo apenas com 3 espingardas de caça de pássaros “caçadeiras”.


Maravilhoso décimo terceiro ano de Paz! Maravilhoso primeiro ano de Governação na famosíssima CIDADE EM MUDANÇA! As tenebrosas catacumbas, os silenciosos subsolos acolheram feixes de corpos mortos em nome de 13 anos de Paz, 1º ano de Governação NUMA CIDADE EM MUDANÇA.


A ONU pediu um inquérito idóneo. Mas tal pedido despertou “Chinguilamento” habitual. Se eu matasse só 13 pessoas publicamente já declarado. E que tudo estivesse bem no Monte Sumy. O MINARS coligada com a Polícia devolvesse paz a milhares de pessoas que lá estavam acampadas e não tivesse nada a esconder debaixo do solo ou no interior dos capins. Se tivesse guardado nas tendas milhares de pessoas vivas que estavam lá, comendo, bebendo e recebendo a luz do sol DESAFIARIA A ONU a vir livremente e investigar e seriam recebidos com cânticos dos milhares de crentes no Monte Sumy dizendo como o KALUPETEKA na Cela da Comarca do Huambo: “ Somos mais de 5000 crentes, e estamos a ser bem tratados aqui na mata pela Tropa que está a nos animar na montanha do Sumy com seu carinho de homens valentes. Mas na CIDADE EM MUDANÇA “nenhum país estrangeiro, nenhuma instituição estrangeira manipulada por alguns cidadãos já identificados pode ingerir no genocídio soberano nacional” porque se trata da CIDADE EM MUDANÇA.


POR MAIS QUE PAREÇA IMPLACAVEL, CRUDELÍSSIMA CHAMA QUE CALCINA, CARBONIZA, REDUZ A PÓ, FÉNIX IRÁ ACORDAR NOVA AURORA E DAS CINZA SAIRÁ NOVAMENTE. “ O SANGUE DE CRIANÇAS, ALGUMAS AINDA NAS VENTRES ABERTAS A TIROS, DE MULHERES, DE IDOSOS, DE DEFICIENTES, DE POBRES CAMPONESES, SERÁ A SEMENTE DA NOVA FÉ NUM “AMANHA” QUE IRROMPE DO HORIZONTE E POR MAIS QUE SEJA PROLONGADA A NOITE, LÁ VEM O SOL. LEMBRANÇAS SERÃO PRESERVADAS E FÉNIX SAIRÁ COMO SEMPRE DAS HABITUAIS CINZAS. Haverá oportunidade de chorar os óbitos reprimidos na CIDADE EM MUDANÇA.


* Ângelo Kapwatcha, Defensor de Direitos Humanos à luz dos Princípios da ONU e do Direito Internacional acolhido na Ordem Jurídica interna de Angola.